Capítulo 100

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Anastasia

Eu fui para o trabalho naquela noite para encontrar um pacote com o meu nome me esperando no escritório.

– O que é isto? – perguntei a Gwen.

– Não sei. Um mensageiro deixou para você, cerca de meia hora atrás. Nenhuma mensagem.

Ela voltou a contar o dinheiro no cofre. Não havia como saber o que era aquilo a não ser que abrisse o pacote. Lá dentro, eu encontrei um Kindle novo. Eu nunca tinha tido um e-reader antes, mas vinha usando o aplicativo do Kindle no meu computador. Eu o liguei e encontrei o dispositivo cheio de livros. Folheando-os, reconheci os títulos dos livros que estavam nas minhas estantes na biblioteca de Christian. Peguei o embrulho, vasculhei em busca de um cartão e finalmente encontrei uma nota simples, escrita à mão:

"No caso de você estar sentindo falta dos seus livros tanto quanto estou sentindo a sua falta.

– C."

Olhei para o cartão por alguns minutos, enquanto tentava acalmar minha pulsação. Ele vai realmente lutar por mim, então. A percepção disso me emocionou. No entanto, presentes não eram o melhor caminho. Eu não dava a mínima para itens materiais. Mas o bilhete... isso eu adorei.

Gwen fechou a porta do cofre e veio olhar por cima do meu ombro.

– Ah, então o namoradinho está tentando conquistá-la de volta.

– É o que parece. – Enfiei o cartão no meu sutiã, e esperei por seu tradicional discurso de que o amor é uma merda. Ele não veio.

– Poderia haver coisas piores – disse ela, com mais do que um toque de melancolia. Era possível que ela estivesse certa.

No domingo, um serviço de entrega apareceu na casa de Kate, trazendo um novo futon, muito mais grosso e de mais qualidade que o antigo. O cartão desta vez dizia:

"Você deve dormir bem, embora eu não esteja aí. – C."

Eu olhei para Kate.

– Como é que ele sabe que eu estou dormindo num futon?

Ela encolheu os ombros.

– Talvez eu tenha dito algo sobre isso em um de nossos textos.

– Você está trocando mensagens de texto com ele? – Kate não deveria estar do meu lado?

– Ele entregou o seu carregador de celular na boate, numa noite dessas. Acho que ele pensou que era por isso que você não tinha respondido as mensagens dele. Então, eu liguei o negócio e, santo Jesus, Ana, aquela coisa estava cheia de textos. – Ela puxou o longo cabelo sobre o ombro. – Alguns deles me deixaram com um pouco de pena do cara. Eu mandei uma mensagem para ele de volta.

Dei um soco em seu ombro, ou melhor, empurrei.

– Que porra é essa?

– Eu disse a ele que era eu e não você. – Como se essa fosse a razão pela qual eu estava chateada.

– Isso é coisa particular, Kate.

Mais uma vez, ela deu de ombros.

– Alguém tinha que ler todas aquelas mensagens, é só isso que eu estou dizendo. – Ela se virou para o entregador, que havia se aproximado de nós com sua prancheta, à procura de alguém que assinasse. Kate assinou, em seguida, olhou para mim. – O celular está ligado em cima da geladeira, se você estiver interessada...

Bem mais tarde, e eu não conseguia dormir, apesar do meu novo e confortável futon, então puxei meu celular de seu esconderijo. Havia mais de cem mensagens de texto não lidas, além de um punhado que tinha sido marcado como lidas e que eu não tinha visto. Aparentemente, Kate só tinha fuçado em algumas das mensagens.

Fixado Forever {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora