Capítulo 73 - Mentirosa!

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BIANCA:

Caminho de maneira confiante. Não podia deixar que Rúbia enxergasse através de mim. Apesar de eu não ser a verdadeira esposa de Lorenzo, eu o amava mesmo assim.

— Admito. Estou com ciúmes dela! — pensei.

Rúbia me guiava para vários setores, já tínhamos passados por: fiação, malharia e beneficiamento de tecidos.

Passamos por um corredor longo e quando Rúbia abriu as portas, meu queixo caiu ao ver tantas máquinas trabalhando.

Imagem dos trabalhadores:

— Esta é a sala de tecelagem

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— Esta é a sala de tecelagem. Você sabe o que essas pessoas fazem?

— Bem... Eu...

Rúbia revira os olhos e respondeu num tom esnobe:

— Esqueça. Tenho certeza que o Sr. LeBlanc teria o prazer em te explicar. Só que não.

— Tecelagem. Vejamos, é o ato de tecer, através do entrelaçamento de fios de trama com fios de teia ou urdume, formando tecidos. Existem diferentes formas de tecelagem, entre elas: artesanal e industrial. — afirmei.

Foi um barato ver a expressão de Rúbia. Ela finalmente calou-se com tal resposta. Como Lorenzo pôde contratar essa periquita esnobe?! Céus! Ela só sabe se exibir!

Rúbia nota meu olhar sob ela, e retoma a compostura. Ela passa a mão no cabelo, sedutoramente e prossegue com o passeio.

Entramos no elevador e subimos para o andar de número 11. Ao sairmos, Rúbia me guia para o que seria a sala de confecção. Quando entrei no ambiente, tudo transmitia aquele ar de tensão. Observo atentamente cada funcionário, trabalhando com suor e afinco.

De repente, noto certos olhares tortos para cima de mim. Alguns até cochicharam. Mas não entendi de primeira.

Terminado o tour pela empresa, Rúbia me leva para o escritório de Lorenzo. Infelizmente não o encontro lá, mas tenho certeza que ele está trabalhando direitinho para garantir o futuro da empresa.

— Fique à vontade, senhorita. — Rúbia disse friamente e sai dali.

Olho em volta, e o escritório de Lorenzo era lindo. Eu só tinha ouvido falar disso, em livros que Lucca me mostrava. Era muito bonito! Nunca pensei que um dia eu pisaria num lugar assim.

O escritório de Lorenzo:

Do nada, sinto um aperto no estômago

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Do nada, sinto um aperto no estômago. Então, decido ir ao banheiro. Mas ao ver a bancada da secretária, vejo que Rúbia não estava lá. E agora? Onde será que fica o banheiro?

Percorrendo pelos corredores, encontro finalmente o banheiro. Entro e fecho a porta. A dor de barriga enfim passa.

Mas logo ouço, funcionárias comentarem sobre a minha chegada a empresa de Lorenzo e algo me deixa pasma:

Funcionária 1: — Você viu aquela mulherzinha que chegou com a Rúbia? Nossa, ela é tão feinha!

Funcionária 2: — Você não sabe da última! Eu a vi chegando com o Sr. LeBlanc mais cedo e eles estavam de mãos dadas. Qual será a relação entre ela e o CEO? Será que ela é a esposa dele?

De repente, ouço a porta do banheiro se abrir. Quem será?

— O CEO não paga vocês para ficarem vagambundeando no banheiro feminino! — advertiu uma voz feminina severa.

Reconheço a voz de imediato, era Rúbia.

— Por favor, nos perdoe. Nós já estávamos indo voltar para o trabalho. Com licença. — respondeu a Funcionária 1 às pressas.

— Esperem. — falou Rúbia. — Acabo de ouvir o que disseram sobre a Sra. Rodríguez. Na verdade, eu sei a verdade sobre eles.

Ouço os burburinhos empolgados das funcionárias. Ela sabe? Adoraria ouvir o que essa secretária nojenta vai dizer!

Rúbia: — É claro que ela não é a esposa dele! Imagina, o Sr. LeBlanc não teria tanto mau gosto. Sem dúvidas, ela não passa de uma interesseira!

Funcionária 2: — Isso é horrível! Por que o Sr. LeBlanc não se separa dela?! Ele não tem medo que ela manche sua imagem?

Rúbia: — É uma pena que o Sr. LeBlanc não consegue ver a maldade das pessoas. Aquela mulher é uma cobra esperando para dar o bote nele! Ela não tem caráter!

Aquilo foi a gota d'água para mim! Não admito que ninguém me ofenda desse jeito!

Revoltada com aqueles comentários, recomponho-me para uma postura séria e saio do banheiro. As três me olham espantadas.

Funcionária 1: — Que audácia! Essa vagabunda escondeu-se na cabine, escutando sorrateiramente as conversas dos outros! Quem você pensa que é?!

— Qual é o problema? Apenas vim aqui, pois estava apertada. Além do mais, isso é um banheiro público e só aconteceu de eu esbarrar com vocês. Não é permitido? Devo relatar a sua insatisfação com o Sr. LeBlanc então? – respondi num tom provocativo.

Funcionária 1: — Sua...

Funcionária 2: — Não pense que pode usar o nome do CEO para nos ameaçar! Você não passa de uma vigarista mesmo!

— Em primeiro lugar, eu sou a neta da família Rodríguez, Sra. Bárbara e CEO da empresa Diamond. Saiba que seu tom é rude e inapropriado para se dirigir assim para mim dessa maneira!

A primeira funcionária calou-se de imediato.

— E em segundo lugar, eu sou a esposa legítima do Sr. Lorenzo LeBlanc. — assegurei com firmeza.

Mas Rúbia dá uma risadinha e retruca:

— Ora me desculpa, mas acho que temos uma farsante fingindo ser a esposa do CEO!

— O que quer dizer? — discuti, já impaciente.

— Querida, se você fosse mesmo a esposa dele, onde está a sua aliança? — Rúbia replicou.

No início não entendi o que ela quis dizer, mas ao ver o meu dedo, realmente me dou conta que não tinha anel nenhum. Logo me veio a mente do dia da lua de mel, e eu tinha usado a aliança para pagar a diária do hotel. E depois disso, esqueci completamente do assunto. Mas agora, Rúbia conseguiu manchar minha imagem diante das funcionárias de Lorenzo. Qualquer coisa que eu dissesse, seria destacada como uma mentirosa.

Logo, ouço as risadas maldosas das funcionárias. Rúbia faz um sinal para que nos deixasse a sós. A secretária me encara vitoriosa, mas eu a encaro de volta com os punhos cerrados:

— Vou te dar um conselho, querida. Aprenda de uma vez, qual é o seu lugar. E não atrapalhe a vida do Sr. LeBlanc. Afinal, você não o merece!

Sinto meu sangue ferver. Quem essa vaca pensa que é?!

Rúbia sorrir para mim e vai embora me deixando completamente fora de si. Mas tento engolir essas emoções ruins dentro de mim.

— Fique calma, Bianca! Ela não merece a sua atenção. Não merece. — pensei.  

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora