Capítulo 29 - Castigo

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LORENZO:

  Não consegui falar com Bárbara o dia todo. Nem consegui me concentrar nos assuntos da empresa hoje. Por causa dela, perdi contratos com investidores importantes.

— Ela é um prejuízo na minha vida! — pensei com raiva.

Olho para a varanda de casa, vendo se há um sinal de Bárbara. E o mais importante, quero ver quem é o homem que faz o coração dela acelerar?

Finalmente a porta se abre, mas para a minha infelicidade era Tomás, dos pés à cabeça todo molhado.

 — Tomás? Por que é você? — questionei ao vê-lo todo ensopado.

— Patrão... Se esqueceu que me deixou lá na mansão Rodríguez?

— E por que só voltou agora?

— Eu não tinha dinheiro para pagar um táxi. Então tive que ir de ônibus. Mas no meio do caminho o ônibus quebrou e tive que esperar esse tempo todo. E pior que está chovendo muito forte agora. — explicou Tomás.

— Vá e peça um remédio a Madalena de gripe. Vai te fazer bem. Desculpa, amigão. — disse colocando minha mão em cima de seu ombro.

— Boa noite, patrão.

Tomás sai e segue em direção a ala dos empregados.

Um relâmpago iluminou a varanda. Penso onde estaria Bárbara no meio dessa tempestade.

De repente, aparece um carro preto moderno e para de frente a porta da minha casa. E neste momento, vejo Bárbara saindo dele. Cruzo os braços ao ver tal cena. Ela parecia bem feliz. Aquilo me incomodou!

Logo ouço o barulho da maçaneta se abrindo. Bárbara entra e eu logo a encaro.

— Você voltou!

— Ah... Lorenzo...

— Isso são horas? Onde você estava? — elevei o tom da voz.

Observo Bárbara esfregando as mãos repetidamente.

— Eu... Tive um probleminha pessoal... Então...

— Um problema de família, certo? A Madalena me contou. — digo friamente.

— Exato! Era o meu avô que estava doente. Eu fui visitá-lo. — ela explicou.

Sinto um tom de nervosismo em sua voz. Então ela vai continuar mentindo para mim.

— Interessante. Pois eu fui visitar seu avô hoje e ele me disse que você nem apareceu por lá. Seu avô não tinha a menor ideia de onde você estava! Quer me contar a verdade? A menos que você possui outra família ou até um certo homem para você deixar esta casa e ir até eles.

Bárbara então começa a gaguejar diante de mim.

Assim, a passos contidos e lentos, me aproximo dela. A cada medida que eu chegava perto, Bárbara se afastava. Então, eu a encurralo na parede. Seu olhar estava cabisbaixo, com a outra mão aperto seu queixo e a faço a encarar-me.

— Diga-me. Quem é ele?! - questionei.

— "Ele"? Do que está falando?

— Não mude de assunto, Bárbara! — gritei de raiva. — Sei muito bem que você saiu para cuidar daquele cara! Ele até teve a ousadia em trazê-la pra casa de carro! Pior, no carro dele!

— Estás louco?! Não tem cara nenhum! Foi a médi... Digo, uma amiga que me trouxe!

— Mentirosa! Ainda se atreve a me dizer tais mentiras! Está bem. Hoje a punirei de verdade! — esbravejei.

Com isso, pego Bárbara pelas pernas e a carrego por cima dos meus ombros.

— Lorenzo! Me solta! Seu cachorro louco, me solta! — ela gritava.

Subo as escadas e vou até o quarto branco. Era um quarto vazio e intocável, pra ser mais exato, era como o porão da minha casa. Entro e a jogo na cama. Ela me olha assustada.

— Esta noite dormirá aqui! E a trancarei. Pra que você aprenda e repense sobre o que fez!

Saio apressadamente e tranco a porta. Logo ouço as batidas desesperadas de Bárbara. Espero que isso coloque um pouco de juízo na cabeça dela!

Feito isso, vou para meu quarto descansar.

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora