Novas Experiências

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Eu tinha me casado com um completo maluco.
À princípio pensei que Sasuke-kun estava brincando comigo, mas era sério. Ele queria que nos casássemos várias e várias vezes, então queria o divórcio de verdade. Era uma hora da madrugada e ainda estávamos discutindo o assunto a sério, deitados no chão, um em cima do outro. Eu não sabia se ria ou se chorava.

- Sasuke-kun, isso está fora de cogitação. Foi você que disse que pular fora não era uma opção.

- Ninguém está pulando fora, vamos renovar.

- E desde quando você liga pra isso?

- Não ligo, mas o nosso casamento foi tão espontâneo e íntimo que eu acho que gostaria de fazer de novo.

- Uhum, só que não tem nada de espontâneo em um divórcio, querido.

Eu ri da revirada de olhos que ele deu para mim. Era engraçado como meu marido conseguia ser tão obsessivamente meticuloso sobre umas coisas e tão simplório quanto a outras. Eu jamais entenderia como as coisas funcionavam em sua mente anfigúrica.
Mas quando ele me beijava do jeito que vinha fazendo a noite toda, eu nem queria mais entender, meu coração transbordava de pura paixão. E foi assim a madrugada toda, só beijos e conversa fiada.
Em algum momento disso tudo eu cochilei no peito de Sasuke-kun e fui acordada junto ao nascer do sol, cheirava à brisa fresca da manhã misturada com o cheirinho natural do meu marido. Uma bela combinação.
Ele estava com os olhos fechados quando levantei a cabeça para observá-lo, embora algo ali deixasse óbvio que estava acordado. Como se estivesse sentindo meu olhar, ele abriu os olhos e me encarou. Eu sorri.

- Bom dia.

- Bom dia.

Ele respondeu com a voz toda rouca por causa do silêncio que fez durante todo o meu cochilo. Fez um movimento cuidadoso com o braço embaixo da minha cabeça e se apoiou no cotovelo para se virar para mim.

- Você está fria. Vamos voltar.

- Eu não quero voltar ainda. Sei que a nossa cama é melhor do que o chão, mas estou confortável.

- Você vai pegar um resfriado e eu vou ficar bravo.

- Vou ficar bem, Sasuke-kun. Sou bem resistente ao frio.

Sasuke-kun murmurou um palavrão pela minha teimosia, e só precisou de um segundo para encontrar um jeito de lidar com isso e me convencer.

- Se concordar em voltar para casa agora, vou te dar um banho pessoalmente e dormir junto com você pelo resto da manhã.

- Vamos embora!

Eu acabei me animando e levantando primeiro que ele, o que o fez soltar uma rara risada bem profunda, do tipo que pode fazer os seus vasos sanguíneos dilatarem e suas pernas tremerem de vontade de ajoelhar e pedir: me beija e não para.
Absolutamente todo o ser dele me atraía, às vezes era até difícil não agir como uma loba faminta.

Sasuke-kun fez como o prometido e não hesitou em se juntar a mim dentro da banheira com água quentinha quando pedi, coloquei a esponja de banho na mão dele, subi em seu colo e lhe ofereci meu corpo para ser limpo. Ele começou pelos meus braços, com seu típico silêncio que de alguma forma me mostrava que eu tinha toda a sua atenção, me encorajava a falar sobre tudo o que eu quisesse.

- Vou sentir saudade de ficar com você em uma banheira quentinha e depois ir para uma cama grande e confortável. Não tem nada disso esperando por nós lá fora, não é?

- É. Nada disso. Ainda dá tempo de mudar de ideia.

- Não, estou decidida de que é o que eu quero.

Ele não respondeu, passando a esponja pelos meus ombros.

- Sei que haverão coisas boas também, como banhos em cachoeiras e frutas frescas.

- E renegados querendo te matar todo dia.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora