Capítulo 53

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Anastasia

Mia era dona de uma das butiques mais quentes de Nova York. Apesar de nunca ter precisado trabalhar um dia em sua vida, a filha do meio dos Grey tinha olho para design de roupas e ela colocou em bom uso esse seu talento. Sua loja atendia somente com hora marcada, e eu quase me perdi no céu da moda quando Christian tinha me levado para comprar roupas ali, quase duas semanas antes. Depois de ordenar a Taylor que fosse para Greenwich Village, onde Mia tinha sua loja, Christian pegou seu telefone e ligou para sua irmã. Escutei pela metade a sua curta conversa.

– Obrigado, nós estamos a caminho – disse ele antes de desligar. – Ela não vai estar lá – disse ele quando guardou o telefone no bolso. – Mia está se arrumando para a festa. Mas Stacy vai cuidar de você.

Eu gemi interiormente com o pensamento de lidar com Stacy, a assistente loira e muito magra de Mia. A mulher tinha uma queda por Christian, tinha até saído com ele pelo menos em uma ocasião. Eu nem precisaria dizer que ela não gostava de mim. As adagas que ela lançava com seus olhos eram afiadas o suficiente para matar um exército. Além disso, ela me deixava com ciúme.

Mia insistiu que Stacy não estava nem perto do radar de Christian. Mas uma noite, quando eu o perseguia ciberneticamente, tinha visto uma foto de Christian e Stacy juntos. Eles pareciam bem. E eu apostava que ela não tinha uma história de loucura como eu. Se pudesse evitar ver Stacy, eu seria uma pessoa muito mais feliz.

– Se Mia não vai estar lá, talvez a gente não devesse se preocupar com essa coisa da butique. Poderíamos voltar para o meu apartamento e pegar alguma coisa que compramos da última vez.

– Não, precisamos de algo novo. Eu quero exibir você.

Eu não tinha certeza se isso me deixava feliz ou irritada. Por um lado, ele gostava da minha aparência o suficiente para achar que poderia me exibir. Por outro lado, isso era tudo o que eu era? Um troféu? Foi isso que sobrou de nosso esquema de convencer a todos de que estávamos juntos?

Não era provavelmente nenhuma das opções anteriores, mas simplesmente uma declaração de cortesia de um homem para a sua mulher. Minhas emoções estavam ainda muito confusas desde os últimos quinze minutos – na verdade, desde as últimas vinte e quatro horas –, e agora tudo que acontecia tinha uma pontada do peso dessa confusão. Parecia que eu não conseguia simplesmente aceitar qualquer coisa pelo seu valor real. Havia camadas de sutilezas para cada gesto, cada comentário, cada momento... E eu estava tendo muita dificuldade em conseguir aceitar e entender tudo isso.

O fato de levar quase quarenta e cinco minutos de carro até o Village não ajudou. Eu me aconcheguei em Christian e fechei os olhos tentando cochilar, sem sucesso. Quando Taylor finalmente parou na frente da butique, parecia que a viagem tinha levado toda a vida. Christian não esperou o nosso motorista para abrir a porta. Ele saiu, estendeu a mão para mim e continuou a segurar minha mão enquanto caminhávamos até a loja. E não pude deixar de me lembrar da última vez que tínhamos estado lá, como ele segurou minha mão do mesmo jeito. Daquela vez, era fingimento, e desta vez era real. Isso era real, não era?

Como se ele pudesse ler minha mente, Christian apertou minha mão, enquanto esperávamos que Stacy viesse atender a campainha. Virei-me para ele e seus lábios se curvaram em um meio sorriso. Ocorreu-me que eu o tinha visto sorrir bem mais nas últimas vinte e quatro horas do que tinha observado em todas as três semanas desde que eu o conheci. Sim, isso era real.

Atrás dele, eu vi os operários de uma obra em construção na loja ao lado.

– O que será que está acontecendo por lá?

Christian seguiu o meu olhar.

– A expansão da Mia. Eu acredito que eles já estão quase terminando. Viremos para a inauguração. Ela vai querer você lá.

Fixado Forever {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora