Jantar com os Hyuuga

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Eu tinha soltado uma risada de alguma coisa que minha esposa tinha falado para mim, estava completamente envolvido no seu papo desde que ela teve tempo suficiente para recuperar o fôlego e processar as palavras. Transar com a Sakura e conversar com ela logo em seguida era meu plano favorito e podia durar horas se não fôssemos interrompidos -mas tinha sempre algo ou alguém testando a minha paciência e querendo tirá-la de mim.
A voz da minha esposa foi interrompida por um alarme, ou algum som irritante pra caralho que persistiu até Sakura sair de perto de mim.

- O que é isso?

- É o telefone que compramos.

- Por que compramos algo tão inútil? Por que tá fazendo esse som?

- Porque tem alguém ligando para nós, por que mais seria?

Com uma risada, ela saiu da cama. Eu me estiquei e agarrei seu braço, pedindo silenciosamente que ignorasse isso e apenas ficasse aqui um pouco mais.

- Não olha assim pra mim, Sasuke-kun.

- Você não precisa ir. Não importa quem está ligando.

- É claro que importa. Talvez sejam meus pais, ou o Naruto surtando com a gravidez da Hinata, ou talvez Ino a fim de me contar algo que não pode esperar.

- Tudo isso pode esperar.

- Sakura balançou a cabeça negativamente e ficou me olhando até eu soltá-la, mas não o fiz.

- Sasuke-kun...

- Sakura.

- Eu quero ir. Nós já conversamos sobre as outras pessoas da minha vida. Preciso dar atenção a elas também.

Eu pensei em ser injusto e egoísta. Pensei em puxar ela de volta para a cama e dizer e fazer tudo o que eu sabia que iria convencê-la de ficar, mas minha única vontade real era respeitá-la, o que se ampliava pelo quanto a amava. Eu a soltei e ganhei um dos seus lindos sorrisos como recompensa.
Sozinho na cama, vi minha esposa andando sem roupa para fora do quarto e senti como se estivesse deixando luz escapar por entre meus dedos. E aquela luz andava de um jeito tão decidido que me deixava maluco de vontade. Eu queria de novo.
Mas que bunda...

- Puta que pariu.

Me joguei pra trás na cama e afundei o rosto no travesseiro. Murmurei minha frustração naquele pedaço de penas e tecido até ouvir a voz da minha esposa alguns minutos depois.

- Sabe quem era, Sasuke-kun?

- Não.

- Quer saber?

- Não.

- Ah, vamos, não seja assim...

- Odeio quando somos interrompidos.

Eu ainda estava com a cabeça no travesseiro, então toda a minha atenção foi para o toque dela na minha cabeça, no carinho que começou a me oferecer.

- Temos um compromisso para essa noite. O Hiashi-san disse que vai preparar um jantar para nós e que espera poder conversar com você de novo... Quando foi que você viu ele, Sasuke-kun? Eu não sabia que já tinha ido à casa principal dos Hyuuga...

- Faz tempo.

- Quanto tempo, exatamente? Por que nunca me falou sobre isso?

- Eu não tenho que te contar tudo.

Eu a lembrei. Tirei a cabeça do travesseiro e observei o momento exato em que Sakura recompôs o cuidado em que vínhamos trabalhando todos esses meses, para que não fôssemos nocivos um com o outro. Eu sabia como era difícil... Amar muito alguém era arriscado e perigoso.
Ela guardou seu ciúmes extravagante, e eu guardei minha possessividade obsessiva.
Eram fatos que sempre estariam lá, mas descontar um no outro jamais seria a coisa certa a se fazer.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora