Anastasia
Eu acordei um pouco antes do meio-dia, no dia seguinte, quando ouvi o meu celular zumbir com uma mensagem. Ele estava ligado na mesa de cabeceira, ao meu lado, mas eu não estava pronta para acordar, tendo ido para a cama depois das seis da manhã. Deitada com os olhos fechados, fiquei sorrindo no meu travesseiro e relembrando os acontecimentos da noite anterior. As coisas que Christian tinha me dito, a maneira como ele me beijou e me tocou... E o meu coração acelerou com essa lembrança. Tudo isso tinha realmente acontecido?
Meu transtorno compulsivo pelos relacionamentos tornava muito fácil imaginar coisas acontecidas entre mim e os outros que, na verdade, não tinham acontecido. Fazia vários anos desde que eu tinha adquirido este hábito. Agora, será que eu estava fazendo isso de novo?
Não, não estava inventando nada. Eu não poderia inventar um beijo como aquele. Tinha acontecido. E eu quis que mais deles acontecessem. Mas, pela manhã, à distância, e vendo as coisas com outros olhos, podia enxergar muito melhor como isso não devia acontecer. Por mais que eu o quisesse, já estava pensando em Christian muito mais do que seria saudável. E decidi repassar, em minha mente, as etapas de reconhecimento de uma fixação anormal:
Eu pensava sobre Christian até o ponto em que isso afetava o meu trabalho ou o meu cotidiano?
Bem, certamente tinha pensado muito nele depois que ele tinha saído da boate, mas tinha conseguido trabalhar todo o meu turno sem nenhum problema.
Eu pensava que Christian era o cara certo para mim?
De jeito nenhum. Na verdade, eu suspeitava de que não deveria me misturar com ele.
Achava que nunca mais seria feliz se não o visse novamente?
Eu ficaria desapontada, mas não arrasada. Bem, provavelmente não arrasada. Tudo bem, eu ficaria arrasada.
Eu telefonaria para ele ou iria visitá-lo a ponto de parecer uma perseguição?
Nem sabia onde ele morava ou trabalhava. Se eu estivesse ficando obcecada por Christian, teria descoberto isso antes de ter ido para a cama naquela manhã. Eu nem sequer tinha o número do telefone dele.
Epa, um momento, eu tinha sim. Mas não o tinha usado. Eu estava bem. Por enquanto.
Ainda assim, não pude evitar de me perguntar por que ele queria ficar comigo. Christian Grey tinha status de celebridade. Ele poderia namorar supermodelos e mulheres com pedigree, por que ele me queria?
A falta de uma resposta me fez duvidar do que realmente tinha acontecido entre nós. E, então, havia a sua oferta ridícula de pagar meus empréstimos estudantis em troca de eu me pendurar nele como um troféu. Como diabos eu me qualificava para fazer isso? Se fosse outro tipo de garota, uma com cifrões nos olhos, certamente estaria entusiasmada com a sua... Como Christian chamou mesmo?
A sua proposta.
Felizmente, o dinheiro não me atraía mais do que eu necessitava para a minha sobrevivência. A única tentação era a oportunidade de poder passar mais tempo com esse delicioso exemplar de homem. Mas eu já tinha passado por isso e concluí que não era uma boa ideia. Além do mais, se tinha entendido corretamente, a possibilidade de passar um tempo com ele continuaria, aceitando ou não o seu trabalho.
Não é uma possibilidade, Ana! Era uma ideia confusa, de qualquer forma. Dormir com ele sem estar em um relacionamento, mas fingindo ter um relacionamento. Por que não apenas ter um relacionamento?
E lá estava eu, tentando transformar a sua oferta em algo mais do que era.
Suspirei e estiquei meus braços acima da cabeça. Estava evidente que não voltaria a dormir e que Christian era demais para se contemplar sem um café.
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Fixado Forever {Completa}
Fanfic"Eu posso facilmente dividir minha vida em duas partes: antes e depois dela."