Capítulo 65 - Pistas reveladas

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LORENZO:

Finalmente chego no abrigo e ao sair do carro, me deparo com a seguinte cena: o local totalmente destruído.

— Bárbara! — gritei, pensando que ela estivesse lá dentro, ferida.

Ao entrar, percebo o estado deplorável do estabelecimento. O cenário era horrível. Fico meio aliviado em saber que Bárbara não estava nesse lugar, mas fico apreensivo em saber onde ela está.

Vejo uma das portas do quarto aberta, entro e começo a procurar algo que identificasse a presença de minha esposa. Até que em cima de uma cômoda havia um caderno de cor violeta, pego curioso, e de dentro dele cai uma pequena fotografia rasgada ao meio.

Na imagem mostrava Bárbara de frente para um espelho. Fico intrigado ao ver tal foto. Qual era a relação de Bárbara com esse abrigo? Tão misterioso! Lembro-me que Carlizes comentou que nesse lugar também vivia uma moça com o nome Bianca e uma idosa.

— A algo mais profundo neste caso. — pensei, cautelosamente.

De repente, ouço um burburinho de vozes do lado de fora. Guardo a tal foto dentro do bolso do meu paletó e me apresso para ver do que se trata.

Ao sair, vejo uma pequena multidão de pessoas que se aproximaram do abrigo por questão de curiosidade.

Um senhor me para e me questiona:

— Quem é você? Se não responder agora, chamarei a polícia! — ele avisou num tom de ameaça.

— Sei que vocês estão preocupados, acredite eu também estou. Eu vim até aqui procurar pela minha esposa, Sra. Bárbara Rodríguez. — expliquei.

Mas o velho senhor começou a rir.

— Qual é a graça? — indaguei.

— Não existe ninguém aqui com esse nome senhor. — falou uma mulher de meia-idade. — O abrigo foi investido para a comunidade, mas apenas uma moça morava aí com a madrinha.

— E onde elas estão?

— Faz tempo que não as vejo. Talvez tenham se mudado outra vez. — falou o senhor.

— Qual o nome da moça que vivia aqui então? — questionei.

— Bianca Rodríguez. — eles responderam juntos.

Bianca? Ela de novo? Ela é a chave para esse maldito mistério!

— O que sabem sobre essa tal de Bianca? — perguntei, inquieto.

Mas ao fazer tal pergunta, o senhor e mulher me olham de maneira suspeita. Então, retiro do bolso um pequeno cheque com uma alta quantia de dinheiro.

— Quem me responder minhas dúvidas, ganhará pela ajuda. — anunciei.

Então, várias pessoas ficaram em cima de mim e começaram a dizer ao mesmo tempo:

— Ela é uma órfã.

— Ela é ambiciosa em conseguir dinheiro! É uma interesseira!

— Foi despejada da sua antiga morada.

— Faz qualquer coisa por dinheiro! Pode parecer inocente, mas é vulgar!

Vários comentários começaram a surgir que acabei não dando conta.

Até que ouço alguém dizer:

— Ela sempre passeia numa pracinha que fica aqui perto. Naquela direção, meu senhor. — falou uma pessoa aleatória, me apontando para uma direção.

Deixo o cheque para a pessoa que me respondeu, e começo a andar no caminho que lhe foi me indicado.

Corro e finalmente chego à praça, de longe, avisto Bárbara. Mas para minha surpresa, ela não estava sozinha. Chego mais perto e me escondo atrás de umas árvores e percebo que ela está acompanhada de um homem.

Sinto meu sangue ferver. Quem era ele? Por que estava com ela?

— Aquele cara... Me parece familiar. — pensei.

Até que eu ouço a seguinte frase:

— Responda-me! Você realmente se apaixonou pelo Lorenzo? — questionou o homem.

— Eles estão falando de mim. — conclui imediatamente.

Permaneço ali, para ouvir melhor sobre o que conversavam de mim.

Bárbara passa a mão no cabelo e ri rapidamente.

— De onde tirou essa ideia ridícula, Lucca?! Eu? Apaixonada pelo cachorro da família LeBlanc? Sem chance! — ela retrucou.

Sinto uma pontada de tristeza ao ouvir Bárbara falar aquilo.

— Então por que está o protegendo? 

— Não é o que você está pensando, Lucca. O que existe entre nós é um relacionamento de mentira. Quando tudo for resolvido, deixarei a família LeBlanc. Essa é a promessa que fiz. — ela falou de maneira séria.

— Promessa? Relacionamento de mentira? Nunca pensei que Bárbara possuísse um coração tão frio, depois de tudo que fiz para ela! — pensei nervosamente.

Observo o tal homem se aproximar o suficiente de minha esposa e tocá-la em seu rosto.

— Mesmo assim, me preocupo com você naquela casa. Você sabe que mesmo estando separado de você por todos esses anos, eu nunca consegui te esquecer. — falou o homem, acariciando as mechas de cabelo caídos no rosto de Bárbara.

Enfurecido, saio de meu esconderijo e vou até eles.

— Que pouca vergonha é essa?!

Eles me encaram perplexos. Meus olhos encontram o de Bárbara que pareciam assustados com a minha suposta presença, já o homem mantinha sua mão entrelaçada na mão de Bárbara. Aquilo me fez ficar louco de raiva.

— Tire a mão da minha esposa! — adverti.

— Ela nunca foi sua! Eu sou o verdadeiro guardião dela, não você! — ele declarou de volta.

— O que está acontecendo aqui, Bárbara?! Quem é ele?! 

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora