A Decisão do Hokudaime Hokage

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Por um segundo.

Durante um segundo inteiro eu não soube o que deveria dizer. Eu não soube qual expressão estava fazendo diante dos olhos de Sakura.
Ela conseguiu me pegar de surpresa.

- Você...?

Não reconheço minha voz.

- Sim. Estou pedindo sua mão em casamento, garotão.

- Meu deus, Sakura!

Meu corpo age por mim e nem sei como fiz para sentir o gosto de seus lábios, desesperado para suprir a necessidade constante que tenho disso. De Sakura.
A verdade é que aquilo não foi uma pergunta, muito menos uma proposta, pois eu já tinha falado que isso era o que eu queria.
Foi a resposta dela para mim.
Meus braços estão abraçando Sakura com tanta força que começo a lembrar que preciso me controlar.
Mas meu sangue corre nas veias violentamente e todo o meu corpo está eletrizado por dentro.
Eu queria poder mostrar o quanto meu amor por ela é forte.
Preciso ficar distante antes que acabe por quebrá-la por conta da minha euforia repentina.
Me obrigo a soltá-la assim que ouço arfando em minha orelha.

- Uau... E-Estou um pouco zonza agora.

Então não entendo o porquê de estar sorrindo e segurando meus ombros, mas me agrada muito, então não questiono.

- Você é muito... muito forte.

Me ocupo em conter minha própria energia enquanto Sakura reabastece seus pulmões com novas rajadas de oxigênio.
De repente ela está sorrindo para mim, com o peito subindo e descendo entre nós.

- Às vezes... é difícil conter os sentimentos, né?

Passo a língua entre os lábios, assentindo positivamente com a cabeça.

- Eu juro que não sei de onde você tira tanta energia, Sasuke-kun. Passou o dia todo no hospital, deveria estar fraco e desgovernado.

Ela solta uma risada baixa, balançando a cabeça.

- Você não é humano.

- Não, Sakura. É a primeira vez em muito tempo que me sinto tão humano assim.

Porque sei que se eu perdê-la, vai ser como perder uma parte importante de mim. Ela é uma força e uma fraqueza. E enfim posso admitir isso, observando a intensidade dos seus olhos mudar.

- Estou tão feliz por você ter voltado à Konoha, Sasuke-kun. Por estar bem aqui, na minha frente. Você não faz ideia...

Foi praticamente um sussurro, ao qual pude ouvir bem antes de Sakura me beijar.
O pensamento de que nosso jantar ainda está esperando lá em baixo passa correndo pela minha cabeça, mas obviamente eu jamais o seguraria pra interromper esse momento.
Não agora, que minha Flor de Cerejeira está se agarrando a mim com seu jeitinho particular de me beijar.

- Eu sei que você fez o jantar para nós...

- Eu não estou com a mínima fome.

- Mas você vai comer.

- Comida, não. Você, com certeza.

Eu exclamo, sem entender por que ela começa a rir de repente, com as mãos inquietas em meus braços.

- Estou falando sério, Sakura.

- Você não tem jeito.

- Você gosta assim.

- Verdade, garotão. Eu amo.

Sinto que o corpo de Sakura está mais quente do que a água, mas mesmo assim se afasta de mim.
Imediatamente começo a procurar o que há de errado, e ela percebe minha confusão.

- Você precisa comer comida de verdade, Sasuke-kun. Sem tocar em mim até que faça uma boa refeição.

Caramba... Agora?

- Sua última refeição foi o almoço do hospital, o que com certeza não é o suficiente. E não pode fazer sexo de novo depois de comer só uma fruta menor do que uma bola de gude.

- Na verdade, eu posso.

Com um pequeno sorriso no belo rosto, ela pega minha mão e coloca no colo do seu peito, me permitindo sentir seus batimentos cardíacos acelerados.

- Sasuke-kun, honestamente, acho que quem não pode sou eu. Estou morta de fome e senti que meu coração sairia pela boca durante horas. Então, você pode até durar a noite e o dia todo, mas eu, mera mortal, preciso mesmo comer alguma coisa.

Então eu percebo que me esqueci de pensar na resistência da Sakura também.
Porra! Deveria ter me lembrado disso!

- Entendo.

Engulo em seco e gentilmente a afasto de mim para me levantar. Tiro minha calça molhada e envolvo uma toalha em meus quadris, sentindo que estou sendo observado pela Sakura mesmo do outro lado do banheiro.

- Termine seu banho. Vou separar uma roupa minha para você usar.

- Obrigada. Vou sair em um minuto.

Caminho até o closet e me visto com roupas secas. Uma cueca, calça e blusa com mangas porque de repente me sinto exposto demais, de um jeito nada agradável.
Eu a amo demais e não posso evitar.
Lembro-me de quando o Nidaime Hokage explicou: está no meu sangue.
O Clã Uchiha ama -e odeia- com uma intensidade tão grande que é capaz de despertar um poder único. Uma kekkei genkai.
E ela está aqui. Brilhando em meu olho direito com a profundidade dos meus sentimentos.
Isso é difícil de controlar...
Em cima da cama deixo uma blusa para Sakura e a menor calça que tenho, mesmo sabendo que isso ainda é grande demais para ela.



O Silêncio do UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora