O Silêncio do Uchiha

Uma Sensível Revelação

A pele da Sakura, seu jeito de segurar em mim, os cabelos, o olhar, sua sensibilidade... Esses aspectos não saem da minha cabeça.

Fiquei acordado o resto da madrugada e tentei me certificar de que Sakura estava bem. Ela pareceu ter alguns sonhos agitados e bons comigo, contando o tanto de vezes que disse meu nome inconscientemente e com um sorrisinho em seus lindos lábios.
Decidi me levantar da cama já bem depois de amanhecer, sem minha camisa, andei para a cozinha da casa e peguei um copo d'água, o relógio mostrava ser dez horas da manhã.
Não vai demorar muito para Sakura acordar.
Deixei o copo vazio na pia e fui para o banheiro, olhando o babaca que me encarava de volta no espelho.

  - Tsk!

Dei de ombros, comecei a escovar meus dentes com uma das escovas descartáveis da casa e depois passei uma água no rosto e no cabelo com as mãos. Deslizei meus dedos pelo pescoço e parei ao tocar pequenas marquinhas de dentes no meu ombro.
A Sakura me mordeu?
Rapidamente comecei a procurar por mais rastros dela, e havia. Meus braços, onde ela segurou, estavam com fracos hematomas, e a mão que deixei junto com a dela ainda tinha a marca dos seus dedos entre os meus.
Bom, afinal, não fui eu que machuquei a Sakura, e sim ela quem me deixou com marcas.
Deslizei meu dedo pela marca de mordida em meu ombro e foi como se um flash da minha memória viesse com tudo, me mostrando o que a dona daqueles cabelos rosas e eu fizemos há oito horas atrás.
Abro um pequeno sorriso torto e reviro os olhos, a ideia de ficar contente por isso parece ridícula.
Se depender de mim, não será a última vez.
Saio do banheiro distraído e vou atrás da minha camisa jogada no chão do quarto, mas paro ao ver os grandes olhos verdes da Sakura fixados em mim.
Quando foi que ela acordou?
Ficamos ambos parados, nos encarando por longos segundos até ela puxar os lençóis para cima do corpo e esconder o rosto junto.
Seguro um suspiro de adoração por essa cena, ver a Sakura acordada e nua logo pela manhã na cama em que transamos é uma coisa com a qual eu poderia me acostumar, talvez...
Pego minha camisa e deixo em cima de uma cômoda, ando até o lado em que a Sakura está deitada e me sento na beira da cama.

  - Vai ficar aí pra sempre?

Ela demora para me responder.

  - Se você ficar comigo, eu até posso.

Então Sakura levanta um braço, me convidando para entrar com ela sob os lençóis, penso um pouco sobre isso, mas então decido aceitar seu convite.
Me deito na cama e ela passa o lençol por cima de mim. A observo se virar de bruços e se apoiar nos cotovelos, me encarando de cima.

  - Obrigada pela noite.

Ela está me agradecendo? Por quê?

  - Não me olha assim, Sasuke-kun...

"Assim"? De que jeito que estou olhando?
Por fim Sakura enfia a cabeça em um travesseiro, mas ainda assim posso ver as maçãs do seu rosto vermelhas.

  - Para de ficar se escondendo, Sakura.

Afasto os cabelos dela da frente do rosto e a mesma me olha, parecendo estar confusa.

  - O que foi?

Pergunto sem tirar a mão do rosto dela, acariciando sua têmpora.

  - Você é experiente...

Ela diz timidamente e eu sei o que vai me perguntar em seguida, mas não quero responder.
Mude de assunto, agora! Ou vai assustá-la.
Respiro fundo e fico de joelhos na cama, esticando o lençol comigo. Sakura se vira de barriga para cima novamente e deslizo entre as pernas dela.

  - Preciso saber se você está bem.

  - Eu estou, Sasuke-kun... Por que parece tão preocupado com isso?