Capítulo 11

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Christian

Eram seis e quinze quando me aproximo da porta aberta do escritório de Ros Bailey. Sendo minha diretora financeira, não estou surpreso em vê-la trabalhando depois do expediente, mas a presença de seu assistente é inesperada. Ele está inclinado sobre a mesa de frente para ela, e sua discussão é feita em voz baixa. Eu bato no batente da porta para anunciar a minha presença. O assistente se endireita imediatamente, e ele se afasta para que Ros possa me ver. Olho para ela.

– Preciso daquela procuração para assinar, se ela já estiver pronta.

– Claro. – Ela acena para o assistente. – Jeff, você poderia...

– Certamente.

O jovem corre por trás de mim e vai até sua mesa, presumivelmente para procurar o papel que eu preciso. Pergunto-me brevemente se ele está sempre ansioso assim, ou somente quando o proprietário da empresa aparece. Honestamente, é raro eu me aventurar aqui embaixo até a sala de Ros. Ela geralmente é convocada para ir à minha. Apesar de minhas raras visitas, sinto-me relaxado nesta encenação. Eu não espero pelo convite de Ros para entrar.

– Sinta-se em casa, Christian – brinca ela, depois de me sentar em frente à mesa dela. – Pensei que você fosse pedir esse papel no início desta tarde.

– Eu perdi a noção do tempo.

Não é uma resposta totalmente desonesta. Eu tinha outras coisas na minha mente, como os meus planos para aquela noite, mais tarde, mas eu adiei a visita propositadamente. É um desperdício do meu tempo eu passar horas assinando a aquisição da The Sky Launch. É muito mais prático dar uma procuração à Ros para fazer isso em meu lugar. Mas a assinatura do documento é, de muitas maneiras, a minha declaração oficial de que eu estou continuando com este plano insano. Então, foi por isso que não pedi que ela me levasse o papel mais cedo. Fiquei adiando até muito tempo depois que minha secretária e a maior parte dos funcionários já tinham ido para casa. E, no fim das contas, aqui estou eu. Com a minha caneta pronta no bolso. Jeff retorna e entrega um arquivo para Ros.

– Se isso é tudo, então vou embora.

– Sim, claro. – Ela espia o relógio. – É um pouco tarde. Obrigada por ficar. Vejo você amanhã.

– Certo. Até amanhã, ms. Bailey.

Um olhar passa entre eles e eu percebo que os dois estão trepando. Não é provável que seja assim tão óbvio para a maioria das pessoas, mas eu tenho estudado a natureza e as relações humanas extensivamente. E reconheço um olhar do tipo vejo-você-pelado-muitas- vezes quando vejo um. Mas não digo nada e nem deixo transparecer que entendi a situação. Se eu fizesse isso, teria que estar disposto a repreender Ros. As relações sociais não são permitidas entre direção e pessoal, e é uma transgressão passível de rescisão de contrato. Mas ela é muito valiosa para a empresa para que eu me preocupe com algo tão sem relação com o motivo pelo qual a contratei. Jeff se vai e Ros abre a pasta e encontra o papel que eu preciso assinar. Ela passa os olhos por ele brevemente antes de entregá-lo a mim. Eu não leio. Apenas assino e coloco a data nos locais apropriados e entrego de volta.

– Você tem certeza de que quer fazer isso? – pergunta Ros quando pega o documento. Ela já o está colocando de volta na pasta, sabendo que não irei mudar de ideia, embora estejamos começando uma conversa sobre isso.

– Tenho certeza.

Não tenho, não. Eu nunca tinha entrado em um negócio com tantas dúvidas quanto tenho agora. Não são as finanças que me incomodam. Mesmo se eu perder dinheiro, é uma empresa tão pequena que nem vai chegar a arranhar a superfície de meus negócios.

Fixado Forever {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora