Fazer... amor?

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Mordi o meu lábio, tentando pela enésima vez concentrar meu chakra de modo que combine com a forma usada no ninjutsu médico, mas não sei nada sobre isso. Ainda assim, continuo tentando com minhas mãos estendidas no braço da Sakura.

Não estava assim na noite passada, mas agora tem as marcas das minhas mãos perfeitamente ao redor de cada braço dela.
Quero fazer isso sumir antes que ela acorde, não posso deixá-la ver o que fiz por falta de autocontrole.
Eu não sou assim.
Minhas tentativas são inúmeras e todas falharam, as horas passam e minha frustação aumenta.

- Hmm... Sasuke-kun?

Meu tempo acabou.

- Estava tentando usar ninjutsu médico? Por quê?

Sakura me olha confusa, ainda parecendo com um pouco de sono.

- Eu não achei que fosse acontecer...

- O que aconteceu?

Sua pergunta vem juntamente com um olhar atento. Aponto para um dos braços da Sakura, achando melhor não tocá-la de novo.
Prendo o maxilar quando ela vê os hematomas que meu aperto causou, depois volta a me encarar.

- Ah, entendi... Estava tentando me curar?

Assinto e me levanto da cama.

- Desculpe.

Digo rapidamente e vou andando para o banheiro.
Eu deveria tomar mais cuidado com ela, é uma garota. Não é como as mulheres de antes, que eu não precisava me preocupar com os resultados desde que se entregassem ao Orochimaru.
Eu quero cuidar da Sakura.
Lavo minhas mãos em uma tentativa fútil de deixar a responsabilidade ir embora, mas ainda sei que fui eu quem causou os hematomas nela.
Assim que saio do banheiro, Sakura está me olhando de um jeito que não consigo entender, e isso me deixa louco.
Ela está brava, é provável. Até eu estou bravo comigo mesmo.


- Sasuke-kun, vem aqui.

Usou o sufixo?
Ela bate a mão na beira da cama logo ao seu lado, mas continuo parado onde estou. Então Sakura sorri, e isso me dá esperanças de que talvez me perdoe.

- Olha só...

Ela diz assim que me sento ao seu lado, um tanto distante. Vejo quando levanta uma mão para o outro braço e começa a fazer uma das coisas que faz de melhor. Com pouco mais de um minuto sua pele já está clara como antes, mas os tons de roxo escuro com o formato dos meus dedos ainda chamam a minha atenção no outro braço. Sakura percebe e usa ninjutsu médico em todos os outros hematomas também.

- Pronto. Eu estou completamente bem.

Ela cruza os braços para mostrar que não sente nenhum incômodo.

- Mas isso não apaga nada.

Esse é o tipo de culpa que não posso dividir com a Sakura porque foi falta de cuidado meu, unicamente meu.

- Sasuke-kun, preta bem atenção! Não pode deixar uma coisa boba como essa te afetar. Eu também te machuquei, se lembra?

- Eu não me importo se foi você quem fez aquilo.

- Eu também não me importo que tenha sido você.

Ela argumenta de volta e balança a cabeça negativamente.

- Escuta aqui, Uchiha Sasuke.

Levanto meu olhar para a Sakura quando ela se inclina no meu rumo.

- Aconteceu em um momento lindo de intimidade, só nós dois sabemos. Você não precisa se controlar quando está comigo, e eu não sou tão delicada, Uchiha!

O que ouço parece fazer sentido, apesar de não anular uma coisa...

- Eu não quero machucar você, Sakura. De forma alguma, nunca mais.

Já é difícil o suficiente suportar o quanto ela já sofreu por mim, não precisamos de mais.

- Vou encarar isso como uma marca de amor, se preferir...

Marca de amor?
Tento entender enquanto apoio as mãos atrás do meu corpo na cama, ao mesmo tempo que Sakura se aproxima.
Ela vai me beijar.

- Acho que eu não entendi.

Apesar de ser verdade, digo isso agora para que ela perca tempo me explicando, mas parece que a mesma não liga muito.

- Você vai entender se for um pouco mais romântico.

- Eu não sou.

Ela solta uma risadinha.

- Verdade.

E coloca seus lábios nos meus.
Não posso evitar em retribuir, mas aperto minhas mãos na cama para não tirá-las dali. Caso haja pelo menos um pouco de chateação dentro da Sakura, ela realmente não vai querer meu toque.

- Me toca.

Seu pedido sai entre nosso beijo e ela senta em meu colo, parecendo ter acabado de ler meus pensamentos. De qualquer forma, já percebeu minha hesitação.

- Sasuke-kun, você não quer tocar em mim?

Porra, é claro que quero.

O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora