Capítulo 59

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Anastasia

O sol ainda estava baixo e fluindo através de uma abertura nas cortinas quando Christian soltou a mão do meu peito para olhar o relógio.

– Eu sei que é sábado – disse ele, beijando-me ao longo do meu ombro – e que ainda é cedo, mas tenho alguns negócios de que preciso cuidar antes que fique tarde. Então voltarei para comer você sem parar, pelo resto do fim de semana.

– Tudo bem. Se você tem que fazer isso. – Eu ainda estava me recuperando de dois orgasmos de bom-dia, quase incapaz de formar frases, e muito menos fazer qualquer coisa que exigisse algum tipo de pensamento. Mas eu tinha uma tarefa importante para realizar. Uma que eu vinha evitando. – Tenho algumas coisas para fazer também, por isso está tudo bem. Sorte sua.

– Sorte mesmo, verdade.

Christian tomou banho primeiro, enquanto fui correr na esteira. Quando terminei o meu treino, Christian tinha se retirado para a biblioteca. Tomei banho sozinha, e então me sentei na beirada da cama, com a toalha enrolada em volta de mim, o telefone na mão e contemplando a chamada que eu precisava fazer.

Fiz quatro tentativas de discagem rapidamente seguidas por cancelar antes que eu tivesse coragem suficiente para deixar a chamada seguir em frente. Então, eu ouvi o toque do outro lado da linha, e, sabendo que o meu número seria reconhecido, não pude desligar. Ele provavelmente não ia atender, de qualquer maneira, então por que eu estava sendo tão covarde?

Pareceu uma eternidade, mas finalmente meu irmão respondeu:

– Ah, meu Deus, Ana, você está bem?

Sua preocupação me irritou. Ou não era verdadeira ou era um pouco tarde demais.

– Claro que estou. Por que não estaria? – Eu não tinha respondido as ligações dele, mas isso não deveria ter sido motivo para tanto alarme.

– Porque você não esteve na boate durante toda a semana.

– Do que você está falando? Eu estive lá todos os dias.

Ele parecia exasperado:

– Eu liguei e pedi para falar com você todas as noites esta semana e você nunca estava lá. No começo, pensei que você tivesse dito à equipe que não atenderia meus telefonemas, mas depois dei um nome diferente e liguei de um telefone diferente.

– Jesus, José, eu não percebi que a mania de perseguição era genética.

– Rá-rá. – Seu tom de voz não era divertido. Ele nunca gostava quando eu brincava com a minha doença. E era exatamente por isso que eu brincava. – Eu não estava na boate porque não estou mais trabalhando à noite, seu idiota. – Como se fosse da conta dele. No entanto, alguma coisa em mim não pôde me impedir de contar a ele. Para me gabar, para buscar a aprovação: – Eu consegui uma promoção. Estou trabalhando com marketing e planejamento promocional. Trabalhando de dia. Como você queria.

– Ah. Uau. Parabéns, Ana. Estou orgulhoso de você.

Por meio segundo eu me senti aquecida e meio tonta com o elogio. Lembrei-me então que merda ele tinha sido para mim, como ele cortou o meu aluguel, como temia por minha relação com Christian, por causa da minha história obsessiva.

Sim, esse sentimento não estava lá para ficar.

– Que seja, José. Eu não quero ouvir isso.

– Mas é verdade.

– Você só está feliz porque agora estou seguindo o plano que você tinha traçado para mim. – José tinha achado que os turnos da noite e o ambiente da boate não seriam adequados para alguém com a minha condição, apesar de que o fato de trabalhar ali ter sido o que me ajudou a relaxar, para começo de conversa. Se ele tivesse me feito seguir as coisas do seu jeito, eu estaria hoje fazendo marketing para qualquer empresa entre as quinhentas mais da Fortune durante o dia, ganhando uma tonelada de merda de dinheiro e tendo um emprego respeitável. Mas, se eu tivesse ido por esse caminho, eu estaria tão entediada e sufocada que tenho certeza de que teria dado um tiro na cabeça na primeira semana de trabalho.

Fixado Forever {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora