Capítulo 66 - Brigas & Ciúmes

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BIANCA:

Fico petrificada ao ver Lorenzo na minha frente. E o pior, ao lado de Lucca. Sinto medo que mais uma vez minha identidade está sendo ameaçada.

— Não vai me responder? — ele pergunta friamente.

— Lorenzo... Eu... Bom...

Tento me explicar, mas as palavras mal se formavam em minha mente. Não tinha ideia do que dizer.

— Ela não te deve satisfação alguma! — retrucou Lucca de imediato.

A passos largos, Lorenzo se aproxima e agarra Lucca pelo colarinho de sua roupa.

— Como ousa?! Eu sou o marido dela! Quem você pensa que é para se meter entre nós?!

— Lorenzo, pare com isso! Não é o que está pensando. — falei tentando tirar suas mãos de cima de Lucca.

Mas ele me ignora meu pedido e me empurra pra longe. Apenas consigo ver os olhos desafiadores de Lucca e Lorenzo em cima um do outro.

— Céus! O que devo fazer para resolver esta situação? — pensei, atordoada.

Há um momento de silêncio entre eles.

— Eu vou perguntar mais uma vez. Quem é você?! — rosnou Lorenzo irritado.

Lucca apenas dá uma risada sarcástica e respondeu num tom provocativo:

— Por que? Está com medo que sua esposa me escolha ao invés de você?

Depois disso, Lorenzo desfere um soco na face de Lucca, que cai no chão.

Logo, Lorenzo parte pra cima dele, e começa a socá-lo diversas vezes. Desesperadamente, me jogo ao chão, tentando pará-lo e impedir que Lucca se machucasse ainda mais por minha causa.

— Desgraçado! — Lorenzo berrava com raiva.

Tento segurar seus braços, mas não estava tendo muito sucesso. Minha força comparada com a de Lorenzo era bem inferior. Mas não podia continuar permitir tal coisa. De fato, Lucca foi o primeiro amor que tive, mas para mim, ele foi um grande amigo. Não permitirei que outras pessoas machuquem aqueles que eu amo! Mesmo que seja Lorenzo!

Olho para a face de Lucca, estava sangrando muito. Sem pensar, desfiro um tapa no rosto de Lorenzo. Feito tal ato, fico na frente de Lucca, protegendo-o com o meu corpo.

— Se está com raiva, desconte em mim! Pode me bater. Vamos! — declarei, nervosamente.

Lorenzo me encarava perplexo.

— Bárbara...

— Ele é meu amigo! Não vou deixar ninguém o machucar! — afirmei com um olhar firme.

Lorenzo se afasta e se levanta, atordoado.

— Lucca, você está bem? — indago, ajudando-o a se levantar.

Mas antes que eu fizesse tal coisa, Lorenzo agarra meu braço e me confronta:

— Você o ama?

Fico incrédula ouvindo isso de Lorenzo.

— Como disse?

— É ele, não é? O que faz o seu coração acelerar de verdade.

— Lorenzo... Pode deixar de ser infantil por um momento e raciocinar um pouco?! Eu já disse que...

Ele pressiona ainda mais força em meu braço, até eu soltar um grunhido alto:

— Solte-me! Você está me machucando!

— Você ainda não me respondeu! Você o ama, Bárbara?! — ele perguntou aumentando o volume da voz.

Eu ainda não sabia essa resposta. Ou pelo menos, no fundo do meu coração, não admitia os meus sentimentos pelo Lorenzo. Mas em minha mente eu tinha certas dúvidas ainda. A questão mais importante no momento não é quem devo escolher e sim tentar amenizar essa situação de brigas. Lorenzo estava com raiva, se eu tentasse conversar, ele não me ouviria. Então, a melhor opção seria separar os dois. É a medida mais prudente!

Encaro Lorenzo de uma maneira franca e respondo:

— Volte para casa, Lorenzo.

Seus olhos se estreitaram ao ouvir minha resposta.

— Está me mandando embora? É isso mesmo? — ele me questionou mais uma vez.

Suspiro francamente e digo:

— Em casa conversamos. Agora, vá.

— Que seja! — ele esbravejou.

Dito isso, nossos olhares se cruzam por um momento e ele sai dali, nervosamente.

Esse não é o lugar e nem a hora para confessar o que sinto. Porém, vê-lo ir embora desse jeito, fazia meu coração doer! Mas eu me preocupava que se ele e Lucca continuassem a brigar, o escândalo seria ainda maior. Então, esse era o meu jeito de protegê-lo, mesmo que ele não compreende-se.

— Será que ele me culpará depois? — pensei meio triste.

Deixo esses pensamentos de lado e direciono minha atenção para Lucca. Sua face estava bem machucada. Havia um corte em sua sobrancelha esquerda, e no canto de sua boca. E estava sangrando.

— Obrigado por me proteger Bianca. — ele falou finalmente.

— Isso tudo é culpa minha... Esqueça! Vamos ao hospital primeiro. — falei ajudando-o a levantar.

Assim saímos da pracinha e pegamos um Uber.

Sinto o olhar preocupado de Lucca sob mim. Porém, aquilo não me importava tanto. Pois no momento, em minha mente, eu só conseguia pensar em Lorenzo e me perguntava como ele estava.

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora