Capítulo 54 - Um convite inesperado

57 5 0
                                    

LORENZO:

Encaro os olhos de Bárbara atentamente, tentando achar algo que a entregasse que de fato, ela está escondendo algo de mim.

Ela me afasta brutalmente e solta uma risada rápida e nervosa.

— Imagina, claro que não!

Não confiante naquela resposta nada satisfatória, agarro o queixo dela e faço com que Bárbara olhasse diretamente para meus olhos.

Quando nossos olhos se cruzam, notam que seu olhar estava vermelho e lacrimejando.

— Você esteve chorando? — perguntei.

— Não é nada. — ela desconversou.

Respiro fundo e solto o rosto dela. Bárbara se apressa e enxuga as lágrimas que ainda haviam em sua face.

— Entendi. — falei friamente.

Há um breve momento de silêncio entre nós. Eu a encaro. Parecia que ela não tinha a menor pretensão em iniciar uma conversa ali e agora.

— Vamos? — perguntei, finalmente.

— Hm?

— Seu avô me pediu para buscá-la. Eu te procurei em todo lugar. O que estava fazendo aqui? — a questionei.

Noto suas mãos esfregarem repetidamente. E eu pensava: Que tipo de desculpa ela inventaria agora?

— Bem, eu...

— Se ela não quer me contar, e ao invés de fazer tanta pressão nela, posso simplesmente testar outro método. Talvez usar o meu apoio a conforte para ela se abrir comigo. — pensei cautelosamente.

Pensado em tal estratégia, seguro suavemente as mãos de Bárbara. Que estavam geladas, por sinal. Cruzes! Parecia estar morta de tão fria que estava seu corpo!

Enfim, retomo minha fala e respondo com um tom mais ameno e suave:

— Bárbara, se tiver algo acontecendo, não hesite em me contar. Não guarde tudo para você, está bem?

— Por que você faria algo assim? — ela me perguntou, erguendo o olhar.

Acaricio delicadamente suas mãos com meus polegares. A encaro gentilmente e digo:

— Eu apenas quero ajudá-la. Nada mais.

Porém, para minha surpresa, Bárbara retira suas mãos das minhas, e apenas responde a mesma coisa que havia dito antes.

— Ah. Mas não tem nada acontecendo no momento! Tá tudo bem. Obrigada por sua preocupação, Lorenzo. — ela agradeceu diante de mim.

— Basta! Cansei de bancar o bobo da corte com ela! Isso é revoltante! — pensei irritado.

Há um momento de silêncio, e então resolvo ser frio.

— Vamos, Bárbara. Seu avô nos aguarda.

Ela nem se atreve a pegar na minha mão, ela sai por conta própria até chegar no quarto.

Mas ao chegar ao quarto, ela para em plena porta. Impaciente, eu a empurro para dentro. Ela me olha chateada por ter feito isso, mas eu já estava mais irritado do que ela, então apenas dou de ombros, ignorando-a.

Ao entrarmos definitivamente, percebo que meu avô também estava lá, conversando com o Sr. Samuel. De repente, um olhar sério é direcionado a nós.

Esse é o meu avô:

— O que está fazendo aqui, vô? — perguntei apreensivo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— O que está fazendo aqui, vô? — perguntei apreensivo.

Meu avô sempre foi reservado demais. Ele nunca visitou nem investidores importantes e aliados nossos de negócios. Por que dessa vez é diferente?

— Eu vim visitar o Sr. Samuel. E quando descobri que vocês estavam aqui também, aproveitei a viagem. Eu queria dar uma palavrinha com a Sra. Rodríguez. — ele explicou.

Meu avô caminha até nós. Sinto as mãos de Bárbara percorrerem pelo meu braço esquerdo, ela esconde levemente uma parte do rosto por trás do meu ombro.

Eu estranhei de imediato. Meu avô conhecia Bárbara desde que ela era pequena. Por que ela está tão tímida agora?

— Bárbara, não tenha medo. É só o avô do seu marido. Sr. Franklin LeBlanc. — explicou Samuel.

— Ah. — foi tudo que ela conseguiu pronunciar.

— Vamos direto ao assunto. Eu soube que você encontrou e contatou um novo investidor para seu novo projeto da empresa Diamond. Eu queria saber quando começará o processo das negociações. Mandei um e-mail para você, porém, nunca recebi um retorno. Então, vim pessoalmente para te perguntar. E aí, o que me diz? — falou meu avô.

— Ah... Isso... Bem, eu...

Vendo a dificuldade misteriosa de Bárbara responder tal pergunta, cedo as minhas frustrações contra ela, e a ajudo. Coloco meu braço entorno de sua cintura e a puxo para perto de mim. Encaro meu avô e simplesmente respondo:

- Vô, por conta do que ocorreu mais cedo, a minha esposa está de licença da empresa temporariamente. O próprio médico ordenou que ela tirasse um tempo para repousar e se recuperar. Ela pretendia te avisar, mas acabou esquecendo. Por isso, estou aqui para falar por ela.

Meu avô suspira e balança a cabeça concordando.

— Está bem. A saúde de sua esposa deve vir em primeiro lugar, meu neto. Então, eu faço um convite de vocês virem a minha casa para jantarem comigo. Hoje à noite. Faremos uma refeição em família, sem envolver qualquer assunto sobre trabalho. O que vocês dizem?

Mas antes que eu pudesse confirmar o convite, Bárbara intervém e fala:

— Eu me recuso a ir, senhor.

O que deixou todos naquele quarto espantados, incluindo eu! Nunca tive coragem de enfrentar o meu avô e vem Bárbara novamente e me surpreende em ver tamanha coragem e ousadia em dar tal resposta.

— Essa mulher é louca, de fato. E eu gosto disso. – pensei. 

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora