O Que Sakura Não Pode Saber

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Saí do hospital às dez horas da noite, quando meu plantão acabou.
Eu não conseguia controlar meu olhar, que passava por todos os lados.
Estou procurando... Esperando encontrá-lo.

  - Sasuke-kun...

Por que você não está aqui?

Cheguei na minha casa e tirei os sapatos, guardei a bolsa e fui a caminho do banheiro. Mas, claro, parei na metade do caminho no meu quarto, olhando para a minha cama e repentinamente lembrando que fui beijada ali até cair no sono.
Já chega!
Eu já tive o meu tempo comigo mesma, passei a madrugada e a manhã de hoje sozinha, aproveitando minha companhia e amando minha vida. Agora eu quero muito que ele volte pra ficar comigo.

  - Onde você está, Sasuke-kun?

Entrei no banheiro e fechei a porta, imaginando que ao terminar meu banho e abrir a porta novamente, vou vê-lo na minha cama.
De preferência, sem roupa alguma.
Minha deusa kunoichi interior acrescentou e eu abri um sorrisinho, deliciada com a lembrança do corpo dele.
Me senti abandonada quando estava me despindo, porque foi a primeira vez que tirei uma lingerie que Sasuke-kun ainda não tinha visto -eu queria mesmo que ele tivesse chegado a ver.
Eu sorri pela segunda vez pensando nele, lembrando daquele olhar de desejo que ele me lançava sempre que estava na minha frente, aquele que diz: "Eu vou dominar cada centímetro seu."
Fiz um biquinho ao entrar no box e lembrar que também fizemos amor aqui. Foi a primeira vez que o senti todo em mim.
Senti uma contração entre minhas pernas.
Por que estou com tanta saudade?
Não é a primeira vez que o Sasuke-kun me deixa sozinha na cama. Por que estou com uma sensação forte dessa vez?

O relógio ao lado da minha cama mostrava que já eram duas horas da madrugada, quando eu ainda estava me revirando entre os lençóis cheios do cheiro do Sasuke-kun.
Ele me enfeitiçou.

  - Pff... Por que essa cama parece ser tão grande agora?

Minha segunda manhã sozinha começou, eu nem sequer pisquei durante a noite. Mas nada de Sasuke-kun.
Saí de casa e fui andando para o hospital, novamente meus olhos procuravam pelos olhos dele, em vão.
A partir do momento em que pisei no hospital, me foquei no trabalho, levando isso como minha maior distração.
Vou ajudar o máximo que eu puder.

Eu não sei quantas horas se passaram desde que comecei a atender meus pacientes, chegou certo momento em que não tinha mais ninguém precisando da minha ajuda. Pedi para uma assistente atualizar minha lista de pacientes e enquanto isso decidi ir ajudar na emergência -por sorte, não estava muito cheio.
Quando terminei o trabalho lá, voltei para pegar minha planilha com a assistente.

  - E então?

  - Doutora Hanuro, não tem mais ninguém.

Meu olhos se arregalaram.

  - Como é?

Eu perguntei, ela repetiu e balançou a cabeça, confirmando que eu tinha acabado de atender todos os necessitados.

  - Você não para nunca?

Escutei a voz conhecida vindo atrás de mim, então a Ino passou o braço sobre meus ombros.

  - Oi, Ino.

  - Não vem com essa. Você parece exausta. Por que não para agora?

  - Eu nem vi a hora passar.

Só uma coisa voltou para a minha cabeça: será que Sasuke-kun vai estar esperando por mim lá fora hoje?
A alta probabilidade de a resposta ser "não" me deixou desanimada, então comecei a sentir o cansaço do dia todo.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora