O Silêncio do Uchiha

SasuSaku Extra #3.1

O amor. Era esse o tópico que o psicólogo estava a tratar com as crianças com câncer naquela quinta-feira à tarde, no hospital de Konoha.

A princípio, todos ficamos inseguros com a ideia apresentada por Hiroshi senpai, principalmente porque crianças não é seu forte e ele não aceitou trabalhar para o hospital, só que agora até mesmo os profissionais adultos do hospital davam um pulinho aqui para ver a conversa dos psicólogos com as crianças. Elas eram tão espertas!

Uma garota com um lenço amarrado na cabeça quis contar que estava apaixonada por uma colega da escola que vinha visitá-la no hospital e que ganhou um buquê de rosas, estava completamente envolvida pela névoa da paixãozinha juvenil. Ela contou que sentia frio na barriga e às vezes nem conseguia dormir quando estava chegando o dia da visita da colega.

Ah, como eu sentia falta daquela sensação...

Já um outro garotinho quis falar sobre a menina que era o motivo das suas fugas para a ala de internações nas últimas duas semanas. Ele escapava do seu quarto e ia fazer as refeições com a menininha enquanto ela se recuperava de uma pneumonia avançada. Quando ele contou que ela tentou dar um beijo na bochecha dele, ficou tão vermelho que todos nós que estávamos ali de penetra tivemos que segurar a risada.

- Mãe.

Me virei para encontrar Sarada com a cabeça enfiada pela porta me chamando. Saí de fininho da sala.

- Oi, filha. Está tudo bem? Você não costuma vir ao hospital...

- É que eu tenho que te contar uma coisa e acho que aqui é o lugar mais apropriado, já que você sempre desmaia.

- Eu não desmaio sempre, só quando a notícia é...

Eu pensei por um instante, dei uma olhada em volta e comecei a gargalhar.

- Ah, sua garotinha travessa. Não brinca com isso, Sasuke-kun não vai voltar assim do nada.

- Acredite, mamãe. O papai vai voltar, eu ouvi!

- Você ouviu?

Sarada cobriu a boca como quem deixa escapar o que não devia.

- Ah, meu Deus. De quem você anda ouvindo conversas, Sarada? E você não é de acreditar em tudo o que sai da boca das pessoas.

- Foi o Hokage-sama que disse!

- O Naruto?

Levantei o olhar, pensando além dali. Ainda não consegui considerar.

- Tudo bem, querida. Mesmo que ele volte, uma viagem convencional pode demorar meses, sabemos que Sasuke-kun está sempre muito longe de Konoha.

- Mas ainda assim eu fico feliz!

Sarada começou a irradiar empolgação.

- Vamos preparar jantares em família maravilhosos quando o papai chegar, vamos treinar juntos e o besta do Boruto vai ficar morrendo de inveja.

Eu ri, pegando minha filha pelos ombros e guiando ela para fora do hospital.

- Ok, ok, será ótimo mesmo. Mas não podemos parar no meio do dia para planejar a volta do Sasuke-kun, a vida dele não para lá fora, então a nossa também precisa continuar aqui dentro.

- E você não vai desmaiar?

- Não sou tão bobinha assim em Sasuke-kun.

Parei e me virei para Sarada de braços cruzados.

- Se tem uma lição importante que tenho para te dar, filha, é que não faz bem depender de outras pessoas, ainda mais se for um homem. Homens são especialistas em te confundir, num dia aceitam seu pedido de casamento e no outro ficam anos sem olhar na sua cara.