O Silêncio do Uchiha

SasuSaku Extra #5.2

Após alocar a equipe de cozinheiros, esperei minha filha sair do banho e informei sobre os planos dessa noite. Tentei ligar para Sakura, mas só ficou tocando. Ela estava me ignorando porque eu agi como um moleque agora a pouco. Tudo bem, mas eu ainda assim iria caçar, capturar e rasgar o tal do companheiro dela se não lhe proporcionasse uma boa noite.

O banho frio ajudou a aliviar minha irritação. Eu ainda estava escolhendo o que vestir quando ouvi a voz da minha filha no corredor... e uma outra voz estranha.

Eu só tinha vestido a calça antes de sair do quarto. Sarada e uma pessoa da equipe de cozinheiros olhou para mim.

- Qual é o problema?

- Tá tudo bem, papai. Ela só quer saber aonde fica o banheiro. Pode deixar que eu cuido disso.

- Certeza?

- A única certeza que eu tenho é que minha mãe é ciumenta e não gostaria nada de saber que você tá sem camisa com gente em casa. Vai se vestir logo, peladão!

Sarada revirou os olhos, segurando uma risada.

- Vamos, eu te mostro onde fica o banheiro.

Ela foi primeiro, mas a visita continuou parada na frente do quarto da minha filha, olhando para dentro do cômodo. Depois olhou para mim.

Quando a equipe de cozinheiros chegou e minha esposa empurrou eles para dentro de casa, fiz uma lista mental das características principais de todos eles. Eram cinco no total. A que estava na minha frente agora era a única que não parecia um adulto formado.

Eu julgava que mal passava dos 18 ou 19 anos. Pelo pouco que observei da forma como trabalham, ela recebia ordens dos outros como se fossem seus pais. Foi assim que notei que a equipe de cozinheiros que Naruto mandou era um negócio de família.

A garota olhou mais uma vez entre mim e o quarto da minha filha, eu andei até ela e fechei a porta do quarto. Queria que ficasse claro que não era bem-vinda em nenhum outro cômodo além da cozinha. Diferente de Sakura, eu não queria que se sentissem à vontade. Eu queria que cozinhassem e dessem o fora daqui.

Sarada notou que não foi seguida e chamou novamente, com a voz menos acolhedora:

- O banheiro é por aqui. Vem.

Eu soube naquele momento que não seria preciso pedir para minha filha tomar cuidado enquanto não estivéssemos sozinhos em casa. Ela já estava em estado de alerta, como eu.

✦

Meu acompanhante era um cirurgião renomado e tão comunicativo quanto eu, então não demorou nada para nos separarmos ao longo do evento.

Eu ainda estava na minha primeira taça de espumante quando encontrei o psicólogo do meu marido.

- Boa noite, Hiroshi-senpai. Que maravilha ver o senhor aqui.

- Boa noite, Sakura-san. Fiquei sabendo que haverá uma palestra sobre transtornos de ansiedade e estratégias de manejo essa noite, então eu não quis perder. Você parece ótima, por sinal.

- E estou! Meu marido voltou para casa. Ele não vai ficar muito, mas já é o suficiente para me deixar feliz.

- O Uchiha-san está de volta...

O psicólogo suspirou aquela frase, como se precisasse dizer para acreditar no fato.

- Bom, fico feliz que sua família esteja reunida. Caso seu marido queira bater um papo, diga que as portas da minha sala estão sempre abertas.

- Ele quase nunca quer "bater um papo", mas vou dizer. Eu adoraria que ele fosse te ver.

- Eu também adoraria, Sakura-san.