Christian
O meu avião se atrasou ao partir de Chicago, e estou atrasado para o espetáculo. Corro ansiosamente pelo saguão do Lincoln Center. Não apenas pela ansiedade de ver Anastasia, mas estou ficando louco ao imaginar toda a merda que Elena pode ter despejado na minha ausência. Felizmente, Madge e Warren também vieram. Esperemos que sua presença irá manter sua filha mais comportada.
Eu entro em nosso camarote assim que as luzes do teatro se apagam. Anastasia está de costas para mim, mas mesmo apenas a nuca dela e a curva de seus ombros são suficientes para fazer meu pau se contorcer e meu peito aquecer. Eu posso dizer que ela está usando o vestido que pedi. Embora eu não possa ver como ela ficou nele, sei de memória como o vestido preto longo abraça suas curvas, sei como os laços do espartilho que se prende em suas costas vão ser uma merda para desatar quando eu o tirar mais tarde.
Só que eu não vou despi-la mais tarde. Eu tenho que lembrar que não é o que ela pediu.
O meu telefone vibra com uma mensagem de texto na caixa de entrada. É de Anastasia.
Onde você está?
Eu deslizo pelos degraus até a minha cadeira e me inclino para ela para sussurrar em seu ouvido enquanto me sento.
– Bem ao seu lado.
A música começa quando aceno uma saudação aos Lincolns, mas tudo que sei é Anastasia. O olhar dela, o calor dela, o cheiro dela, tudo isso me consome. Ela não deseja nada, apenas manter o fingimento entre nós, mas mesmo assim pego a mão dela e justifico isso como parte da encenação para os pais de Elena. Fico segurando, prendendo seu toque até o intervalo. Se for só isso que terei dela, vou aproveitar até a última gota.
Estamos bem com o nosso desempenho como um casal. Os Lincolns parecem comprar o nosso relacionamento. Estou preocupado quando Anastasia acompanha Elena e Madge para o banheiro, mas não posso fazer nada para impedi-las de usar as instalações. Meus olhos se movem incessantemente de Warren para a entrada do camarote desde que elas saíram. Warren percebe, claro.
– Ah, o amor entre os jovens – comenta ele. – Eu me lembro quando não podia suportar ficar sem Madge. Na verdade, esqueça essa coisa de jovem, ainda me sinto dessa forma.
Eu concordo.
Amor, disse ele.
Eu giro a palavra na minha cabeça. Não tem nenhum significado para mim. A maneira como ele parece se sentir sobre sua esposa não é nada que já tenha testemunhado entre meus pais. E, sim, eu estou interessado em ter Anastasia ao meu lado novamente. Mas isso não é chamado de amor. Ou é?
Quando elas retornam do banheiro, Anastasia parece no limite. Ela está carente, tocando em mim sempre que pode. Ela desliza a mão debaixo do meu paletó, e fico esperançoso de que isso pode significar que Anastasia esteja disposta a nos dar outra chance. Mas, se estiver, é uma má ideia acalentar tal coisa, e uma ideia ainda pior deixar que Elena saiba. Então, limito meu contato com Anastasia a apenas segurar sua mão, embora esteja tão desesperado para tocá-la quanto ela está comigo.
Enquanto a música toca, trato de me convencer um milhão de vezes de que não vou levá-la de volta para o loft. E, assim como acontece muitas outras vezes, eu me convenço de que vou. Qual das duas hipóteses vai vencer, não sei, mas pelo menos Elena não vai saber.
Após o concerto, todos nós caminhamos para a garagem juntos. Eu mantenho o meu braço em torno de Anastasia, mas não posso olhar para ela. O toque é supostamente parte da encenação, mas se Anastasia espiar meus olhos, aposto como ela irá notar o quanto isso é muito real para mim. E tenho receio também de que será testemunhado pela minha parceira no crime. É um ato de equilíbrio que mal consigo executar.
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Fixado Forever {Completa}
Fanfiction"Eu posso facilmente dividir minha vida em duas partes: antes e depois dela."