Fixado Forever {Completa}

Capítulo 90

Anastasia

Saí do escritório de Ros sentindo-me mais aliviada que quando havia chegado. Havia apaziguado minhas dúvidas sobre a fidelidade de Christian e ela, inclusive, havia me dado algumas informações sobre sua relação com Elena. Cada vez mais, tudo parecia ser um teatro, nada mais do que isso.

No caminho para o elevador, meu estado de ânimo elevado se converteu rapidamente em inquietude, quando me lembrei de que tinha que voltar a passar diante da sala de Christian. Se Taylor houvesse mesmo enviado alguma mensagem, ele estaria em alerta para ver se me via. Não sabia com certeza se queria encontrar-me com ele ou não. Se eu o visse, teria que explicar-lhe por que estava ali. Mas certamente eu o veria. E isso me parecia tão maravilhoso como doloroso.

Avancei cautelosamente pelo corredor, fazendo o possível para que meu sapato de salto alto não fizesse barulho sobre o chão de mármore, e o tempo todo com o olhar cravado na porta fechada de seu escritório. Por isso, não percebi que Christian estava diante de mim até que tropecei nele.

– Anastasia.

Aí estava o som que eu mais adorava, mais que qualquer outro, meu nome na boca do homem que eu amava. Sua forma de dizê-lo, com reverência, como se fosse um hino, como uma canção de ninar... Isso fez com que despertassem as emoções que eu estava tentando enterrar muito fundo. A pele dos meus braços ficou arrepiada e senti uma pressão no peito. Muita pressão, quase a ponto de arrebentar. Comecei a dizer-lhe algo, mas havia ficado sem voz. Christian me envolveu em seus braços.

– Vamos conversar em particular, não é? – disse e me levou para sua sala. – Não me passe chamadas telefônicas – acrescentou ele a Andrea, antes de entrar. Quando nós entramos na sala, fechou a porta com chave. Se as circunstâncias fossem outras, toda essa atitude de macho dominante se tornaria atraente para mim.

Tudo bem, ele continuava atraente qualquer que fosse a circunstância. E eu havia sido uma garota má, indo falar com sua funcionária pelas costas. Talvez, se tivesse sorte, ele me colocasse sobre seus joelhos e me desse uns tapas na bunda...

Será que não estava sendo otimista demais?

– Bem, olá, C.

Ele soltou meu braço.

– O que você está fazendo aqui, Anastasia?

Christian parecia cansado, e sua voz também. Ele estava com os olhos avermelhados e rodeados por círculos escuros. Estaria dormindo mal por minha causa? Ou será que seu aspecto se devia ao trabalho, e à cama com que não estava acostumado?

Apesar das olheiras, continuava lindíssimo. Eu me perguntei muitas vezes se, em algum momento, eu me cansaria de seu aspecto tão irresistível. Se isso acontecesse alguma vez, não seria nesse dia. Sua simples presença me afetava... Excitava-me, me deixava nervosa. Enfurecia-me. A mistura de atração, frustração e desespero me deixava de mau humor, um cruzamento entre paquera e guerra com uma boa dose de amargura em cima de tudo.

– O que estou fazendo aqui no seu escritório? Você me arrastou aqui, lembra?

Distanciei-me dele e passei a mão pelo encosto do sofá.

– Não seja engraçadinha. – disse ele, embora eu tenha notado um sorriso atrás de sua expressão de homem sério. – Eu quis dizer no edifício.

Girei a cabeça para olhá-lo.

– Talvez tenha vindo vê-lo. Tenho a tendência de perseguir um homem quando ele me ignora.

Era uma possibilidade. Já aconteceu antes. Inclusive com ele. Christian deixou escapar um suspiro.

– Você não veio até aqui para ver-me. Você chegou a este andar há mais de meia hora e não veio para minha sala até agora.