O Silêncio do Uchiha

SasuSaku Extra #3.3

Acordei no paraíso, ou seja, com meu homem deitado ao meu lado.

Eu poderia passar horas observando-o descansar em paz, mas um barulho vindo de fora do quarto me lembrou que Sarada passaria a noite fora. Eu queria ficar ao menos um pouco com minha filha antes de partirmos em missão.

Saí do quarto depressa para encontrar Sarada na cozinha.

- Bom dia, meu amorzinho.

Dei um beijo na cabeça dela enquanto preparava o café.

- Bom dia, mãe. Acordou cedo...

- Vim tomar o café da manhã com você antes que vá encontrar Chocho. E falando nisso, tem certeza mesmo de que quer ir? Poderia ficar e passar um dia em família.

- Não, obrigada. Eu já sou uma adolescente fadada a passar diversos dias em viagem fora da minha vila com ninguém mais além do meu pai e da minha mãe, então acho que já vou ter muitos "dias em família" pela frente. Preciso de um pouco de paz antes disso.

Sorri com a rebeldia típica adolescente de Sarada. Peguei pratos e copos para montar a mesa do café da manhã

- Você já pegou suas coisas para a noite na casa da Chocho?

- Uhum.

- Escova de dentes?

- Peguei.

- Um casaco quentinho?

- Peguei. Não se preocupe, mamãe. Eu sei me cuidar.

Sarada colocou o café moído e coado na mesa, o favorito de Sasuke-kun. Esperei até que estivéssemos ambas sentadas à mesa para poder tocar em uma questão importante:

- Filha, quando vai contar para Sasuke-kun?

- Contar o que mesmo?

- Você sabe o quê.

Sarada mordeu um pãozinho e não disse nada até engolir.

- Eu posso contar depois da nossa missão.

- E que tal hoje?

- Hoje? Não posso! Papai vai mudar de ideia sobre me levar junto com vocês na missão se estiver bravo comigo.

- Ele não vai ficar bravo.

Sarada me deu um olhar de quem diz "nós duas sabemos que isso não é verdade".

- Ok, talvez ele fique um pouquinho bravo. Mas não pode ficar escondendo, uma hora ou outra Sasuke-kun vai descobrir; e eu conheço ele bem o suficiente para saber que isso não vai demorar.

E falando no diabo... Meu marido apareceu na cozinha de banho tomado e um pergaminho na mão.

- Bom dia.

- Bom dia, papai.

- Bom dia, querido. O que é isso aí?

- Anotações de páginas relevantes dos livros que estamos analisando, vou entregar para a equipe de decodificação.

- Tem algo que pode ajudar?

- Espero que sim.

Ele prendeu o pergaminho ao arnês da coxa e passou reto para beber um copo d'água, só então voltou e se sentou conosco à mesa.

- O café está cheirando muito bem.

- Fui eu que fiz!

Sasuke-kun olhou com carinho para nossa filha, embora não conseguisse sorrir por falta de hábito.

- Sakura, avisou o hospital sobre sua ausência?

- Claro, eu não vejo a hora! Vou dar um pulinho lá hoje para delegar algumas atividades e no prédio do Hokage para organizar a burocracia.