Capítulo 25

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Anastasia

Christian me deixou escolher a maior parte das roupas e sapatos que comprou para mim. No fim das contas, formou-se uma pilha generosa. Eu intencionalmente não ouvi o custo total quando Stacy o passou, temendo sentir como se tivesse um amante que me sustentasse ou, pior, como se fosse a prostituta dele. Tivemos um belo jantar em um restaurante italiano no Village, e depois Christian levou-me até o clube. Excepcionalmente com sorte por encontrar uma vaga de estacionamento bem no quarteirão, ele aproveitou, estacionou e deixou o carro em ponto morto.

– O desfile beneficente de minha mãe começa às 13 horas, amanhã. Vou precisar buscá-la às 12:15, mais ou menos. Sinto muito que você não possa dormir até mais tarde. Você sai da boate às três da manhã?

– Sim, mas posso lidar com isso.

– Taylor vai estar aqui para buscá-la. Vou me certificar de que ele leve todos os seus pacotes e que ele a ajude até seu apartamento. – Um sorriso malicioso surgiu em seu rosto. – A menos que prefira que eu a pegue.

Christian me levar para casa?

Sim, eu preferiria, mas precisava estabelecer alguns limites. Eu já o tinha deixado me possuir quando disse explicitamente que não.

– Acho que eu teria ainda menos horas de sono desse jeito.

– Verdade. Provavelmente não é uma boa ideia.

Ficamos lá sentados por vários segundos, a tensão sexual faiscava entre ambos, no silêncio. Eu deveria lhe dar um beijo de despedida? Ele iria me dar um beijo de despedida? Nós tínhamos tempo para nos esgueirar no vestiário da boate para dar uma rapidinha?

Eu tinha me limpado tão bem quanto pude no banheiro do restaurante, mas o cheiro de sexo ainda pairava no ar e me fazia ter pensamentos safados com esse homem. Não queria ir embora.

– Está tudo bem com o trabalho? – Foi uma desculpa para ficar mais um pouco com Christian, mas, na verdade, estava genuinamente interessada em saber do que se tratou aquela série de mensagens e ligações na loja.

– Posso lidar com isso – respondeu, repetindo minhas palavras anteriores. Eu tinha esperado que Christian me contasse mais, mas ele não tinha compartilhado nada sobre seus negócios comigo desde que o conheci. Não havia nenhuma razão para acreditar que ele o fizesse agora.

Olhei para ele por um instante, até que isso me fez sentir estranha, meu estômago embrulhando como se eu estivesse descendo por uma montanha-russa. Foi quando olhei para fora pelo para-brisa dianteiro do carro. Kate caminhava pela rua, com o cabelo loiro tornando-a fácil de detectar. Isso me deu uma ideia. Outra desculpa, na verdade. Desta vez, para conseguir o contato físico que eu desejava.

– Uma vez que nossa farsa já começou, seria melhor que nós a tornássemos oficial. – Fiz um gesto com a cabeça em direção a Kate e Christian balançou a cabeça em compreensão.

– Excelente ideia. – Ele fez uma pausa, esperando que Kate chegasse um pouco mais perto e garantindo que ela tivesse um bom show. Em seguida, ele saiu do carro e foi até a minha porta, abrindo-a para me ajudar a sair. Então, passou o dedo no meu rosto.

– Pronta?

Eu nunca estava pronta, mas inclinei meu queixo para que minha boca pudesse encontrar a dele. Nossos lábios se juntaram, nossas línguas voando uma ao redor da outra. Meus joelhos se dobraram, mas as mãos de Christian estavam nas minhas costas, apoiando-me. Foi quando agarrei a camisa dele, querendo desesperadamente entrelaçar meus dedos em seu cabelo, sabendo que isso só iria alimentar meu desejo. Sério, só haviam se passado duas horas desde a nossa aventura no provador e parecia que eu não tinha transado com ele durante meses.

Christian se afastou e olhou de relance para Kate.

– Ela nos viu – disse em voz baixa.

– Ah... – Eu já tinha me esquecido de que esse momento de paixão tinha sido encenado para ela. – Ótimo – engoli. – Obrigada – sussurrei, ainda sem fôlego. – Pelo dia de hoje. – Por me comprar roupas bonitas, por ignorar o meu pedido para que este dia não tivesse sexo, por extrair o ar dos meus pulmões com um beijo na Columbus Circle.

– Amanhã, Anastasia.

Esforcei-me para me afastar dele e só olhei para trás quando ele entrou no carro. Kate cruzou os braços sobre o peito, encostada contra a porta, segurando-a aberta para mim.

– Hora de me dar mais detalhes – disse ela quando passei. E foi o que eu fiz, contando-lhe tudo sobre Christian e Anastasia, o casal feliz, misturando verdade com ficção. Eu lhe disse que o tinha conhecido na Stern e que ele havia comprado a boate para ficar perto de mim, mas que ela não contasse aquilo a Jack. Eu lhe disse que passávamos todo o nosso tempo livre juntos, que não conseguíamos manter nossas mãos longe um do outro e que estávamos loucamente apaixonados. As mentiras vieram facilmente e elas me deram uma sensação boa. Pareciam plausíveis. Não porque eu sabia que Kate acreditaria nelas, o que era verdade, mas porque quase fiz isso também.

Eram quase quatro horas quando Taylor e eu tínhamos acabado de descarregar todos os pacotes no meu apartamento, mas ainda não estava cansada. Por um momento tive uma pontada de pesar, desejando ter deixado Christian me trazer para casa. Os pensamentos sobre ele tinham se agarrado a mim a noite toda, e nem conseguia contar o número de vezes que eu tinha começado a escrever e apagado uma mensagem destinada a esse homem, além disso, eu estava inchada e dolorida de desejo. Eu tinha sido forte no carro, ao lado de Christian, reconhecendo que não seria saudável preencher todo o meu tempo com esse homem.

Agora, sozinha e carente dele, minha força de vontade enfraqueceu. E em vez de ir direto para a cama, como deveria ter feito, liguei meu computador e me permiti fazer a única coisa que vinha tentando não fazer: perseguir Christian pela internet. Disse a mim mesma que precisava encontrar informações sobre Christian, para que estivesse preparada quando encontrasse outras pessoas. E se a mãe dele fizesse um comentário sobre a experiência na faculdade? Eu tinha que saber que ele estudou em Harvard. E se alguém me perguntasse sobre o que eu achava sobre os investimentos filantrópicos de Christian? Seria de grande interesse saber que ele era um grande benfeitor do Lincoln Center e que bancava uma bolsa de estudos na Julliard.

E suas ex-namoradas. Eu tinha que saber sobre elas também.

No entanto, não encontrei muita coisa nesse departamento. O que encontrei, na maior parte, foram fotos de Christian com uma grande variedade de mulheres.

Engoli em seco quando reconheci que uma daquelas mulheres era Stacy, da loja da Mia. Ela tinha estado em pelo menos um encontro com Christian. Não era à toa que demonstrou tanta animosidade contra mim. Nenhum rosto se repetiu, exceto o de Elena Lincoln, a loira magra e bonita com quem a família dele queria que se casasse. Eles nunca apareciam realmente juntos, mas ela estampava um olhar de adoração em seus olhos que me fez duvidar de que seria completamente infeliz com um casamento arranjado. Mas, de novo, eu não conseguia acreditar que alguém pudesse ser infeliz ao lado de Christian.

Descobri muito sobre o meu suposto namorado neste trabalho, mas, na verdade, a minha pesquisa na internet tinha pouco a ver com me preparar para conhecer a família e os amigos de Christian. Fiz essa busca porque me senti compelida a entender o homem que me afetava tão completamente. E li artigo após artigo porque queria saber todas aquelas curiosidades bobas que só um verdadeiro fã ou amigo íntimo saberiam.

Fiquei sentada diante do computador até que meus olhos ficaram cansados de absorver cada porção esclarecedora sobre Christian Grey que pude encontrar, porque não conseguia deixar de fazer isso... Se eu estava ficando obcecada, não me importei com isso. Christian atraía-me para ele com uma força magnética. E embora soubesse que o meu comportamento só poderia ser permitido como sendo um lapso de uma só vez, apreciei a euforia de fixar-me no homem que já havia claramente declarado que nunca seria meu.

Fixado Forever {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora