Capítulo 31

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Christian

Os próximos dias são dolorosos. Eu trabalho longas horas, jogando toda a minha energia para resolver os problemas na Plexis. Mas as noites são longas e solitárias. Nem álcool nem ficar me masturbando não aliviam nenhuma das minhas necessidades. Se eu fosse um objeto de estudos em uma das minhas próprias experiências, minha tese teria sido provada – a afinidade com outra pessoa torna uma delas falha. Ainda assim, por mais triste e fraco que esteja agora, não vou desistir dos momentos que compartilhei com Anastasia.

Eu tinha planejado voar diretamente para Chicago na quarta-feira para mais uma reunião sobre a Plexis na quinta-feira de manhã, mas eu voltei para Manhattan na terça-feira em vez disso. É mais difícil lutar contra a minha vontade de correr para ela, mas encontro conforto em estar na mesma cidade. Passo a noite em meu loft, e os pensamentos do tempo que passamos juntos me acompanham enquanto derivo para dentro e para fora de um sono vacilante.

Logo cedo na quarta-feira, recebo um relatório de Taylor. Ele ainda está dirigindo para Anastasia e, mais importante do que isso, ainda manda relatórios para mim. O seu relatório é um pouco banal, exceto que percebo que Anastasia parou no prédio das Indústrias Grey nos últimos dois dias. Esse comportamento dela pode ser avaliado como sem sentido para outra pessoa, mas eu entendo coisas sobre ela que outros não compreendem. Fico pensando se suas visitas são uma indicação de que ela está voltando a cair em hábitos passados.

A ideia me preocupa. É uma vitória menor para Elena. Ao mesmo tempo, sinto-me coberto por um formigamento quente que é quase reconfortante. É uma merda sentir alegria com isso, mas não vou ficar contente com os reveses dela. Estou esperançoso, em vez disso, de que suas ações indiquem outra coisa, que eu significo alguma coisa para ela. Que estou presente em sua mente. Que Anastasia sente algum afeto por mim, como eu me sinto em relação a ela. Apesar de que não sei por que isso importa...

É depois de uma reunião improvisada no almoço com uma das minhas equipes de publicidade que eu a vejo. Acompanhei essas pessoas ao elevador, um dos homens terminando de contar uma piada quando as portas se abrem. E lá está ela.

– Anastasia.

Mesmo dizer o nome dela é um deleite que eu me neguei. Fico tonto com a visão dela, mas estou ciente de onde estamos e do que é a nossa relação, e consigo manter grande parte da minha surpresa para mim mesmo.

Ela está congelada, aquela expressão de um cervo pego nos faróis de um carro cobrindo todo seu rosto. Estico a mão para ela. Anastasia a segura e fico feliz. Como pode ser tão simples você ficar tão emocionado com apenas o toque da mão de uma mulher? É ridículo e maravilhoso ao mesmo tempo. Viro-me para a minha equipe.

– Senhores, a minha namorada decidiu me surpreender com uma visita ao meu escritório.

Os homens fazem algum comentário espirituoso que eu perco porque estou completamente absorvido pelo sorriso dela. Completamente absorvido por ela.

Os minutos seguintes são um borrão, mas, finalmente, eu tenho Anastasia comigo no meu escritório. Sozinho. Nada disso pode ser uma boa ideia. Com grande esforço, solto a mão dela e me distancio, física e figurativamente.

– O que você está fazendo aqui, Anastasia?

Ela não olha para mim. Isso ajuda. Enquanto ela trabalha em sua resposta, aproveito para estudá-la. Eu a entendo, acho. O sentimento de querer estar perto de alguém e saber que você não deve fazer isso. Sim, eu entendo isso.

Depois de um tempo, ela cruza seus braços em volta de si mesma e inspira profundamente.

– Eu, ahn, queria ver se você estava de volta.

Fixado Forever {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora