Tarde com as Crianças

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Saí silenciosamente do quarto assim que Sarada dormiu. E logo atrás de mim, senti a presença pesada da minha esposa enciumada.

- Sakura, será que você pode-

Eu fui pego de surpresa ao me virar para ela e encontrá-la quase nua na minha frente. Quer dizer, aquela era a nossa casa e eu queria que ficasse confortável, mas precisava fazer isso comigo logo agora? Eu estava quase no limite do meu autocontrole.

- Você estava indo para o banho?

- Não, eu estava esperando para conversar com você.

- Vai facilitar essa conversa se você colocar uma roupa.

- Talvez eu não queira facilitar.

- Não brinca comigo, Sakura.

Dei as costas para ela, rumo à escadaria. Seus passos vieram pesados atrás de mim, e sua voz estava carregada quando perguntou:

- O que foi que ela te deu?

- Uma flor. Eu coloquei em um vaso sobre a mesa de jantar.

Respondi depressa porque não queria que ela chorasse, como parecia estar prestes a fazer. Sakura passou por mim e correu escada abaixo até a cozinha. Suspirando, eu fui atrás dela enquanto pegava as roupas sujas que deixou largada pelo caminho.

Como eu queria que ela estivesse com essas coisas no corpo.

- Uma flor? Isso aqui é um buquê inteiro!

- Eu gostei.

- Você gosta de receber flores?

Sakura olhou abismada para mim. Dei de ombros e fui levar suas roupas para a lavanderia. Quando voltei, ela estava debruçada ao lado do presente que eu ganhei.

Droga... Por que Sakura anda tão dramática ultimamente?

Eu não sabia se era capaz de entender, mas ainda assim queria ajudar, então puxei a cadeira ao lado da minha esposa e me debrucei sobre a mesa também. Eu aguardei, acariciando seus cabelos.

- Você é um idiota, Sasuke!

- Eu já disse que Ume é apenas uma conhecida.

- Eu não estou falando disso! Esquece aquela mulher logo!

Sakura chorou ainda mais, na mesma medida que minha confusão ia aumentando. De repente ela se virou para mim, bem séria e decidida.

- O que foi?

Minha esposa levantou a coluna e puxou a minha cabeça, colando a boca na minha. Puta merda! Como eu podia resistir?

Eu me deixei levar por alguns segundos e retribuí. Eu estava esfomeado, desesperado, excitado, viciado nela.

Eu me apaixonava por Sakura todas as vezes. Cada vez mais.

Poderíamos nos beijar o quanto ela quisesse e se sentisse confortável, mas passar disso ainda não parecia uma boa ideia. E a única que não enxergava isso era a própria Sakura.

Ela arrastou a cadeira e veio para o meu colo.

- Merda, Sakura!

- Deixa rolar! Deixa rolar, Sasuke!

- Não faz isso comigo.

- É você que está fazendo.

- Você não precisa ter pressa.

- Eu preciso de você, querido.

- Para sofrer?

Minha esposa não respondeu, mais preocupada em enfiar a mão nas minhas calças. Eu segurei seu punho, e só com isso ela já deu um saltinho no meu colo.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora