LORENZO:
Finalmente chegamos em casa. E somos recepcionados com os olhares e gritinhos de comemoração de Tomás, Madalena e Lídia.
— Sejam bem-vindos! — anunciou Lídia animada em nos ver.
— Aonde você foi hoje, patrão? Que me deixou sozinho para lidar com os assuntos da empresa? — questionou Tomás, num tom de provocação.
Dou um toque leve em seu ombro e respondo:
— Apenas queria comemorar meu aniversário ao lado da pessoa que eu amo.
Mas ao olhar para Bárbara, seu semblante estava meio pálido e apreensivo. Aquilo me deixou inquieto.
— Bárbara. — chamei.
Nada. Nenhuma reação. Ela parecia estar em transe. Antes que eu a chamasse novamente, Lídia toma a frente e a toca carinhosamente. Ela desperta e nos encara de maneira confusa.
— Está tudo bem, senhorita? — Lídia perguntou gentilmente.
— Ah... Sim, estou bem! Estou um pouco cansada. Vou lá pra cima descansar. Com licença.
Vejo Bárbara subir as escadas rapidamente. O que será que ela tem?
Deixo de pensar nisso, e logo noto os olhares de Madalena, Tomás e Lídia em cima de mim.
— Patrão, vocês não brigaram, não é? — questionou Madalena receosa.
— Claro que não! — neguei de imediato.
— Você não atravessou a linha e a magoou novamente, não é? — contestou Tomás.
— A senhorita Bárbara estava estranha. Aconteceu algo entre vocês que a deixou desconfortável? — indagou Lídia preocupada.
Dou de ombros, sem obter resposta alguma. Durante nosso passeio, claro que ela se abalou um pouco por me contar de seu problema de memória, mas não acredito que isso a fez ficar tão perturbada a ponto de ir correndo para o quarto.
— Eu vou ver se está tudo bem com ela. Deixe-nos a sós esta noite, por favor. — afirmei.
Todos me olham acenando com a cabeça com um sinal de que entenderam.
De acordo, subo as escadas e caminho as pressas para nosso quarto. Ao entrar, Bárbara não estava na cama. Mas logo ouço um barulho de água caindo.
A passos silenciosos, vou em direção ao som e chego ao banheiro. Abro a porta bem devagar e encontro a sombra de Bárbara projetada na cortina do box, tomando seu banho.
A sombra de sua silhueta destacava suas belas curvas. Um desejo misterioso toma conta de mim, então naquele momento, começo a tirar a roupa, com a intenção de me juntar a Bárbara.
Quando eu abro a cortina, e entro, Bárbara toma um susto. Ela fica contra a parede, colocando suas mãos, cobrindo as partes expostas de seu corpo, envergonhada.
— Lorenzo... O que pensa que está fazendo? — ela gaguejou, timidamente.
— Vim te cobrar o que você me prometeu no elevador hoje. — sussurrei em seu ouvido, como provocação.
Seu olhar se contrai sutilmente sobre mim. Bárbara não diz nenhuma palavra, apenas acompanho seus olhos ao encararem minha boca. Com o mesmo pensamento, eu seguro seu rosto gentilmente, acariciando as maçãs de seu rosto.
Os olhos de Bárbara tomam aquele brilho encantador. Deslizo meus dedos indicadores para trás de suas orelhas, e puxo sua boca até a minha.
As gotas de água quente caíam em cima de nós, mas a chama de dentro de nós, não se comparava com a temperatura da água do chuveiro.
Sinto suas mãos deslizarem pelas minhas costas nuas, volto a beijar sua boca e pressiono Bárbara contra a parede fria do box. Minhas mãos descem de seu rosto e passeiam pelas suas curvas torneadas de seu corpo.
Volto a sua orelha e dou uma leve mordidinha.
Ela gemia chamando meu nome: "Lorenzo", causando-me arrepios inexplicáveis dentro de mim.
Com os nossos corpos tão próximos e envolvidos em uma névoa de vapor, explorávamos os contornos um do outro com o toque de nossas mãos.
O som do chuveiro misturado aos suspiros de prazer. Em meio a troca de beijos apaixonados, compartilhávamos olhares intensos, como se estivéssemos fundindo em um único ser.
Ficamos naquele box até consumir todo nosso fogo.
Depois nos vestimos e num ato romântico, pego Bárbara nos braços e a coloco na cama. Nos deitamos e ficamos abraçadinhos.
Eu a encarava atentamente, mas Bárbara evitava olhar para mim. Gentilmente, seguro seu queixo com o meu polegar e a faço olhar nos meus olhos.
— O que foi?
— É que... Você parece ter muita experiência no quesito namorar. — ela confessou meio tímida.
— Realmente isso não posso negar! — afirmei com um sorriso debochado.
Dito isso, noto seu olhar meio preocupante.
— Mas e você? Aposto que já teve inúmeros pretendentes! Essa não pode ter sido sua primeira vez. — respondi.
Porém, observo Bárbara tomar uma expressão mais séria.
Logo meu sorriso se desfaz com tal possibilidade.
— Bárbara... — chamei-a, no entanto, ela se escondeu embaixo do lençol.
Deslizo meus dedos pelo seu rosto coberto, e retiro o lençol suavemente. Os olhos de Bárbara tinham um brilho peculiar agora, de receio e inquieto.
— Eu realmente fui o seu primeiro? — indaguei, ainda meio pasmo.
Ela apenas balançou a cabeça, confirmando lentamente.
Sem acreditar, deixo escapulir uma risada espontânea, o que faz Bárbara ficar ofendida, como se seu segredo mais íntimo tivesse sido zombado.
— Você está rindo de mim... Por que não aconteceu como você queria?! Eu...
Vendo sua reação de tristeza e constrangimento, logo a surpreendo, dando-lhe um beijo. Depois me afasto, porém, ainda me mantinha próximo de seu rosto. Ela me encarava esperando uma resposta.
— Confesso que isso me pegou de surpresa. — falei meio sem jeito.
— Então, você não gostou? — ela indagou meio desapontada.
A encaro com ternura e respondo:
— Claro que gostei, linda. Se é com você, sempre será perfeito!
— Você não se incomoda mesmo? — ela questionou num tom preocupante.
— O fato de ser o seu primeiro homem, só torna esse momento ainda mais especial para mim. Eu te amo!
Vejo uma lágrima de felicidade escorrer de seu rosto e rapidamente eu a enxugo.
— Eu também te amo muito, Lorenzo. — ela admitiu.
Nos beijamos mais uma vez e logo adormecemos, ali abraçados.
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O Coração em Chamas
RomanceNuma noite de lua cheia, a mansão Rodríguez incendeia-se misteriosamente. O culpado tinha como o objetivo de apossar das empresas da família Rodríguez aniquilando todos que viviam naquela casa. O que ele não esperava, é que as gêmeas sobrevivessem...