O Silêncio do Uchiha

O Antigo Paciente de Sakura

° capítulo revisado (26/05/2021)
° 1653 palavras
° boa leitura :)

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Assim que passei para dentro do quarto, fechei a porta que continha o número 18 na frente e ouvi a plaquinha tremer quando virei a chave no cilindro, trancando-me do lado de dentro.

Meu corpo estava carregado, cheio de agitação. Tentei me sentar na cama duas vezes, mas me coloquei de pé novamente.

- Tsk!

Parei na frente da janela e tentei me convencer de que a brisa noturna pudesse me distrair, embora tivesse a certeza de que não conseguiria dormir aquela noite.

O que eu ia fazer? O quê?

No momento em que levantei minha mãe... Foi fácil sentir uma extraordinária confiança vindo diretamente de Sakura até me alcançar, um único e correspondente pensamento; era uma faca de dois gumes.

Ela confiava em mim. E de alguma forma isso fazia com que eu confiasse nela também.

Por fim, era obrigado a admitir para mim mesmo que realmente quis tocá-la, sentir sua pele mais uma vez...

Eu ainda quero.

Não observei o rápido passar das horas. O retorno do sol me surpreendeu, anunciando o amanhecer à medida que iluminava a Vila Oculta da Pedra.

Eu sabia que, contando a longa viagem até aqui e os breves momentos de confusão compartilhada, eu devia ao menos ter feito a tentativa de adormecer, mas seria em vão. Minha sorte era que ainda não sentia o pesar das horas em claro, então podia aguentar mais um dia.

Precisei abaixar a cabeça para passar pelo batente do pequeno banheiro, deixei a água da torneira correr e fiz uma concha com a mão para jogar a água sem delicadeza alguma.

E quem é aquele tal de Morio?

Talvez fosse um ex-namorado de Sakura. Eu não devia ter achado que ela esperaria tanto tempo por mim...

A vida de ninguém tinha parado nos últimos anos, nem mesmo a minha, apesar da sensação de que grande parte de mim tinha ficado preso no passado.

De qualquer forma, se eu não tivesse entrado na frente de Sakura ontem à noite, aquele cara ia chegar perto demais dela. Eu não gostava dessa possibilidade, não me sentia capaz de permitir -embora não dependesse do que eu queria, mas sim da vontade de Sakura.

Quem ele pensa que é?

Uma vez que estava pronto para o dia, deixei a clausura onde me vi confinado a noite toda com pensamentos irritantes e persistentes. Era sufocante.

Contudo, percebi mais uma vez que estava cedo demais para esperar que a minha companheira de missão estivesse espontaneamente acordada... E mesmo assim avancei até ficar parado na frente da porta do quarto dela, encarando a plaquinha com o número 15.

- Eu sabia!

As duas palavras soaram tão repentinamente que quase me pegaram de surpresa. Virei a cabeça para olhar para a senhora de ontem, a mesma que se equivocou ao atender eu e Sakura. A senhora ria sem parar no canto do corredor, próxima a uma janela.

Pela forma como me olhava, deduzi que estava pensando que acabei de sair do quarto de Sakura, e para todos os efeitos, eu não tinha que dar satisfações.

- Vocês formam um lindo casal. É certo que a jovem de cabelo rosa está apaixonada por você. E você por ela.

A mais velha disse cheia de presunção, e depois sumiu para o outro corredor com sua risada fraca, como se eu tivesse perguntado o que ela via em nós.