Com a família Haruno

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Sasuke-kun acordou no hospital.

A estratégia minha e do Kakashi sensei era deixá-lo com Sarada para baixar a guarda e logo depois abordar o assunto das consultas psicológicas. Pensamos que ele ficaria mais suscetível com a nossa filha nos braços, mas o meu marido nunca abaixava a cabeça.

- Não.

- Você precisa dar uma chance, Sasuke. A coisa é séria.

A voz de Kakashi sensei estava levemente mais rígida porque ele estava preocupado.

- Você tem problemas, muito mais que a maioria das pessoas. Então tá na hora de cuidar disso ao invés de jogar pra baixo de um tapete até chegar ao ponto de realmente enlouquecer.

- Eu aguento tudo sozinho.

- Mas é claro que não!

Outra voz entrou na conversa ao mesmo tempo que alguém adentrava a sala. Foi do nada. Minha surpresa veio coberta pelo reconhecimento.

- Tsunade-sama? O que está fazendo aqui? O que vo-

- Escuta aqui, Uchiha!

Direta como sempre, Tsunade-sama passou por mim e pegou Sasuke-kun pelo colarinho da camisa, inclinado-o até deixá-los cara a cara. Ele estendeu o braço na frente da Sarada e encarou Tsunade-sama com as sobrancelhas franzidas. Aquele tipo de tratamento o deixava irritado.

- Me solta.

- Você vai aceitar a ajuda que estamos te oferecendo, moleque.

- Essa não é a melhor abordagem.

- Eu tô falando agora, Kakashi!

Tsunade-sama não pegou leve. Ela apertou o punho na camisa de Sasuke-kun e cutucou sua têmpora.

- Essa sua cabeça oca tá uma bagunça, então ou você dá jeito nisso de uma vez por todas com as pessoas e os profissionais que querem te ajudar, ou continua jogando tudo pra baixo até enlouquecer e matar alguém. Ou se matar.

- Tsunade-sama!

Eu esbravejei, incapaz de aceitar aquela hipótese. Ela não sabia o quão perto ele já tinha chegado da suposição do suicídio bem na minha frente.

- De qualquer forma, vai acabar magoando a sua família. E isso não é o que você quer.

- Não quero.

- Então está decidido!

Tsunade-sama soltou meu marido de volta na cama e bateu as mãos como se limpasse uma sujeira invisível, então cruzou os braços na frente do corpo.

- Eu mesma vou me certificar de marcar consultas semanais para você com um bom psicólogo, é bom você aparecer lá! É para o seu bem, Uchiha.

Ela terminou. Ninguém disse nada por um bom tempo, chocados com a forma como ela resolveu uma questão tão delicada. Suspirando, Kakashi sensei segurou o alto do nariz na máscara.

- Sutil como sempre, Tsunade...

- Vocês dois é que são condescendentes demais com ele! Não é mais uma criança e sabe o que precisa fazer para se cuidar, não vamos perder tempo com isso. Agora me deixe ver essa criança.

Tsunade-sama apontou para Sarada no meu colo. A sua postura durona decaiu seis palmos quando cheguei perto com minha filha no colo. Ela a pegou com os braços estendidos, observando-a como se fosse um protótipo de pessoa.

- Hum! É a cara do pai.

Meus ombros caíram com aquele primeiro comentário.

- Eu sei, Tsunade-sama. Ouço isso o tempo todo...

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora