O Coração em Chamas

Capítulo 33 - Sequestro!

LORENZO:

  Chego em casa depois do trabalho, encontro Madalena e Lídia conversando com Tomás na sala de estar.

— Ei, vocês!

Eles tentam ir embora, mas eu os impeço.

— Queria pedir desculpas pelo que aconteceu hoje mais cedo. Fui dominado pela raiva e fui rude. Me perdoem, por favor. — respondi.

Os três me olharam e me encaram com um sorriso caloroso.

— Está tudo bem, patrão. — disse Tomás.

— Nunca culparíamos o senhor. — falou Madalena.

Por fim, encaro Lídia que tinha um sorriso enigmático. Imediatamente entendo sua mensagem.

— A Bárbara já voltou?

— Ainda não. — respondeu Tomás.

— Então, Sra. Madalena prepare uma refeição caprichada! Quero fazer uma surpresa para a minha esposa. — disse meio ansioso.

Madalena e Tomás me olham surpresos, já Lídia sorriu de alegria.

— Vamos logo! Tudo precisa estar preparado antes dela chegar. — falei apressadamente. — Lídia, você me ajuda a colocar a mesa?

— Sim, patrão! — ela exclamou animada.

Assim cada um foi fazer suas tarefas para me ajudar a preparar um jantar especial para Bárbara.

Logo a mesa estava posta, com dois pratos, talheres, taças, um bom vinho, e uma comida mais leve, espaguete com almôndegas. Acompanhado por velas, deixando um clima mais bonito e aconchegante. Tudo estava pronto. Agora era só esperar a Bárbara chegar.

Porém, a hora ia passando, passando, e nada de Bárbara chegar em casa. Olho para a comida na mesa, certamente já estava fria e murcha. Se comesse agora o gosto seria horrível! 

  Tomás aparece por trás e diz:

— Ela deve estar presa no trânsito! Sabe, como o trânsito demora muito a noite.

— Ela não vem mesmo. — confessei meio decepcionado.

— Será que não aconteceu algo com ela? — perguntou Lídia preocupada.

— O que poderia acontecer? Aquela mulher, nada segura ela! A nossa senhorita é forte! — defendeu Madalena.

De repente, a campainha é tocada.

— Deve ser ela! — exclamaram os três juntos.

Apresso-me para recebê-la, ao chegar na porta, algo me surpreende. Bárbara não estava lá, mas sim, um envelope amarelo misterioso. Pego-o do chão, e caminho com ele para dentro de casa.

— O que é isso? — perguntou Tomás inquieto.

— Não sei ao certo. — respondi.

Vendo a ansiedade do olhar de cada um, decido abrir o tal envelope. Ao abri-lo, sinto meu coração acelerar de medo! Eram fotos da Bárbara! Todas mostravam ela amarrada, presa, capturada. Vendada e o pior, amordaçada. Ela foi sequestrada! Sinto minhas mãos trêmulas ao segurar as fotos, um nó seco se forma na minha garganta e começo a suar frio.

Logo, meu celular começa a tocar, era um número desconhecido. Atendo imediatamente.

— Quem é você? E o que fez com a minha mulher?!

— Você tem duas opções: Uma maleta com 250 milhões de dólares em dinheiro ou a vida de Bárbara Rodríguez. Escolha! — declarou uma voz áspera e ameaçadora.

Cerro meus punhos, meus olhos ganham cor vermelha, como sangue e um semblante assustador surge em meu rosto.

—Traga a maleta com o dinheiro para o endereço que lhe enviei. Venha sozinho. E se você aprontar, juro que meto uma bala na cabeça dessa mulher! — declarou a voz.

— Se você a tocar ou a machucar, eu mato você! — afirmo com raiva.

Após dizer tais palavras, a ligação de repente, cai. A partir dali meu sangue começa a ferver de verdade, cerro os punhos de tanto ódio. Sinto uma vulnerabilidade que nunca senti antes na minha vida. Com um pressentimento ruim no peito!

Ela está nessa situação por minha causa. Então, mais do que tudo preciso fazer algo! 

É a Bárbara, é a minha esposa. Eu tenho que salvá-la!