Anastasia
Depois que Christian foi embora, chorei por tanto tempo e com tanta intensidade que fiquei com a sensação de que iria desmaiar de puro esgotamento. Mas não foi isso que aconteceu. Tentei proteger-me enrolando-me em mim mesma na cama, mas parecia grande demais. E por mais cobertores que eu colocasse por cima de mim, continuava sentindo frio. Por fim, decidi ir para a biblioteca, tomei mais alguns tragos de tequila para aquecer-me e coloquei um filme da minha coleção dos 100 melhores filmes da AFI. Escolhi assistir a Titanic. Afinal de contas, já que eu me sentia tão desconsolada, poderia me afogar de vez...
Antes que o barco afundasse, dormi no sofá. Despertei no dia seguinte com os olhos inchados e com enxaqueca. A primeira coisa que me veio à mente foi que eu precisava de cafeína. No entanto, não sentia o cheiro do café recém-feito na cobertura e foi então que eu me lembrei de que Christian não estava ali. Todo dia, antes de sair para o trabalho, ele me fazia café. A ausência daquele simples detalhe ameaçou provocar uma nova sessão de lágrimas. Pode ser que ele tenha telefonado.
Procurei o telefone e o encontrei enterrado no meio das almofadas. Merda! O aparelho estava sem bateria. Eu estava muito consumida pela tristeza para me lembrar de deixá-lo carregando durante a noite. Após conectá-lo ao carregador na tomada da biblioteca, preparei um café para mim e encontrei Ibuprofeno no armário do banheiro. Depois tomei uma ducha, com a esperança de que a água quente aliviasse o inchaço dos olhos. Talvez até mesmo tenha desinchado, mas eu não me sentia melhor. Em seguida, envolvi-me numa toalha e fiquei olhando o espelho embaçado pelo vapor. Quem dera fosse tão simples assim, levantar a mão e limpar a condensação, para poder ver o homem que havia debaixo da neblina. Se ele me deixasse entrar, seria tão fácil. Quem sabe minha carícia pudesse conseguir finalmente que ele visse as coisas claramente. Mas não era assim tão simples. No entanto, eu ainda podia esperar uma mensagem ou uma chamada perdida.
Vesti-me e voltei para acomodar-me no sofá para ligar o telefone. Nada. Então, eu lhe enviei uma mensagem:
Venha para casa.
Como depois de cinco minutos não recebi nenhuma resposta, pensei em enviar-lhe outra mensagem. Ele estava no trabalho. Então, eu não deveria incomodá-lo. Mas era de se supor que eu fosse importante. Se eu ainda fosse importante, ele me responderia. Debati-me sobre o que deveria fazer. No passado, enviar mensagens e os telefonemas obsessivos tinham sido minha maior debilidade. Durante o período de mais de um ano desde que comecei a terapia, nem sequer me permiti ter um telefone. A tentação era grande demais. No auge da minha obsessão, eu podia encher a caixa de entrada do celular em uma hora. Paul teve que mudar de número depois que eu passei três dias seguidos, sem parar, enviando-lhe mensagens. Com Christian, eu considerava cuidadosamente cada mensagem que lhe enviava. Não lhe enviava todas que vinham à minha mente. Era difícil, mas eu tinha conseguido me controlar.
Nesse dia, queria mais que o controle fosse à merda. Eu lhe enviei uma nova mensagem:
Agora você vai me evitar?
Eu não vou perguntar sobre isso se não quiser. Isso não é justo.
Cinco minutos depois, eu lhe enviei outra mensagem:
O mínimo que você pode fazer é falar comigo.
Enviei-lhe várias outras, com intervalo de três a cinco minutos cada uma.
Você disse que eu era tudo para você. Fale comigo.
Eu não vou perguntar sobre isso se não quiser. Isso não é justo.
Não deveria ser eu a estar com raiva?
Eu já estava a ponto de começar a escrever outra mensagem quando o telefone vibrou na minha mão ao receber uma mensagem. Era dele:
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Fixado Forever {Completa}
Fanfiction"Eu posso facilmente dividir minha vida em duas partes: antes e depois dela."