CENA DUPLA.
BIANCA:
Depois do almoço, volto para o meu quarto irritada. Jogo-me na cama e começo a discutir sozinha. Imagina, não poder comer carne porque faz mal para minha dieta. Eu nunca fiz dieta na minha vida! Sempre como de tudo.
Olho para o teto e suspiro. Realmente sem fazer nada o dia todo chega a ser entediante! O que será que eu faço agora?
Neste momento, escuto alguém bater na porta. Levanto-me e dou de cara com Lorenzo. Ele estava com várias pastas na mão.
— Que bom que está acordada! Assim terá mais desempenho em cumprir suas tarefas. — ele diz, meio debochado.
Antes de eu responder, ele me entrega todas as pastas. Algumas até caíram no chão, pois eram muitas e eram pesadas.
— Isso...?
— Quero elas prontas até o final da tarde de hoje. Adeus. — ele diz isso sem mais nem menos, e depois vai embora.
Fecho a porta do quarto, sento na cama e as abro. Percebo que são artigos de contrato e negócios de investidores.
Acho que a Bárbara esqueceu de me dizer sobre o que ela realmente trabalha. Céus e agora? O que eu faço?
Passo a tarde inteira tentando entender os contratos, mas fracasso miseravelmente. Novamente, ouço alguém batendo na porta.
— Quem é? — gritei, encolhida no canto.
— Sou eu.
Reconheci a voz no mesmo instante, era Lorenzo. Caminho lentamente e abro a porta para ele. Lorenzo entra apressadamente com um olhar frio.
— Presumo que você tenha terminado.
— Não exatamente... Eu tenho algumas dúvidas sobre as propostas.
— Ok. Pode tirá-las comigo. Afinal é a colaboração entre as duas famílias.
— E agora? — pensei apavorada.
Minha respiração se torna ofegante. Então tento improvisar um desmaio. Começo a cambalear pelos lados e finjo cair no chão. Faço o possível para não me mexer. Se isso desse certo, eu ficaria livre só por hoje.
— Por favor, que dê certo! — supliquei em pensamento.
LORENZO:
Vejo o corpo de Bárbara caído bem na minha frente. Ela acha que me engana com esse truque ridículo? Cutuco-a levemente com o pé, porém, ela não se mexe.
— Bárbara, levanta daí! - exigi.
Depois de cutucá-la mais de seis vezes, daí começo a ficar preocupado de verdade. Rapidamente agacho até ela e tento sentir sua pulsação.
— Acho que ela está mal! — confessei desesperado.
Num movimento rápido, ponho-a em meus braços e deito ela na nossa cama.
— Bárbara! Bárbara, está me ouvindo? — me aproximo o suficiente dela.
Suas bochechas estavam rosadas, significa que a temperatura do corpo está tudo bem.
Suspiro aliviado. Mas que estranho ela desmaiar assim tão de repente. Já que ela estava inconsciente, e já estava quase anoitecendo, resolvo tomar uma ducha.
Fico uns vinte minutos no chuveiro, até que ouço algo caindo dentro do quarto. Será Bárbara? Saio apressadamente com a toalha enrolada na cintura.
Ao direcionar meu olhar para a cama, Bárbara não estava mais lá.
— Que raios... Pra onde ela foi? — questionei.
Até que chega Tomás e revela arfando:
— Patrão, tem algum motivo para sua esposa ir ao banheiro dos funcionários?
— Como?
— Ela está no banheiro dos homens! Justamente quando alguns tomavam banho... Senhor, faça alguma coisa! — exclamou Tomás desesperado.
Saio imediatamente até a ala dos empregados e entro. Ao entrar vejo Bárbara sentada no box molhado, com os olhos vendados com uma tira de pano e com um monte de homens ao redor nus e constrangidos com a presença dela.
Suspiro fundo, agarro-a pela cintura e a carrego nos ombros até o andar de cima. Com ela gritando e esperneando.
— Vai ser uma longa noite! — afirmo, já cansado com aquela situação toda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Coração em Chamas
RomanceNuma noite de lua cheia, a mansão Rodríguez incendeia-se misteriosamente. O culpado tinha como o objetivo de apossar das empresas da família Rodríguez aniquilando todos que viviam naquela casa. O que ele não esperava, é que as gêmeas sobrevivessem...