Capítulo 112 - Inocente

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BIANCA:

Passa-se duas semanas, e enfim, chegou o dia do julgamento. Preparo-me adequadamente e sigo as dicas que a Dra. Manuella me falou. 

Escolho uma vestimenta formal para a ocasião, afinal estaríamos diante de um tribunal. 

Minha roupa:

Lorenzo aparece em minha frente, bem apresentável também

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Lorenzo aparece em minha frente, bem apresentável também. Ele estende o seu ombro em minha direção e aceno com a cabeça lentamente. Pronta para ir!

Ao chegarmos no tribunal, avisto todos os meus amigos e familiares: Tomás, Madalena, Esther, Lucca, meu avô, minha madrinha e Rodrigo. Com eles ao meu lado, me senti mais confiante em encarar esse julgamento.

A Dra. Manuella caminha em minha direção, me cumprimenta e me guia pelo ambiente. Neste instante, vejo Bárbara chegar algmeada pelos polciais, nossos olhares se cruzam rapidamente. Eu sabia que no fundo, ela não queria estar ali, devido a nossa última conversa na delegacia. Mas entendo que Bárbara já pressentia que não pudia escapar disso.

De repente, todos permanecessem em silêncio por um momento. Até que enfim, o julgamento começa definitivamente.

O ambiente é solene e carregado de tensão, com a presença de juízes, advogados, jurados e espectadores.

Estou sentada na área reservada para as testemunhas, ao lado da advogada Manuella, enquanto Bárbara está no banco dos réus, com um olhar tenso e cheio de remorso. A sala do tribunal está repleta de pessoas curiosas para ouvir os desdobramentos do caso.

A advogada de acusação faz a apresentação inicial, descrevendo os atos cruéis e manipuladores de Bárbara contra mim. Ela menciona as perdas que sofri, incluindo minha identidade, os perigos que enfrentei e as tentativas de assassinato que sofri.

— Bianca Rodríguez, por favor. — falou o juiz.

Sou chamada ao púlpito para testemunhar. Com uma voz firme e determinada, descrevi todos os momentos de terror que vivi nas mãos de minha própria irmã. Ainda relatei como fui manipulada, enganada e colocada em perigo. As emoções transpareceram em meu rosto enquanto eu revivia os eventos traumáticos.

Os jurados ouvem atentamente, observando as expressões de nós duas. A sala fica em silêncio enquanto continua a compartilhar a minha história de superação e resiliência diante das adversidades impostas por Bárbara.

— Assente-se, senhorita Bianca. — mandou o juiz.

Saio dali e retorno ao meu assento.

Em seguida, é a vez da defesa apresentar seus argumentos. A advogada de Bárbara tenta justificar os atos de sua cliente, alegando problemas psicológicos e arrependimento, já que o culpado era outra pessoa, que a influenciou e a fez cumprir todos esses atos abomináveis. No entanto, Lucca testemunhou contra Bárbara, comprovando sua tentativa de assassinato contra Bianca. A evidência é clara e contundente, deixando pouca margem para a defesa.

O clima tenso atinge o clímax quando Bárbara é convidada a fazer sua declaração final. 

Vejo Bárbara se assentar naquela cadeira e pude perceber o remorso a dominando por completo, ela tremia de nervosismo. Com os olhos marejados, ela assumiu tudo ao me olhar nos olhos:

— Eu... Eu assumo total responsabilidade por meus atos! Sou cúmplice do senhor Franklin LeBlanc em suas tramas perigosas e odiosas contra minha própria família. Peço desculpas do fundo do meu coração por tudo o que fiz contra você, Bianca. Fui movida por ódio, ressentimento e egoísmo, e minhas ações foram cruéis e injustificáveis. Não há desculpas para o que fiz. — ela confessou com a voz trêmula.

Porém, eu não a respondo de volta.  Sinto que estou prestes a chorar também, mas resisto fortemente.

A sala do tribunal fica em silêncio, todos os olhares voltados para a confissão de Bárbara. As palavras de Bárbara são carregadas de arrependimento, mas as consequências de seus atos já estão traçadas.

O juiz então toma a palavra e dá início às instruções ao júri. Após uma cuidadosa deliberação, os jurados retornam com seu veredicto. O silêncio na sala é palpável quando o juiz anuncia que Bárbara Rodríguez é considerada culpada pelos crimes cometidos contra Bianca. E que recebeu a pena perpétua por seus atos cruéis. Já o senhor Franklin LeBlanc foi condenado a permanecer num hospício aprisional, onde os bandidos mais perigosos ficavam sob custódia e em tratamento de seus devaneios e loucuras por causa de alguma demência.

— Portanto, declaro a senhorita Bianca Rodríguez inocente!

Ao ouvir a palavra final do juiz, sorrio de felicidade, ainda sem acreditar.

A sala do tribunal se enche de emoção, enquanto as pessoas absorvem a magnitude das revelações.

— Audiência encerrada! — declarou o juiz firmemente.

Enquanto Bárbara é levada sob custódia, fico imersa em uma mistura de emoções. Claro que experimentei a dor da traição, mas também a sensação de alívio por finalmente obter a verdade e a confissão de Bárbara. Agora, eu posso começar reconstruir a minha vida, sabendo que a justiça prevaleceu.

Antes de sair, Bárbara e eu, trocamos um último olhar. Como ela foi condenada a prisão perpétua, só posso lamentar. Mesmo ter feito o que fez, ela continua sendo a minha irmã. Está bem que me arrependo por nossa relação de irmãs acabar desse jeito, mas acho que ficarei mais arrependida se nós nunca nos acertarmos. 

Com o fim da audiência, e as pessoas já se levantando, saio do meu lugar, ignorando todos, e vou atrás de Bárbara.

Desço as escadas do tribunal e avisto os policiais levando-a embora.

— Esperem! — gritei ofegante.

Os policiais param de andar, e Bárbara levanta seu olhar para mim. Corro um pouco mais, e logo, estávamos frente a frente, como antes.

— Bárbara. — chamei-a com ternura.

Porém, ela não fala nada e abaixa a cabeça só de me ver.

Levada pela emoção, toco em seu rosto gentilmente e peço para que ela me olhasse nos olhos:

— Apesar de tudo... Eu te perdoo, Bárbara. 

Minhas palavras a fazem chorar copiosamente. 

— Bianca, minha irmã! — ela exclamou emocionada.

Comovida por aquele momento, a abraço fortemente e começo a chorar também. Ficamos assim, paradas por um tempo. Quando nos afastamos, Bárbara me olhava e segurava minha mão com carinho.

— É aqui que nos despedimos, Bianca. — ela disse meio apreensiva.

Tomo sua mão e a ponho em meu coração.

— Acredito que nossos pais querem muito que fazemos as pazes. E eu acho que me arrependeria em não dizer essas tais palavras a você. — confessei.

Sorríamos uma para a outra e dali nos despedimos. A cada passo que Bárbara dava, nossos olhares não se desgrudaram nenhuma vez.

— Adeus, minha irmã. — pensei tocada por aquele momento de reconciliação.

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora