Olá, Konoha

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Eu já podia ver os portões de Konoha, tão familiares, tão acolhedores e significativos. Muito havia acontecido ali, inclusive a partida de Sasuke-kun sem mim quando ainda éramos crianças. Contudo, sete anos se passaram e agora estávamos voltando juntos, adultos, pai e mãe. Esposa e marido.

Nossa viagem de volta não durou mais que um mês, fomos rápidos e objetivos. Mesmo que tenhamos passado perto da pousada da família de Aiko, infelizmente Sasuke-kun se recusou a entrar onde quase destruiu uma família. Contudo, como médica, eu quis checar como as coisas iam antes de seguir caminho. Por sorte, estavam indo bem. Mas agora eu já não tinha mais muita certeza sobre se a garotinha ainda queria ser uma kunoichi. Isso foi de partir o coração... Eu não contei para meu marido, ciente de que a culpa iria martelar ainda mais sua alma já bastante atormentada.

Ele não me disse o que estava pensando, embora eu tenha percebido seu desânimo.

Meu marido era esperto, notou antes de mim o movimento nos portões de Konoha. Então parou onde estava e olhou para mim com os ombros tensos sob a capa preta.

- Eu escrevi para o Naruto-kun e Kakashi sensei. Contei que estávamos voltando.

Expliquei com um sorrisinho nervoso, tentando não murchar diante do franzir de sobrancelhas dele.

- Eles falaram para todo mundo. Vão fazer disso um evento desnecessariamente grandioso.

- Não vão, não. Eles sabem guardar segredo.

Ele deu de ombros para mim e seguiu em frente com Sarada no colo, claramente descontente.

- Sakura, acredite no que tô dizendo, eles vão.

Eu o segui em silêncio, esperando para ver. Meu marido não gostava de despedidas e recepções espalhafatosas, por isso todos os momentos de suas idas e vindas foram tão inesperados para todos. Ele planejava sozinho e aparecia ou sumia quando bem entendesse.

Eu devia ter pensado melhor nisso e na reação do nosso amigo e do nosso sensei antes de escrever, mas agora já era tarde e eu não conseguia me sentir nada menos do que empolgadíssima para revê-los.

- Quer revezar?

Eu ofereci, me referindo a carregar Sarada até que alcançássemos os portões, o que não faltava muito. Já fazia mais de três horas que ele estava tomando conta, e um balançar de cabeça me mostrou que pretendia ir até o fim.

Revirei meus olhos e segurei as mãos atrás do corpo. Ele ia ver só quando estivéssemos lá dentro!

- Não revira os olhos pra mim.

- Vai fazer o quê?

Eu retruquei rápido demais, então perdi o fôlego quando ele me encarou pelo canto dos olhos. A dominação naquele olhar me deixava excitadíssima. A promessa. A profundidade do que ele era capaz de fazer.

Cheguei até a tropeçar, o que fez Sasuke-kun afastar o olhar novamente.

Que vergonha!

- Sakura-chan! Sasuke!

Eu brilhei ao chamado do meu amigo, acenando de longe. Ele veio correndo, mas foi diminuindo à medida que se aproximava até parar completamente. Com a boca bem aberta, Naruto-kun encarou as figuras ao meu lado. Ele ficou congelado ali até que o alcançamos.

- Estou de volta, Naruto-kun!

- Sakura-chan... Quero dizer, o Sasuke... Quero dizer, vocês...

Ele soluçou.

- Vocês têm uma filha!

- Engole essa, seu idiota.

Sasuke-kun provocou Naruto sem nem parar de andar, sem nem olhar na cara do amigo e nem aliviar seu tom arrogante, foi passando por nós com a Sarada. E aquilo foi como um tapa na cara para Naruto-kun. Meu marido sabia como irritá-lo fazendo nada além de se exibir e então ignorá-lo.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora