Capítulo 34 - Refém

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BIANCA:

  Sinto minha pele pinicar, sentia minhas mãos geladas. O que será que esses homens farão comigo? Será que vão me matar? O que eles querem afinal?!

  Finalmente eles tiram o saco preto da minha cabeça. Ao abrir os olhos, vejo que estou trancada num depósito abandonado. Percebo que minhas mãos estavam amarradas, meus pés também, estava presa numa pilastra.

  Olho ao redor e havia um bando de homens. Todos com armas na mão, e com um semblante vingativo.

  — O que querem comigo?! Como ousam me sequestrar? Por acaso vocês não sabem quem eu sou?! — perguntei.

  Então, o chefe aparece, se aproxima de mim e agarra meu queixo.

  — Você é a chave para a ruína da família LeBlanc! Quando o seu marido receber nossa mensagem, ele virá direto para a armadilha. — ele me responde com um olhar malicioso.

  — Vocês me prenderam à toa! Ele não virá! — exclamei.

  O chefe dos bandidos então começa a apertar o meu pescoço, a ponto de me sufocar.

  — Caso ele não apareça, eu a matarei! — ele ameaçou.

  De repente, ouço alguém entrar, e o chefe dos bandidos, finalmente solta meu pescoço. Tento respirar, mas acabo tossindo muito.

  — Chefe, o neto da família LeBlanc concordou com a troca. Hoje, à meia-noite ele virá com o dinheiro. — falou um dos bandidos menores.

  — Excelente! Vamos ver o quanto ele está disposto a oferecer pela vida de sua esposa!

  O chefe dos bandidos rosna pra mim. Sinto meu coração pulsar de medo.

  — Muito bem rapazes. Hoje será a nossa vitória contra a família LeBlanc! Preparem-se!

  Gritos de comemoração se espalharam pelo depósito onde me mantinham em cativeiro.

  — E quanto a você, mocinha, comporte-se, pois sua hora em breve chegará. Jack e Mark, vigiem-na para que ela não escape! Quantos aos outros, me sigam!

  Enquanto o restante do grupo ia embora, dois lacaios ficavam de vigia pra cima de mim.

  — Preciso bolar algo, se eu quiser escapar! — pensei.

  Começo a reparar no depósito que eu estou. Há 2 metros onde eu estava presa, tinha uma bancada turquesa, com a cor já envelhecida e coberta de teias. Em cima, observo que há vários mostruários, exibindo xícaras de porcelana detalhadas a mão.

  — Tudo que preciso fazer, é achar um jeito de derrubar aqueles mostruários e pegar um caco de vidro para cortar as cordas. — pensei meticulosamente. — Mas pra isso acontecer... Tenho que inventar uma situação para distrair esses caras! Espera... Tive outra ideia!

  Ambos me encaravam, outra hora cochichavam no canto. Não posso perder tempo ficando parada, tenho que agir agora!

Então começo a me contorcer e gemer de dor, gesticulando com os lábios. Logo, os dois vigias me olhavam sem entender. E eu continuava.

Até que um deles, irritado com o som dos meus gemidos, agacha-se ao meu lado e agarra o meu rosto.

— Dá pra parar com isso?! O que você quer? — ele me questiona.

— Quero ir ao banheiro. Eu tô muito apertada!

O bandido a minha frente solta o meu rosto e ri:

— Faça nas calças, ué.

— Lembre-se que eu sou a esposa de Lorenzo LeBlanc. Se o seu chefe e vocês quiserem o dinheiro, precisam me manter em "bom estado". Caso contrário, meu marido não terá piedade em machucá-los pelo que fizeram comigo! — declarei.

Eles se entreolham e me desamarram da pilastra. Porém, minhas mãos continuavam amarradas. Os dois vigias me levam a um banheiro meio destruído, com uma porta com tranca, e um espelho sujo pendurado na parede. Entro as pressas e tranco a porta desajeitadamente. Agora penso no meu próximo passo.

Vejo o espelho e o jogo no chão, espatifando-o.

— Que barulho foi esse aí? — questionou um dos bandidos batendo na porta.

— Eu esbarrei num negócio aqui! — respondi de volta.

Pego apressadamente no chão, um dos cacos para começar a cortar as cordas que me prendiam. Nos filmes pareciam ser fáceis, porém, eu estava tendo um pouco de dificuldade. Passou-se dez minutos, e os bandidos lá fora, ficaram inquietos com a minha demora.

Finalmente consegui cortar as cordas. Pego mais um caco de vidro, mais pontiagudo e afiado do chão e mantenho em mãos. Ao abrir a porta, eu avanço pra cima dos bandidos, ferindo com o caco de vidro, atinjo um nas costas e outro perto do pescoço. Ambos caíram e eu saio dali desesperada.

Começo a procurar a saída daquele lugar, mas para o meu pavor, sou pega. Um deles me puxa pela gola e me dá um tapa no rosto. Outro vem por trás e imobiliza meus braços, o que deixa cair o caco no chão. Logo aparece o líder deles. Ele me encara com um sorriso amarelo e me golpeia na cabeça com um pedaço de madeira.

Sinto minha visão ficar embaçada e meus olhos se fecham.


O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora