Por favor, acabe comigo! - Parte 2

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Sakura me beija com tanto fervor que sinto minha pele queimar. Nunca a vi assim, é muito excitante.
Meu coração acelera quando percebo que ela quer ficar por cima. Não estou seguro, mas deixo com que faça como preferir.

  - Respira fundo, Sasuke.

Ela suspira e segura nos meus ombros para se apoiar, me arrepio quando sinto suas mãos deslizando para o meu pescoço. Quando ela senta em mim, suas mãos se apertam. Arregalo os olhos e seguro em seus pulsos, tentando me livrar.
Sakura está gostando, mas eu não vejo seu rosto.

  - Saku...

Arqueio as costas com todas essas sensações juntas, não sei como lidar.
Não tenho força alguma. E não gosto disso.

  - Sakura!

Ela não pode continuar. Vou morrer.
Eu não quero morrer.

  - Sasuke-kun!

Ainda não consigo ver seu rosto.

  - Sasuke-kun!

Sua voz está tão desesperada quanto a minha.
Por quê?

  - Sas...

  - Me solta! Me solta!

Grito, insisistindo em conseguir oxigênio.
Ganho um tapa na cara.
Então percebo que essa parece ser mais real  do que todas as outras sensações.

  - Acorda, Sasuke!

Agora vejo o rosto da Sakura e também posso respirar.
Um sonho?
Caramba! Foi um sonho!
Eu bem que gostaria que o ontem também tivesse sido um sonho. Mas aquilo com certeza foi real.

  - Você está bem?

A mão dela está descansando em meu tórax, subindo e descendo com minha respiração fora do ritmo.
Assinto para aquela pergunta e me sento na cama.

  - Foi mais um pesadelo?

  - Acho que sim.

Digo ainda muito incerto.

  - Tem certeza de que está acordado agora, né?

  - Sim.

Mas a vontade de vomitar me agoniza tanto que eu preferia que não estivesse acordado.

  - Quer me contar como foi?

Balanço a cabeça negativamente e passo uma mão pelo meu cabelo, pontuando o quão ruim seria contar para a Sakura.
Ela iria se culpar ainda mais, com certeza.

  - Tudo bem, então.

Ela aceita minha decisão de não dizer nada -sem insistir dessa vez- e vem se sentar ao meu lado. Eu me acalmo aos poucos.
Ela apoia a cabeça no meu ombro e fica em silêncio, mas quando o faz eu grunho. Meu pescoço dói.
Gostaria que aquilo também tivesse sido só um sonho.
Me afasto da Sakura para levantar da cama e vou até o banheiro, acendo as luzes e franzo o cenho ao olhar no espelho.
Puta que pariu.
Está péssimo.
Eu ainda não tinha visto, então tenho o direito de estar assustado com os hematomas que rodeiam meu pescoço.
Me inclino para ver mais de perto e toco com as pontas dos dedos o mais suavemente possível.

  - Sasuke-kun...

Me assusto e dou um passo para trás, batendo de costas com a própria Sakura.
Me afasto para observá-la -e realmente para manter distância, preciso disso agora.

  - Por favor, não me odeie...

Ela pede e abaixa a cabeça, como se olhar para mim assim fosse difícil demais.
Eu sei como é.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora