Capítulo 35 - Bianca e Bárbara?

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LORENZO:

Dirijo o carro em alta velocidade pela estrada. Indo direto para o endereço que o homem me enviou.

— Patrão, sei que não devo questioná-lo. Mas a gente não poderia ter esperado a polícia? — perguntou Tomás ao meu lado, apreensivo.

— Eu não confio na polícia. O trabalho deles nesse tipo de caso é muito lento! Pedi que eles me encontrassem no tal endereço meia hora depois. — expliquei.

Tomás engole em seco.

Havia muito trânsito, mas como eu conhecia os atalhos dessa cidade, chegamos rapidinho no local. Era um depósito de objetos de porcelana abandonado.

Saio do carro e não ouço nada. Nenhum um único barulho. E não vejo nada, nem resquícios de uma única sombra.

— Tem algo estranho. — murmurei.

Caminho em direção a entrada, porém, Tomás me para.

— Patrão. Acho melhor esperarmos a polícia chegar. Não sejamos precipitados!

— Eles não vão me atacar. Porque não há ninguém aqui. — respondi.

— Hm?

— Vamos.

Entramos no depósito. O ambiente estava empoeirado e com poucos focos de luz. Pego meu celular, ligo a luz da lanterna, e ando apressadamente pelo corredor. Vejo uma escadaria próxima, até que ouço um gemido agonizante. Vinha das escadas.

— Bárbara! — pensei de imediato e começo a subir.

Ao estar no segundo andar me deparo com algo cintilante brilhando no chão. Aproximo devagar e vejo que era um colar feminino dourado.

— Deve ser de Bárbara. — pensei.

Mas ao pegá-lo, me surpreendo, pois o nome escrito no colar era "Bianca". Quem era Bianca? Será que existia mais alguma refém, além da minha esposa? Ou era o pingente do nome de um dos sequestradores? Seja quem for, irei descobrir!

Guardo o colar no bolso da jaqueta que estava usando. Novamente ouço o gemido. Vinha do andar de cima.

— Patrão... — Tomás hesita em terminar a frase.

Confirmo lentamente com a cabeça e indico para subirmos.

Ao chegarmos ao terceiro andar, vimos dois homens caídos. Eles pareciam estar feridos. Lentamente, aproximamos deles, um tinha um corte profundo na lateral do pescoço. Ele estava pálido, Tomás checa a pulsação dele.

— Está morto, patrão.

Direciono meu olhar para o outro homem. Havia um corte nas costas e o sangue escorria até os meus pés. Agacho-me para que nossos olhos se encontrassem e pergunto num tom áspero:

— Onde está a minha esposa?

O homem não só ri, mas como esboça um sorriso debochado. Cerro os punhos de raiva, não consigo me conter e dou um soco nele.

O bandido cospe mais sangue e continua rindo da minha cara. Antes que eu desse outro soco, Tomás me para e responde:

— Certamente, a Sra. Rodríguez não está mais aqui.

— Eles a levaram, porque certamente ela aprontou. Até numa situação assim, ela é tão imprudente. — pensei.

Até que o homem ferido nos encara e sussurra algumas palavras:

— Vocês... Todos... Irão morrer! — ele dá um último suspiro e apaga.

Tomás se apavora diante do que nós ouvimos.

— Patrão... Você acha que...?

— Não acredito em palavras vazias. Minha esposa ainda está desaparecida.

Retiro novamente o pingente do bolso e o encaro fixamente.

— "Bianca". Qual será a relação desse colar com Bárbara? Quem é você, afinal? — penso inquieto com aquilo.

Logo, nossa atenção é chamada pelo barulho das sirenes dos carros de polícia.

— Patrão.

— Vamos embora. — digo firmemente.

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora