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Felipe|Kapela 🎭

Senti meu celular vibrando dentro do meu bolso mas a trocação estava intensa pra caralho, e qualquer distração podia ser fatal, tá ligado?? Não tinha como dá bobeira não!

Os vermes já tinham passado pela segunda barricada, e o Piloto estava nervoso pra caralho e xingando todo mundo no rádinho por causa desse bagulho.

Eu estava nervosão também, o suor já estava pingando no meu rosto, meu coração estava acelerado e a adrenalina percorria por todo o meu corpo.

Xxx: Precisamos de reforço na terceira barricata patrão! Eles tão avançando caralho.- um dos vapores falou no rádinho.

Piloto: Tô brotando com o Dafé!- falou no rádio.

Kapela: Dedé, se eles botar a cara nós mete bala sem dó!- ele assentiu.

Eu e o Dedé estávamos em um ponto estratégico em cima de uma laje, com visão para a terceira barricada, e daqui de cima nós estávamos tacando bala, e caso os cu azul avançasse, nós ia meter na cabeça de geral e sem dó.

Só que aí escutei o barulho de um helicóptero se aproximando do morro, e quando parei pra prestar atenção, vi que era um helicóptero da polícia.

Kapela: Dedé caralho, vamo desce porra, vamo desce! É da polícia, é da polícia!- falei nervoso.

De longe consegui enxergar o atirador de elite na porta do helicóptero, e ele já estava com a arma apontada pra gente.

Kapela: Geral desce das lajes porra! Eles tão com atirador de elite dentro do helicóptero e vão meter bala em todo mundo caralho.- falei aflito no rádio.

Descemos de cima da laje desesperados e nessa hora eu fiquei preocupado, eles estavam com um atirador de elite mirando em geral e também com uma visão completa do morro e com certeza passando informações pra quem estava aqui em baixo no confronto.

Kapela: A gente tem que fazer eles recuar agora porra!!- falei no rádio.

Piloto: Quero geral na barricada três agora porra, desce geral, todo mundo mermo!- também falou no rádio.- Esses filhos da puta vão voltar de ré!

Kapela: Bora Dedé!- ele concordou.

Eu e o Dedé chegamos até a onde terceira barricada ficava e do outro lado dava pra ver a multidão de policiais fortemente armados até os dentes.

Eles fizeram uma espécie de cordão humano e seguravam seus escudos de ferro, protegendo os policiais que estavam atrás, e eram esses que atiravam sem parar na nossa direção.

Todos os soldados do morro desceram pra cá e com isso conseguimos fazer com que os vermes recuasse pra trás, já que estávamos em maior quantidade.

Assim como a polícia, também tínhamos um atirador considerado de elite dentro do movimento, o cara tinha uma mira sem palavras, era um dos melhores do Rio, tá ligado? Ele atuou por anos no exército mas acabou caindo na vida do crime.

Ele se posicionou em uma das casas do morro e mandou bala pra cima do helicóptero e com isso, eles também tiveram que recuar ou então iam virar fogos de artifício lá em cima.

Piloto: Eles tão recuando caralho!- senti seu tom de voz aliviado.

Da onde eu estava, conseguia ver o Piloto, ele estava atrás de uma caçamba de lixo e atirava sem parar, a munição acabava, ele recarregava a arma e continuava metendo bala.

Nesse momento que eu estava encarando ele, senti uma sensação ruim no peito, e por um impulso, peguei meu celular no bolso e quando encarei a tela, tinha várias ligações perdidas da Isabella.

Na mesma hora retornei a ligação, e quando escutei ela chorando do outro lado da linha, aquela sensação ruim dentro do meu peito aumentou. Ali eu senti que alguma parada estava acontecendo com a minha irmã e ela estava precisando de mim!

Quando ela falou que a bolsa tinha estourado e que minha sobrinha ia nascer, eu nem soube como reagir, parecia até que o mundo tinha parado por uns segundos.

Peguei meu rádio na cintura, acionei um dos vapores que estavam fazendo a segurança da casa dela e mandei eles entrarem lá..

Voltei a encarar o Piloto, ele precisava saber dessa parada, mesmo sendo no meio dessa loucura, afinal é a filha dele que vai nascer.

Só que eu acabei agindo pela emoção do momento, tá ligado?

Dei um grito chamando seu nome, e aí ele se distraiu no meio do tiroteio, e por causa de um segundo que ele parou pra me olhar, ele levou um tiro e eu pude ver seu corpo caindo no chão em câmera lenta e o Dafé agachando ao lado dele.

Kapela: NÃOOOOOO.- gritei.

Não pensei duas vezes e saí correndo no meio da trocação e na direção do meu irmão.

Kapela: Porra mano, desculpa irmão, desculpa!- encarei ele.

O tiro tinha sido no ombro, e na hora já tirei minha blusa do rosto e pressionei no local do ferimento.

Kapela: Tu tá de boa mano? O tiro foi no ombro.- encarei ele.

Piloto: Tô de boa pô.- falou sussurrando.

Kapela: Tu tem que ficar de boa mermo, a bolsa da Isabella estourou e tua filha vai nascer!- ele me olhou com espanto e sorriu.

Piloto: Papo reto irmão???- concordei.- E cadê ela pô? Já levaram ela pro hospital? A gente precisa levar pro hospital mano.- disse com dificuldade.

Kapela: Tu que precisa ir pro hospital!- apontei pro ombro dele e o mesmo negou.

Piloto: Eu prometi que ia tá com ela nesse momento pô.

Kapela: Ela vai entender.- ele continuou negando.- Dafé a gente precisa levar o Piloto pro postinho.- ele assentiu.

Dafé: Cadê a porra do carro caralho? O Patrão foi baleado porra!- falou no rádio.

Dedé: Como tu saí no meio da trocação porra? Quer morrer?- me encarou.

Kapela: Nem raciocinei pô.... Foi mal!

O Piloto estava deitado no meu colo, a minha roupa já estava toda suja de sangue e à todo momento eu conversava com ele pra o manter consciente.

Piloto: Cuida dela pra mim pô.- falou bem baixinho.- Não sai do lado dela.- percebi que ele estava fechando os olhos.

Kapela: Não fecha o olho irmão, não fecha!- ele fechou.- Acorda Piloto caralho!- bati na cara dele.

O carro chegou assim que ele desmaiou e nós colocamos ele dentro com cuidado.

Kapela: Tu vai pro postinho com ele Dafé.- encarei ele.- Vou ir socorrer a Isabella.- ele concordou.

O menor saiu acelerando o carro em meio aos tiros, e eu saí correndo pelos becos junto com o Dedé em direção a casa da Isabella.

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AMOR SEM LEIS - [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora