𝐃𝐫𝐚𝐜𝐨
As férias tinham sido terríveis - as piores da minha vida inteira. Eu já sabia que meu pai voltara a ser um comensal, mas quando ele foi mandado para Azkaban foi a pior sensação que eu havia tido desde então. E, para piorar as coisas, Voldemort já estava cansado do meu pai e das falhas que ele cometia.
Eu sentia que a qualquer momento ele poderia matá-lo, e por conta disso eu me ofereci para ajudar. Sabia muito bem de todos os perigos que eu estaria correndo, e o quanto Charlotte se sentiria péssima caso descobrisse que eu havia me tornado um comensal. Mas eu tinha um objetivo em mente: eu precisava proteger Charlotte e proteger a minha família.
Nem que, para isso, eu tivesse que eliminar qualquer um que ficasse no meu caminho.
Eu disse a Voldemort que faria o que fosse preciso para provar que minha família era confiável, e me ofereci para fazer o que ele quisesse. Eu não sabia que estava cometendo o maior erro da minha vida quando decidi ajudá-lo, pois Voldemort ordenou que eu matasse Dumbledore.
Fiquei muitos dias em profundo desespero, pensando em como eu, um bruxo de apenas dezesseis anos, poderia matar o bruxo mais poderoso da nossa época. Mas finalmente eu havia encontrado uma maneira de salvar a todos nós.
Eu precisava abrir uma passagem para que os comensais da morte invadissem Hogwarts, assim eu teria toda a ajuda que precisava para matá-lo. E, para isso, eu precisava dos armários sumidouros.
O Armário Sumidouro tem como função fazer com que o objeto ou até um ser vivo posto nele sumir. Funciona como uma espécie de portal, tendo dois armários diferentes. O par tem uma conexão, fazendo com que quando entre em um, possa sair no outro, onde quer que ele esteja.
Eu já tinha visto um deles na loja Borgin and Burkes alguns anos antes, e sabia que havia outro em algum lugar dentro de Hogwarts. Tudo isso graças a Montague, um jogador que é o novo capitão do time de Quadribol, no lugar de Flint. Ele havia me dito que acabou ficando preso dentro desse tal armário que estava em Hogwarts, e que parecia ter caído numa espécie de limbo.
Às vezes ele ouvia o que estava acontecendo na escola e, outras, o que estava acontecendo na loja, como se o Armário se deslocasse entre os dois pontos, mas não conseguia que ninguém o ouvisse. No fim, ele saiu aparatando e quase morreu na tentativa. Todo o mundo achou que era uma história realmente empolgante, mas eu fui o único que percebi o que significava.
Aparentemente, o armário sumidouro que estava em Hogwarts estava danificado. Logo, eu só precisava consertá-lo, e então eu terminaria a tarefa de Voldemort. Então, eu mataria Dumbledore.
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Mesmo com todo aquele plano em mente, eu não estava nem um pouco empolgado para voltar para Hogwarts. Eu tinha muito medo do que estava pela frente, e minha maior preocupação era manter aquilo em segredo. Charlotte não poderia saber de jeito nenhum...
Então, embarquei no trem, com uma enorme hesitação. Assim que cheguei a cabine dos slytherins, encontrei-me com Blaise Zabini e Pansy Parkinson, que fizeram sinal para que eu me sentasse junto com eles. Porém, antes que eu pudesse me aproximar, uma enorme camada de poeira negra tomou conta do ar, impedindo que eu pudesse enxergar.
— O que foi isso? Blaise?
— Eu não sei! - Blaise respondeu.
— Relaxa, gente! - Pansy disse. - Deve ser alguém do primeiro ano fazendo bagunça! Vem, Draco! Senta! A gente já vai chegar em Hogwarts!
— Hogwarts... - falei, me sentando. - Não sei como chamam isso de escola... Eu me jogaria da torre de astronomia se tivesse que continuar por mais dois anos!
— Tá falando do que? - Pansy perguntou, confusa.
— Digamos que vocês não vão me ver perdendo tempo nas aulas de feitiço no ano que vem! Enfim, Mamãe quer que eu complete a minha educação, mas, pessoalmente, acho que nos dias de hoje isso não seja tão importante. Quero dizer, pensem um instante... Quando o Lorde das Trevas tomar o poder, será que vai se importar com quantos N.O.M.s e quantos N.I.E.M.s apessoa obteve? Claro que não... Tudo vai girar em torno dos serviços que prestou, a dedicação que demonstrou a ele.
— E você acha que será realmente capaz de fazer alguma coisa por ele? – perguntou Zabini, sarcástico. – Com dezesseis anos e sem ter completado sua qualificação?
— Foi o que acabei de dizer, não foi? Quem sabe ele não se importa se tenho qualificações. Talvez eu não precise ter qualificações para o trabalho que ele quer que eu faça... - falei.
— Bom... - disse Pansy Parkinson. - É melhor trocarmos de roupa.
A garota ergueu-se para apanhar a mala que estava no bagageiro, e de repente, escutei um ruído estranho. Mais se parecia com um gemido de dor. Olhei então para o bagageiro, mas não havia absolutamente nada ali. Ainda assim, eu não poderia ignorar o barulho que havia escutado. Tinha algo de estranho...
Me juntei aos outros e também fui trocar de roupa, e depois, coloquei minha mala novamente no bagageiro. Quando finalmente chegamos a Hogwarts e o trem reduziu a velocidade para um sacolejo lento, os corredores começaram a se encher de alunos prontos para descer. Por fim, com um solavanco final, o trem parou.
Goyle abriu a porta da cabine com violência e saiu empurrando um grupo de alunos do segundo ano. Crabbe e Zabini o acompanharam. Ainda assim, eu sentia que havia algo de errado no bagageiro. Fiquei com medo de que pudesse ser alguém, escutando a minha conversa, então decidi que iria verificar.
— Vocês podem ir andando... Quero verificar uma coisa.
Então, todos saíram, assim como eu havia pedido. Eu desejava estar errado, mas tinha quase certeza de que Potter estava me espionando. Então, me levantei e me aproximei do bagageiro, retirando de lá a minha mala. Em seguida, tirei de dentro da minha capa a minha varinha.
— Sua mãe não te ensinou que é feio bisbilhotar, Potter? PETRIFICUS TOTALLUS!
Bem como eu tinha imaginado, era realmente Potter. Ele ficou instantaneamente paralisado com o meu feitiço, rolando do bagageiro e caindo no chão, com um baque extremamente alto de fazer o chão estremecer. Ele estava vulnerável e não conseguiria se defender, estando daquele jeito.
— Ah, é! Ela morreu antes de você limpar a baba do seu queixo!
Por anos e mais anos eu sentia ódio de Harry Potter. Não apenas por ter rejeitado a minha amizade, ou ficar procurando formas de receber elogios e atenção. Mas principalmente porque ele não media esforços para tentar tirar Charlotte de mim. E, finalmente, eu poderia fazê-lo pagar por tudo aquilo! Por isso, não pude conter o sorriso que se escancarou em meu rosto.
— Pensei mesmo ter escutado alguma coisa... – disse, eufórico. – Ouvi o malão de Pansy bater em você. Você não ouviu nada que me preocupe, Potter... Mas aproveitando que está aqui...
Reuni todo o desprezo e ódio que eu sentia por ele e pisei com força em seu rosto. Senti que seu nariz havia quebrado, e agora havia sangue por toda parte.
— Isso foi pelo meu pai... - eu ri. - Mas não guarde rancor disso, pode ser? Afinal, a minha Charlotte parece gostar muito de você. Vamos ser amigos, Potter!
Como esperado, ele continuou paralisado, mesmo com o nariz estraçalhado. Era satisfatório vê-lo daquele jeito, principalmente depois que ele estava tentando me espionar. Caso ele descobrisse algo, tudo estaria perdido.
— Agora, vamos ver...
Apanhei a capa de invisibilidade que estava jogada no chão e cobri completamente o corpo de Potter, que permanecia imóvel.
— Calculo que só vão encontrar você quando o trem tiver chegado a Londres. – comentei baixinho. – Até mais, amigo...
E, fazendo questão de pisar nos dedos dele, deixei o trem.
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Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]
FanfictionUma menina ambiciosa. Um menino arrogante. E para completar, um casamento arranjado sob Voto Perpétuo. ━━━━━━━━━ ◆ ━━━━━━━━━ Charlotte Snape, filha de Severus Snape, vivia sua vida normalmente até completar seus 11 anos, quando iria entrar para a es...