O Fim do Inverno

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- Ir não me parece seguro, Sasuke-kun!

- Concordo com você.

- Então por que agora?

- Porque é ainda mais perigoso continuar aqui.

Karin estava com dificuldade para aceitar que nosso tempo no esconderijo acabou. Com a iniciativa da minha esposa, combinamos partir ao fim do inverno, e o momento chegou. Eu não via a hora de colocar a minha família dentro da proteção superficial de Konoha.

- Você pode fazer a Sakura mudar de ideia.

- Eu não sou tão influente com as decisões dela.

- Sasuke-kun...

- Além disso, não quero que ela mude de ideia.

Karin resmungou. Enquanto eu preparava o básico que levaria comigo -por mim e minha filha-, Karin ficou sentada na cama com a mesma.

Sarada estava prestes a completar nove meses. Ela deu os primeiros passos quando tinha sete e agora já sibilava algumas palavras. Tirar os olhos dela era perigoso mesmo por um minuto sequer, ela podia subir e cair de lugares e mexer com coisas nocivas. Era curiosa e desajeitada, muito parecida com a minha esposa.

E falando nela...

- Onde está meu bebezinho?

Sakura se juntou a nós no quarto.

- Mamãe

Eu parei de mexer na bolsa e levantei os olhos para Sarada. Os momentos em que ela falava eram muito preciosos, mesmo que não passasse de algumas palavras.

Sakura parou ao meu lado para pegar de volta um dos rolos de faixas de curativo que Sarada estava brincando, então colocou na minha bolsa. Ela estava cheirando ao sabonete do banho que acabara de tomar. Os compridos cabelos cor de rosa presos numa toalha no alto da cabeça. Linda.

- Fala pra ela, Sasuke-kun!

Eu pestanejei, voltando atenção para Karin. Não sabia do que estavam falando, mas supus ser sobre a insistência de Karin sobre ficarmos, então balancei a cabeça negativamente. Eu queria ir embora dali.

Sakura tentou animá-la.

- Você também precisa reencontrar seus amigos, Karin. É uma coisa boa.

- Juugo deve ter quebrado tudo, e se eu tiver sorte, ele quebrou a cara daquele idiota do Suigetsu também. Eu preciso de férias daqueles malucos!

- Saia sozinha pelo mundo.

Eu recomendei, influenciando Karin a usufruir do máximo da sua independência. Mas a minha esposa não pareceu gostar muito daquela ideia, já que era alguém que gostava de curtir tudo com uma companhia.

- Pode vir com a gente para Konoha, se quiser.

Ela fez o convite, e eu não fui contra, embora já soubesse que aquela não era a praia da Karin.

Eu me sentia um pouco mal por ela, considerando que veio e ficou o quanto precisamos, nos deu toda a sua ajuda e confiança. Sem ela, Sakura estaria morta fora de Konoha e Sarada jamais sequer teria chegado a nascer. E agora que as coisas estavam mais estáveis, estávamos nos desfazendo dela. Eu não queria que ela ficasse mal.

- Konoha estará sempre com os portões abertos para você, Karin.

Eu me vi no dever de mostrar que esperava revê-la em breve, talvez daqui alguns anos. Agora, por enquanto, Karin reagiu exatamente como eu esperava e recusou o convite de Sakura sobre seguir com a gente para a Vila.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora