Capítulo 48 - Eu ajudo!

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LORENZO:

Já estava na estrada a caminho da empresa. Acordei bem de madrugada, e decidi me vestir e sair de casa cedo para ir trabalhar. Depois do que aconteceu, pretendia relaxar e descansar a mente.

Quando faltava alguns quarteirões para chegar a minha empresa, meu controle automático do carro recebeu uma ligação de casa.

— Será que é algo relacionado a Bárbara? — pensei.

Logo, decidi atender. Do outro lado da linha, Madalena e Lídia estavam agitadas demais.

— O que houve? — questionei.

— Senhor, a senhora saiu de casa novamente.

— Como é? É tão difícil para vocês mantê-la em casa?! — discuti nervosamente.

Paro na beirada da estrada e respiro fundo e presto mais atenção a ligação.

— Para onde ela foi? — perguntei inquieto.

Há um momento de silêncio.

— Respondam! Para onde ela foi?! — ordenei, impaciente.

— Patrão... Ela está voltando para o local que ficou presa...

Ao ouvir tamanho absurdo. Tiro o carro do acostamento, dou meia volta e piso no acelerador.

Sempre ela. Sempre a Bárbara! Essa mulher não consegue fazer outra coisa, além de me deixar preocupado o tempo todo?!

Quando estava chegando perto do local, vejo um táxi amarelo parado, parecia que havia pifado no meio do caminho. E para meu espanto, vejo Bárbara descer daquele carro.

— Te encontrei. — murmurei.

Saio do carro nervosamente, e a passos largos e pesados vou até o táxi quebrado. Tomo o braço a força de minha esposa e a arrasto. Porém, ela discute comigo:

— Me solte, Lorenzo! Está me machucando!

— Em casa conversamos!

No entanto, o motorista do táxi nos para:

— Não pode sair assim sem me pagar!

Já nervoso, tiro da minha carteira duzentos dólares e entrego ao motorista.

— Pode ficar com o troco. — respondi seco.

Feito isso, arrasto Bárbara para longe dali. Eu a encosto, brutalmente, na lateral do meu carro e a encaro seriamente.

— Por que você está aqui, Bárbara? Por que saiu de casa?

— Não é da sua conta! — ela resmungou, desviando o olhar.

Impaciente, agarro seu rosto e a faço erguer o olhar para mim.

— Olha, eu te prometi ser mais compreensivo com você. Mas para isso acontecer de fato, você precisa me dizer a verdade. Entendeu?

— É que... Eu perdi uma coisa que é de extremo valor para mim. Temo que o deixei cair em algum lugar. - ela disse apreensiva.

— O que é? — perguntei inquieto.

— Um colar.

Ao ouvir tal frase, lembro-me do colar que encontrei. Um cordão dourado escrito "Bianca". Então, aquele colar pertence mesmo a Bárbara? Mas se é dela, quem é Bianca?

Solto um suspiro profundo. Depois eu investigarei isso com mais cautela. Bárbara ainda mantinha seu olhar em mim, esperando uma resposta.

— Você viu o meu colar?

Solto seu rosto e minto.

— Não, eu não vi. — neguei.

— Então, deixe-me ir até a construção abandonada. — ela respondeu determinada.

Mas eu a impeço, segurando seus braços.

— Ficou louca?! Não vou deixá-la se colocar em perigo de novo!

— E o que espera que eu faça?! Eu tenho que achar o meu colar a qualquer custo! — ela esbravejou de raiva.

— É só um colar! Ele é tão importante assim para você? — perguntei seriamente.

— Sim! Uma pessoa especial me deu ele! Por isso tenho que encontrá-lo. E será assim goste você ou não! — declarou Bárbara de volta.

Sinto uma pontada de raiva ao ouvir tamanha coisa. Quem seria essa pessoa especial? Será que é o tal homem que faz o coração dela acelerar? Por que devo me importar com isso agora? Quer saber, que se dane!

— Eu te ajudo a procurá-lo. — falei no impulso.

— Mesmo? — ela indaga, incrédula.

— Sim. Mas só se você voltar para casa e seguir as ordens do médico. Logo te darei uma resposta satisfatória. Você tem que confiar em mim agora. — respondi.

Ela me encara e diz:

— Está bem. Confiarei em você desta vez.

Assim, pego sua mão e a coloco dentro do carro. Pego o cinto e afivelo para ela, ao me afastar, nossos rostos ficam próximos e nossos lábios quase se tocam.

Nos encaramos por um minuto, até que recobro a consciência e me afasto. O que eu estou pensando? Lorenzo, se concentra! Me afasto e entro no carro também.

Seguimos a estrada de volta para casa, num silêncio constrangedor.

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora