Os Riscos Daqueles que Amam

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A noite caiu um pouco antes de chegarmos à pousada. Eu não consegui descobrir se o homem que estava sempre ao meu lado estava preocupado ou não, ele sempre dizia que à noite ficava mais perigoso aqui fora, mas seu estado físico parecia o mais tranquilo possível. Na verdade, eu não me lembrava de alguma vez tê-lo visto tão confiante, como se estivesse em seu ambiente de domínio puro. Sasuke-kun estava medindo os riscos, se preparando para reagir com a mesma naturalidade que eu respirava. Ele era uma arma.
O único problema era seu silêncio, e pelo mesmo motivo eu continuava magoada, o que me levou a tomar uma decisão que surpreendeu meu marido quando nos vimos de frente ao atendente da pousada.

- Boa noite. Nós vamos querer dois quartos, por favor.

Não foi preciso olhar para trás de mim para sentir o peso do olhar do meu marido. Logo, minha mão foi segurada apenas alguns centímetros antes de eu alcançar as duas chaves que foram estendidas. A mão dele estava fria e branca, e o toque se sentia bastante... comedido.

- Não. Só um quarto.

A voz grave e definitiva do meu marido soou como uma lâmina que cortou o ar e fechou qualquer lacuna. Sem hesitar, virei minha cabeça e encontrei seus olhos em chamas, e quase me deixei queimar ali mesmo.

- Um... U-Um. É, um quarto está bom também.

Eu concordei como se fosse nada além de ossos trêmulos e carne pronta para ser devorada, quase nenhuma célula cerebral viva para contar a história do raciocínio que um dia existiu dentro da minha cabeça. O fato de que compartilharíamos o mesmo quarto já era o suficiente para me deixar boba.
Sasuke-kun desembrulhou os longos dedos da circunferência do meu pulso e pegou a única chave, deu as costas para o atendente dizendo nada além de que não aceitaríamos o jantar nas próximas horas, descartando qualquer possibilidade de interrupção. Eu senti as bochechas tão quentes que não consegui nem olhar para o atendente. Meus parafusos estavam soltos, esqueci até de agradecer.

Meu marido destrancou o respectivo quarto, aquele que tivera sido tomado como nosso durante a noite. Ele me deixou entrar primeiro, veio logo atrás e trancou a porta sem sequer acender as luzes.
Eu estava cheia de expectativas, porque adorava ver aquele homem quando estava irradiando tesão. Porém, quando a atração chegava ao ponto do insuportável, apertar um interruptor é uma tarefa muito facilmente dispensável. Eu e o meu marido tínhamos plena consciência daquilo.
Me arrepiei toda quando o senti se aproximar pelas minhas costas, ele deslizou a mão no meu pescoço, encontrou o botão que prendia a capa clara ao meu corpo e soltou. No momento que o tecido escorregou pelos meus ombros e caiu no chão, eu me virei e o agarrei com um só movimento -felizmente, descobri que ele já tinha tirado a própria capa também. Não podia esperar mais, aquela tensão sexual já tinha acabado com toda a minha compostura. Eu o teria só para mim aqui e agora.
Nós batemos em paredes e móveis no escuro, nos beijando com uma urgência insana. Toda vez que acontecia, eu ouvia baques tilintantes no chão. Sasuke estava tirando as armas do corpo enquanto eu o saboreava. Seu Sharingan brilhava por trás da pálpebra entreaberta e condenava seu estado de alta esxitação, ele foi nos guiando para o lugar certo mesmo com a distração geral que nossos corpos exigiam para focar somente um no outro. Assim que senti a borda da cama atrás das minhas coxas, nos virei depressa e empurrei Sasuke no colchão, subi no seu colo e recuperei seus lábios somente para mim. Ele beijava bem, muito bem, profundo e invasivo, necessitado... Fazia eu me sentir a dona do prazer dele, ao mesmo tempo que, em geral, a dominancia real prevalecia fortemente para o lado de Sasuke.
Eu tateei o torso dele até chegar nos quadris, levantei um pouco a camiseta e tentei abaixar sua calça, mas encontrei um novo obstáculo bastante interessante ali; ele estava usando um cinto.

- Nossa...

Suspirei em sua boca, rocei as unhas no couro e toquei a fivela gelada. Era surpreendente, só que não o suficiente para me fazer perder tempo imaginando aquilo. O meu foco era a sensação, eu precisava de um bom número de orgasmos e estava indo de encontro com o alvo.
Eu abri o cinto e nem me dei o trabalho de tirar da calça, apenas segui em frente e abri a braguilha também, libertei o pau dele para me satisfazer. Com os joelhos apoiados na cama, levantei os quadris e puxei minha saia pra cima, coloquei a calcinha pro lado, me posicionei e escorreguei no colo do meu homem. Eu não dei a ele tempo para reagir e consegui fazer tudo sozinha dessa vez.
E como sempre, foi de imediato que perdi o ar diante daquela sensação intensa de alargamento, meus tecidos sensíveis precisavam se esforçar para acolhê-lo. Sasuke segurou a minha cintura quando sentimos que era o máximo seguro para o meu corpo atualmente.
Era como abraçar e prendê-lo ao mesmo tempo, tão bom e tão agoniante que não me deixava escolha senão seguir em frente até eu ver as estrelas piscando no escuro.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora