AMOR SEM LEIS - [FINALIZADO]

120°

Isabella Campos⚡

Estava deitada na cama encarando o teto, quando me dei conta que passei mais uma noite em claro. Olhei pra janela daquele quarto e pelas brechas, observei a luz do dia que invadia o lugar. Desde quando estou aqui que eu não consigo dormir.

Minha mente não deixa, sabe?? Estou com a cabeça a milhão, é muita preocupação e medo!

Eu fico o tempo inteiro pensando em alguma maneira de tentar fugir daqui com às minhas filhas, e até já pensei em como matar o Neguinho. Acho que estou ficando louca!!

Encarei minhas filhas e às duas dormiam em um sono profundo. A única coisa que me acalma é ver que elas estão bem, mesmo que seja nessas condições.

Levantei da cama, fui até o banheiro, joguei uma água no rosto pra despertar, escovei os dentes, liguei a tv com o volume bem baixinho e voltei pra cama novamente.

Estava passando um jornal mas eu nem estava prestando atenção porque a minha mente estava em outro lugar, até eu ver a foto do Neguinho estampada na reportagem.

Levantei da cama quase correndo, me aproximei da tv e aumentei um pouco o volume.

"Gustavo Vaz de Souza, conhecido pelo vulgo de Neguinho está sendo procurado pela polícia civil do Rio de Janeiro, acusado de comandar o tráfico de drogas na Favela do Morro dos Prazeres."

Continuei prestando atenção em cada palavra que a âncora do jornal falava e me surpreendi quando uma repórter entrou ao vivo no jornal falando sobre às investigações.

Reconheci que ela estava na entrada do morro dos Prazeres e tinham vários policiais passando de um lado para o outro fortemente armados.

Em questão de segundos, escutei o barulho de fogos no céu e naquele momento eu confesso que me assustei e também fiquei apavorada!

O morro estava sendo invadida e com certeza era pela polícia... Meu Deus!! E se eles me pegam aqui???

Eu estou aqui em cárcere mas será que eles vão acreditar em mim ou querer saber disso??

A Eloá acordou assustada com o barulho dos fogos, que em seguida foi substituído pelo barulho de tiros. Como a gente estava na parte alta do morro, o barulho não era tão alto mas mesmo assim me deixava apavorada.

Eloá: Mamãe o que tá acontecendo?

Isabella: Eu não sei meu amor, eu não sei.— falei aflita.— Mas vai ficar tudo bem.

Encarei a tv e eles estavam passando a invasão ao vivo no jornal. Tinha muito policial, vários caverão e até um helicóptero sobrevoando o morro.

Eloá: Mãe aquilo é aqui?— apontou pra tv.

Só neguei com a cabeça e desliguei a tv. Eu queria continuar vendo a reportagem pra ter noção do que estava acontecendo no morro, mas eu não queria que a Eloá ficasse assistindo aquilo.

O barulho dos tiros era insuportável e de repente foi ficando cada vez mais alto e próximo da casa.

Isabella: Eloá, vem pro chão!

Peguei a Ísis no colo e ficamos sentadas no chão. Escutei uma movimentação fora do quarto e naquele momento eu tive certeza que alguém estava na casa e não eram os soldados do Neguinho.

Meu coração acelerou de uma forma surreal, e quando eu vi a maçaneta da porta girando, achei que ia desmaiar de tanto medo!

Mas quando eu vi o Gabriel passando pela porta nem acreditei, fiquei paralisada, sabe? Meu corpo ficou imóvel!