LORENZO:
Por fim, assinava meus últimos contratos, depois de avaliá-los atentamente em meu escritório.
Enfim, acabo meus afazeres da manhã. Neste momento, ouço uma batida na porta.
— Entre. — respondi.
Então, entra Tomás meio apressado, com um semblante perturbador.
— Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? — questionei-o.
— É a senhorita Bárbara, patrão. – falou Tomás meio receoso.
Ao ouvir o nome de Bárbara, me agito imediatamente.
— O que tem a minha esposa?! Rápido, diga-me de uma vez!
— De acordo com Madalena, ela e Lídia saíram para ir ao hospital, pois a Sra. Bárbara havia recebido uma ligação da médica responsável pelo Sr. Samuel. — explicou Tomás.
Então, ela foi visitar o avô. E Lídia a está acompanhando-a.
— E qual o problema? — indaguei.
Tomás então pega seu celular e mostra as mensagens que Lídia enviou.
— Lídia me informou que a Sra. Bárbara desapareceu em pleno hospital. — relatou Tomás apreensivo.
Ao ouvir tamanha coisa, sinto meu coração apertar de preocupação. Levanto-me apressadamente e faço sinal para que Tomás me acompanhasse.
Saímos da empresa, entramos no carro e nos dirigíamos para o hospital o mais rápido possível!
Chegando lá, fomos direto para o quarto onde o Sr. Samuel estava internado. Lá, encontramos Lídia parada, do lado de fora, vigiando a porta. Ao nos ver, ela estava completamente agitada.
— Comece a falar! O que aconteceu?! — exigi desesperadamente.
— Senhor, hoje pela manhã a sua esposa recebeu uma ligação do hospital. Bárbara havia me dito que se tratava de seu avô. Então, ela me pediu para acompanhá-la. Chegando ao hospital, viemos direto para cá, mas ela não entrou no quarto de imediato. — falou Lídia às pressas.
— Por que ela não entrou? — indagou Tomás inquieto.
— Eu não sei. Na hora, ela me disse que iria no banheiro e até agora não voltou. — suspirou Lídia.
— E isso tem quanto tempo? — interroguei.
— Já faz uma hora e meia. — ela me respondeu de volta.
Minha mente estava um turbilhão, só de cogitar tal possibilidade de Bárbara ter sofrido uma nova tentativa de sequestro. Tento manter a calma. Encaro Tomás e peço para que ele checasse as câmeras de segurança do hospital. Ele vai.
— Lídia, algo mais aconteceu? Alguma coisa estranha ou um movimento suspeito? Pense bem. — perguntei nervosamente.
— Bom... Na entrada, esbarramos com um certo rapaz. Eu não o conhecia, mas pela expressão que vi no rosto da Sra. Bárbara, ela parecia conhecê-lo.
Aquilo me deixou inquieto. Será que é o mesmo rapaz que encontrei na praça com Bárbara naquele dia em que discutimos? Se for, por que ele estaria aqui no hospital? Será que ele veio atrás de Bárbara?
Encaro Lídia seriamente e peço para que ela vasculhasse todos os banheiros femininos deste hospital, nem que isso levasse o dia inteiro. Ela se apressa em ir.
Já que estou aqui, devo conversar com o Sr. Samuel a sós.
Entro no quarto, e deparo-me com o avô de Bárbara, olhando atentamente para um caderno marrom.
— Será que é o tal álbum que Carlizes comentou comigo? — pensei, esperançoso.
Logo, o Sr. Samuel percebe a minha presença e retribui com um singelo sorriso nos lábios.
— Sr. LeBlanc! Que surpresa boa! O que faz aqui? — ele perguntava de uma maneira bem alegre.
Tento manter a calma diante de Samuel. Me aproximo dele e o cumprimento com um aperto de mão.
— Vim vê-lo, é claro. Como você está? — perguntei.
— O mesmo de sempre. Apenas fazendo novos testes por precaução. E como vai a minha neta favorita?
— Bárbara está bem, está mais sorridente como de costume. Nós nos acertamos. — respondi.
Uma expressão de felicidade surge no rosto de Samuel. Aproveito a oportunidade para perguntá-lo sobre o álbum.
— O que é isso que o senhor está lendo? Parece um álbum. — comentei.
— Ah, esse é o álbum de fotografias da família Rodríguez. Eu sempre o guardo comigo. — ele explicou. — Quer dar uma olhada? Aposto que você nunca viu Bárbara quando criança.
— Realmente estou curioso para ver o quanto minha esposa era fofa. — brinquei.
Então, ele me convidou para sentar-me ao seu lado. E agora tinha em mãos a chance de esclarecer alguns mistérios. Seu Samuel, passava cada página e eu olhava atentamente. E ficamos assim por um tempo.
Porém, não havia nenhuma foto que explicasse a origem do colar escrito Bianca. Passamos mais algumas páginas, até uma foto particular atrair a minha total atenção.
— Quem é essa? — indaguei, meio tenso.
— Essa é Bárbara, tomando banho de piscina. Ela tinha uns cinco anos. — explicou Samuel.
A foto mostrava Bárbara criança, mas algo me deixou atordoado. A menina na foto não tinha a marca de meia lua que vi no corpo de minha esposa após dormirmos juntos.
Sinto um embrulho esquisito no estômago, sinto calafrios percorrer o meu corpo inteiro, e um nó amargurado se formar em minha garganta. Será que...?
— Senhor, diga-me, a sua neta, não teria uma marca de nascença? No ombro esquerdo? Algo parecido como uma meia lua? — perguntei apreensivo.
— Uma marca de nascença? Ora, minha neta nunca nasceu com tal marca. — assegurou Samuel.
Aquilo foi um baque para mim. Então, a mulher que está ao meu lado, não é a verdadeira Bárbara Rodríguez. E pelo que Carlizes me comentou, a irmã gêmea dela compartilha a mesma aparência. Isso quer dizer, que a mulher que está morando comigo e dormindo ao meu lado, não é a Bárbara, e sim, a tal de Bianca.
Cerro os punhos com raiva, meu sangue começa a ferver. Todo esse tempo, eu estava sendo manipulado, enganado e iludido! Agora tudo faz sentido. Relembro-me do dia que me casei com ela, o modo como agia, tudo era diferente da verdadeira Bárbara que conheci no restaurante.
Então desde sempre Bianca estava mentindo para mim! Meu coração se parte só de pensar nisso. Eu me apaixonei pela pessoa errada e mesmo assim, ela não se atreveu a contar-me sobre algo tão importante!
Fico extremamente furioso e saio daquele quarto sem dizer uma palavra.
— Quero saber o que é verdade e mentira nessa história toda! — declarei. — Eu irei te encontrar, Bianca Rodríguez!
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O Coração em Chamas
RomanceNuma noite de lua cheia, a mansão Rodríguez incendeia-se misteriosamente. O culpado tinha como o objetivo de apossar das empresas da família Rodríguez aniquilando todos que viviam naquela casa. O que ele não esperava, é que as gêmeas sobrevivessem...