Uma Nova Luz - Parte 2

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Eu desci a escadaria devagarinho, tentando manter minha compostura até chegar a hora certa de dizer para ele como estou me sentindo de verdade e qual o importantíssimo motivo. Atravessei a sala de estar e me aproximei com uma corridinha que por fim liberou minha ansiedade. Jogando os braços por cima dos ombros de Sasuke-kun, eu o abracei pelas costas com força e enchi seu pescoço de beijinhos.

- Bem vindo de volta, meu marido.

- Sakura. Isso...

- Hm?

Eu segui o rumo para onde a cabeça dele estava virada e descobri o novo porta-retratos da entrada.

- É uma foto nossa. O que achou? Ah, eu senti falta do seu cheiro...

Respirei bem fundo no pescoço dele, puxando todo o aroma de frescor e shampoo para dentro dos meus pulmões. Sasuke-kun demorou quase um minuto inteiro para se virar de frente para mim. Ele me pegou pela nuca e me beijou na boca, saboreando-me com a língua, desfazendo minhas preocupações. Quando me soltou, eu estava sem fôlego.

- Estou em casa, Sakura.

- Uau.

Eu pestanejei, um pouco tonta com a intensidade descarregada tão repentinamente. Sasuke-kun tirou os sapatos e me olhou por um breve momento.

- Perdão, se importa se eu tomar um banho primeiro? Depois vou falar com você adequadamente.

- Ah, sem problemas. Eu espero, vai lá.

Sasuke-kun me ofereceu um curto sorriso enquanto já se afastava de mim, ele subiu a escadaria tirando a capa preta de cima dos ombros e notei uma pasta presa nos dedos da mão esquerda. Com a curiosidade atiçada, eu me apressei a segui-lo para o segundo andar. Eu poderia apenas observá-lo e jamais me cansaria...
No nosso quarto, Sasuke-kun já tinha começado a se despir. A pasta preta estava em cima da cômoda, a espada dele estava jogada no chão e esperava por mais apetrechos.
Meu marido tirou a blusa e abriu o cinto, puxando dos dois lados dos quadris dois pares de kunais que eu nem tinha notado antes. E estava só começando...
Ele levantou a barra da calça e desabotoou do tornozelo direito um coldre abastecido de shurikens; na coxa esquerda, um pequeno arnês prendia uma porção de papéis explosivos contra sua pele. Ele abriu a primeira gaveta da cômoda e pegou uma caixinha de lenços umedecidos para limpar os selos feitos no próprio antebraço direito, e do esquerdo ele desenfaixou os curativos manchados de preto, revelando outros selos que eu não conseguia sequer imaginar o intuito.
Toda aquela preparação só para voltar vivo para o seu lar era... assustadora.
Sasuke-kun estava só de cueca quando notou minha presença, mas ele não deu muita importância, veio até mim e me entregou uma kunai. Ele se virou de costas para mim e começou a explicar:

- Tem algo vermelho por aí, não tem? Em algum lugar perto do pescoço?

Eu inspecionei sem tocar, insegura sobre o que ele estava se referindo e sobre o que meu toque poderia causar. Eu encontrei um pontinho de luz vermelho piscando por baixo da pele dele e não pude evitar o terror.

- Meu Deus, Sasuke! Não deveria enfiar coisas em si mesmo assim! O que é isso?

- Não fui eu que fiz isso. É um rastreador, foi aplicado quando cheguei nos aposentos do líder.

- Como colocaram isso em você?

- Hm. Você não vai querer saber.

Mas eu já sabia. A medicina apontava dois possíveis meios para esse tipo de aplicação, e eu tinha quase certeza que foi da forma menos cuidadosa no caso do meu marido. Meu silêncio acabou fazendo Sasuke-kun soltar um suspiro cortante.

- Você deveria estar feliz, Sakura. Eu fui bonzinho e deixei que fizessem tudo o que queriam. Mas eu voltei, então já pode tirar isso de mim.

- Eu? Tirar isso com uma kunai? Sasuke, você pirou? E se isso explodir a sua cabeça?

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora