Capítulo 98

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Christian

A única coisa que me mantém vivo pelos próximos dias é o meu compromisso em garantir

que Anastasia esteja bem. Passo a manhã de segunda-feira recarregando as baterias do fora de Anastasia e finalizando os detalhes sobre o negócio da GlamPlay com Ros. Eu mantive Taylor de plantão, observando Anastasia de longe no caso de Elena decidir tentar alguma coisa, e checo as coisas com ele muitas vezes. Mando comprar um Kindle e baixo os livros favoritos de Anastasia nele, assim ela terá alguma coisa para fazer em vez de ficar obcecada e triste com o estado das coisas. Essas são as minhas tarefas neste momento. Eu vou ficar obcecado com ela, em vez do contrário. Eu vou ficar triste o suficiente por nós dois.

Ligo para Katherine. Fico grato ao descobrir que Anastasia está com ela e não com Jack. E não dou desculpas. Não peço outra oportunidade. Digo as verdades a Katherine – que a polícia não está à procura de Anastasia, que seu trabalho está seguro, que ela pode ficar na cobertura, que eu estou aqui quando ela quiser conversar. Que eu a amo. Katherine parece se importar o suficiente com Anastasia para me deixar falar, embora zombe da minha proclamação de amor.

– Ela não quer ouvir isso – diz Katherine.

– Isso não torna minha declaração menos verdadeira.

Eu me alimento, mas só porque preciso de energia para continuar lutando por Anastasia. Eu não me afogo em uísque, por mais tentador que seja. Não serei de valia para ela assim. Não durmo. Sofro. Sinto. Tento não me enterrar em minhas emoções. Quando a dor fica insuportável, eu me lembro que a dela é pior. Eu tento abraçar a tristeza. É justo, pelo que fiz. Consequências. E mando uma mensagem de texto a ela. Tenho certeza que ela não está lendo minhas mensagens, mas é bom poder dizer as coisas que eu quero. E envio tantas que parece que nossos papéis se inverteram – sou eu agora quem a persegue. Sou quem não consegue evitar fazer isso. Eu lhe digo tudo e qualquer coisa.

Eu sinto sua falta, eu disse.

Ouvi aquela canção do Phillip Phillips no rádio hoje. Você deixa tudo tão fácil...

Carrick perguntou por você. Você deveria ligar para ele algum dia. Tenho certeza de que ele adoraria ouvir notícias suas.

E tantas vezes escrevi apenas eu te amo. Deus, eu realmente amo Anastasia demais.

*

Terça-feira, eu chamo o dr. Flynn para marcar uma consulta. Ele diz que vai me ver naquele dia com as mesmas condições de antes, ou seja, tenho que encontrá-lo em seu escritório, em vez de no meu. Eu concordo.

É mais fácil falar com ele agora do que foi antes. Anastasia abriu portas em mim que nunca poderão ser fechadas novamente. Digo-lhe tudo.

– Ela me ensinou a sentir – explico, meus olhos fixos na superfície lisa do teto. – Ela me ensinou a ter emoções.

O dr. Flynn não vê as coisas da maneira como eu vejo.

– Ela não lhe ensinou nada. Você sempre soube. Você trabalhou duro durante todo esse tempo tentando esquecer tudo isso. Mas nunca foi incapaz de sentir. Você criou bloqueios quando ainda era jovem para lidar com a dor que sempre cercou sua vida familiar. Você não sentia porque era mais fácil não sentir. Era um mecanismo de defesa.

Absorvo essa informação e avalio. Há lembranças que se arrastam para cima de mim, às vezes, que são muito específicas da minha juventude, em que meus sentimentos são tão brilhantes que se mostram na minha mente como uma cor. Vermelhas e roxas e verdes. São poucas e distantes entre si, mas estão lá. Seriam os remanescentes dos dias antes que tenha aprendido meus mecanismos de defesa? E se assim for, por que o dr. Flynn não me disse isso antes? Pergunto-lhe.

Fixado Forever {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora