Capítulo 9 - O Casamento está pra começar!

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BIANCA: 

  Ao chegar no hotel, exatamente como Bárbara havia explicado. Rapidamente, fui recepcionada pela gerente do lugar. Durante esses dois dias, a cada 1 hora, aprendi alguns idiomas novos, a valsar, a andar de cabeça erguida e com elegância, andar de saltos pela primeira vez... Confesso que essa parte detestei! Como uma mulher aguenta perambular por aí com esse troço apertando e esmagando seus dedos?!

  — Você está muito tensa! Olhe pra mim. — disse a mulher, esbanjando-se novamente a como se deve andar.

  — Ok...

  Treinei isso por mais de 3 horas, até minhas pernas ficarem bambas e meus pés calejados. Nunca imaginei que para ser uma socialite eu teria que exercitar meu corpo ao limite! Estava totalmente exausta!

  — Agora, está bem melhor. Certo, vamos dar uma pausa. — a mulher me fala.

  — AMÉM! — gritei de alívio, e deito-me no chão, ofegante.

  Depois de um extenso treino durante esses dias, retorno para o quarto descansar definitivamente. Mas antes de fazer isso, o celular que Bárbara me deu, começa a tocar. Engulo em seco, ansiosa, pensando no que viria.

  — Bianca, oi. Desculpa, mas tenho que te falar! O meu avô descobriu a localização do hotel em que você está hospedada. Já se passaram exatamente os dois dias... A família LeBlanc está indo para aí agora, para realizar os preparativos do casamento!

  — O quê?! Mas ainda não estou pronta, Bárbara! — respondi meio nervosa. 

  — Sinto muito, mas você deve achar um jeito! Eu já estou dentro do avião, Bianca. Logo ele irá decolar. — explicou ela. — Confie em si mesma, sei que irá conseguir!

  — Não quero fazer isso não, Bárbara! E se alguém descobrir? — exaltei-me desesperada com a notícia.

  — Confie em mim. Não existe essa chance! Nós treinamos muito. Sei que irá conseguir, Bianca. Acredite em si mesma, assim como eu acredito em você. — incentivou ela.

  — Como vou conseguir lidar com o neto da família LeBlanc?!

  — Trate-o como você quiser! Afinal, ele é uma besta em todos os sentidos! Ei, tá aí um bom apelido para ele. Ele possue tudo, mas a cara de abestalhado é de nascença! Enfim, boa sorte!

Tento argumentar, mas a ligação infelizmente cai.

  — Alô, Bárbara? Bárbara! Uma besta... Isso é sério? 

  Vendo a real situação, só penso em fugir dali. Com a roupa de ginástica que estava, decidi ir assim mesmo. Quando o celular no bolso e apresso-me em direção a porta. Porém, ao abri-la, me surpreendo com quatro seguranças na minha frente.

  — Sra. Bárbara. Seu avô nos contratou. Não pense em mais nada, além de ser preparar para o casamento. — respondeu um dos homens com a voz áspera.

  — Sinto muito, mas vocês pegaram a garota errada! — digo, tentando me esquivar.

  No entanto, sou pega. O homem rabugento me encara e avisa:

  — Seu avô ordenou que a vigiassemos para que tudo saísse perfeito. Agora, essas funcionárias lhe acompanharão até a sua sala privativa para trocar de roupa. Seu avô fez questão de escolher o melhor vestido desenhado por uma famosa estilista da Itália.

Engulo em seco com toda essa informação e apenas sinto meu coração disparar ao ver na confusão que aceitei fazer parte.

  — Podem levá-la!

Sou arrastada e empurrada por uma equipe de camareiras que trabalhavam no hotel. Elas me levam até um salão, reparo bem no que está ao meu redor. Havia uma plataforma com cortinas vermelhas em volta, certamente ali eu trocaria de roupa. Depois vejo um longo buffet com algumas guloseimas, bolos, doces e até balinhas de menta para relaxar. Vejo um trio de mulheres, elas tinham várias maletas e pincéis nas mãos. Obviamente devia ser a equipe de maquiagem e cabelo.

  — Hora de preparar a noiva! — elas gritam ao mesmo tempo.

  Sem meu consetimento, elas tiram minha roupa praticamente e começam a me embelezar. Lavaram, secaram, escovaram e enfeitaram meu cabelo, enquanto isso, fiz manicure e pedicure.

  — Feche os olhos rapidinho, linda! — pediu a moça passadando pó e blush em meu rosto pálido e sem-graça.

  Todo esse processo durou aproximadamente 2 horas. Finalmente elas saem de cima de mim. Ao olhar para o espelho, sinto um arrepio invadir o meu corpo. Um frio na barriga toma conta do meu corpo, e sinto minhas mãos ficarem geladas por conta do nervosismo.

  — Agora meu bem, é só colocar o vestido. Entre no provador.

  — C-Claro... Hã... Vocês podem me deixar um pouco sozinha? Quero respirar um pouco...

  As camareiras consentem e saem. 

  — Caso precise de ajuda para ajustar o vestido, é só nos chamar. Está bem?

  Balanço com a cabeça, confirmando.

  Ao estar sozinha, jogo o vestido em cima do puff. E começo a procurar uma saída. Tento as janelas, mas estavam trancadas por cadeados. Só havia uma porta, que é por onde entrei, mas certamente estava sendo vigiada por aqueles brutamontes rabugentos.

Olho para o vestido e solto um suspiro triste.

  — Acho que não há mais nada que eu possa fazer. — lamentei.

Dito isso, pego o vestido e vou para o provador. Coloco o vestido, entretanto, não estava conseguindo fechar o zíper. Tento, tento, mas fracasso. Então, resolvo pedir ajuda.

  — Camareira.

Mas ninguém havia respondido. Tento novamente, porém, elevo minha voz desta vez.

  — Camareira!

Espero uns cinco minutos até que ouço o barulho da porta se abrindo. Permaneço de costas esperando a mulher ajustar o meu vestido.




O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora