Capítulo 63 - Eu vou protegê-la

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LORENZO:

Apoio minha cabeça em meu braço sob a mesa. Pensando no que houve ontem. Ainda não consigo acreditar que Bárbara me rejeitou. Eu sou um homem justo, cavalheiro, rico, charmoso, mas como ela não me vê de um jeito romântico?!

— Sr. LeBlanc. — chamou uma voz.

Ergo o olhar e meus funcionários me encaravam de maneira confusa. Recomponho-me e digo:

— Desculpe. Onde estávamos?

— Uma investidora misteriosa propôs comprar quarenta por cento de nossas ações e investir na indústria de cetim. — falou uma funcionária.

— Investidora? Quarenta por cento das ações? — questionei, intrigado.

— Ela nos enviou um contrato com as propostas para ambos os lados. — disse um outro funcionário.

Respiro fundo, cansado.

Logo veio Tomás por trás, e dispensou toda a equipe. Deixando-nos a sós. Pego minha caneca e bebo um pouco de água. Ao erguer o olhar percebo que Tomás me encarava de uma maneira peculiar.

— O que foi?

— Patrão, perdoe-me a franqueza, mas o senhor está estranho desde que saiu de casa. Por acaso aconteceu algo entre você e a Bárbara? — interrogou Tomás.

Sento-me ereto e encaro-o de uma maneira séria.

— Tomás... Se um homem beijasse uma mulher, e essa mulher declarasse que foi um erro entre eles... O que você faria? — perguntei, meio hesitante.

— Você beijou a Bárbara?! — berrou Tomás.

— Fale baixo, imbecil! — retruquei.

Levanto-me da cadeira e puxo Tomás pelo ombro.

— Deixa eu ver se eu entendi. Você se declarou a Sra. Rodríguez dando um beijo nela a força? — questionou Tomás.

— Não foi bem assim... De fato, a beijei, mas foi no impulso. — tentei explicar.

Tomás me olhou e balançou a cabeça negativamente.

— Certamente a reação da Bárbara foi algo natural. Ela se sentiu ofendida. Já parou para pensar que esse talvez tenha sido o primeiro beijo dela? — ele me questionou.

Eu nunca pensei nisso. Mas pelo perfil da Bárbara, ela já teve inúmeros pretendentes.

— Mas ela me beijou também! — discuti. — Nós dois quisemos isso e depois ela me fala que tudo não passou de um erro terrível!

Tomás suspira e responde:

— Se você queria se declarar a Sra. Rodríguez, devo dizer que você fez tudo errado. Hoje em dia, as mulheres querem mais atos românticos ao invés de promessas vazias. A sua atitude foi errada. É possível que no momento, ela queria distância de você.

— E o que devo fazer? — indaguei.

Tomás então me puxou num canto e cochichou cada coisa e detalhe. Ao terminar, o encaro de maneira confusa.

— Vai dar certo isso? — questionei, meio incrédulo.

Ele põe toda sua mão no ombro e declarou todo confiante:

— Se você seguir essas instruções, a Sra. Bárbara cairá de joelhos por você! Confie em mim.

Decido confiar nas palavras de Tomás, pego meu celular e começo a planejar uma grande surpresa para Bárbara. Feito a ligação, resolvo ir para casa mais cedo.

Ao chegar, eu e Tomás ouvimos uma voz áspera gritando pela casa. Nos apressamos e vejo meu avô dando sermão em Lídia e Madalena. Também noto a ausência de Bárbara em casa.

— O que está acontecendo aqui?! — exaltei-me na voz.

Lídia e Madalena me olham amedrontadas. Certamente meu avô estavam maltratando os empregados novamente. Eu achava aquilo errado, mas nunca tive coragem para enfrentá-lo.

Meu avô se virou, meio rígido e respondeu nervosamente:

— Estou apenas dando uma lição. Elas não têm que se intrometerem em assuntos que não lhes dizem respeito!

— E que assuntos seriam esses para fazer um escândalo em minha própria casa? — discuti.

Neste momento, Lídia se atreveu e disse às pressas, desesperada:

— Não sei o que aconteceu, mas a Sra. Bárbara fugiu de casa após ter uma conversa a sós com seu avô. Não entendi na hora, mas ela o acusou de alguma coisa e suas últimas palavras foram: "não posso ficar um segundo a mais nessa casa". Então, ela fugiu.

Vejo meu avô levantar a mão para Lídia, mas rapidamente o impeço de fazer isso. E pela primeira vez, eu o encaro de maneira furiosa.

— O que o senhor fez com a minha esposa?!

— Eu não fiz nada. Essa sua empregada está me caluniando! — ele discutiu.

— Lídia, há quanto tempo Bárbara está ausente? — indaguei impaciente.

— Já faz uma hora e ela ainda não voltou. Estou preocupada que algo de ruim possa acontecer. — disse Lídia apreensiva.

Sem me importar com a presença de meu avô, saio disparadamente a procura de Bárbara. Pego o carro e vou em todos os lugares que eu e Bárbara passamos juntos, porém, não tenho muito sucesso.

Até que me lembro que Carlizes comentou sobre o envolvimento de Bárbara com um possível abrigo de idosos para o lar. Coloco o endereço no GPS do carro e sigo a rota com a esperança de que Bárbara estivesse lá.

— Bárbara, eu não vou deixar que ninguém te machuque! — declarei, determinado, aumento a velocidade e indo até ela. 

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora