Capítulo 88 - Vidas por vidas

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BÁRBARA:

Peço para meus seguranças colocarem Bianca e a misteriosa mulher dentro do caminhão e transportá-las para meu esconderijo final. Entro também e mando irem até a localização que coloquei no GPS.

Com o trânsito livre, chegamos rapidinho. Era um antigo estabelecimento de peixaria. O local estava fechado pela prefeitura, mas eu conhecia outra passagem para entrarmos. Saio do caminhão e encaro meus seguranças com seriedade.

— Descarreguem-nas e as acorrentem para que não possam fugir! — ordenei às pressas.

Antes de entrar no galpão, fiscalizo a área. Nada e nem ninguém poderia atrapalhar meus planos. Não posso deixar nenhuma testemunha viva. Está feito!

Assim, eu entro dentro do estabelecimento e consigo ver que o espaço é vasto, com tetos altos, as paredes do galpão estão descascadas e a ausência de qualquer objeto útil ou vestígio de atividade humana é evidente. Exatamente como planejei!

Vejo Bianca e Lídia acorrentadas a uma forte pilastra, seus olhos expressavam raiva, mas aquilo tudo apenas me deixava eufórica.

Revelo um olhar frio sobre elas, com um sorriso debochado em meus lábios.

Estalo os dedos, e logo um de meus homens traz uma bolsa e de lá retiro algumas ferramentas pontiagudas. Minha mão pairava em cima delas, ainda decidindo o que escolher para meu primeiro ato de tortura.

Até que escolho uma adaga com uma ponta bem afiada.

— É perfeita! — murmurei ao fazer um pequeno teste.

Só de encostar na minha roupa a lâmina, abriu um rasgo em minha saia.

Acompanho o olhar temeroso de Bianca, direcionado pela adaga em minha mão esquerda.

— Vamos acabar logo com isso! — declarei, sem remorso algum.

— O que você está sugerindo, Bárbara?! Você não pode estar pensando em...

Dou risada ao ver a expressão de Bianca. Caminho lentamente até minha irmã e passo a adaga gentilmente em seu rosto, mas sem feri-la. Vejo o medo em seus olhos, seu queixo estremecia de nervoso, só de sentir a frieza da lâmina em sua pele.

— Não seja tola, Bianca. Não farei nada a você... Por enquanto. Neste momento, é essa sua amiga quem eu quero! — afirmei, tirando a adaga de cima dela e apontando para a mulher acorrentada ao seu lado.

Dirijo meu olhar para Lídia, com a adaga empunhada para cima dela. Logo ouço os gritos de súplica de Bianca, pedindo que eu parasse. Mas não dou ouvidos.

— Bárbara! Se fizer isso, sua vida estará em risco! Não cometa uma loucura! — gritou Bianca, chamando a minha atenção.

Olho fixamente para minha irmã, mas ainda com a faca apontada para Lídia.

— Você não entende. Nenhuma das duas entendem como eu verdadeiramente me sinto! — afirmei seca.

— Mas Bárbara, ainda somos uma família! Essa saga sanguinária precisa terminar! — respondeu Bianca com a voz trêmula.

A tal mulher finalmente me encara seriamente e diz:

— Bárbara, por favor, nos escute! Juntas, podemos encontrar uma solução. Não precisa ser assim. Não precisa destruir os outros para proteger seus segredos. — falou Lídia firmemente.

As palavras da amiga de Bianca, realmente tocaram em uma parte de meu coração e por um instante abaixo a faca.

Mas não posso falhar em minha vingança. Mesmo que seja a maneira errada de buscar justiça, não irei parar agora!

— Soltem essa mulher para mim! — gritei, obcecada em prosseguir o ato.

Meus homens soltam Lídia e a agarro pela sua gola e a arrasto para um tanque de água suja que havia ali. Mesmo acorrentada, aquela mulher tentava se esquivar de mim. Então, agarro seu cabelo brutalmente e enfio sua cabeça dentro do tanque.

Ela se debatia e era gostoso de ouvir os gritos de Bianca. Era de fato prazeroso!

Faço repetidas vezes, até que essa mulher, cujo nome era Lídia, caiu no chão, desacordada.

— Lídia! Não! — berrou Bianca chorando.

Sorrio ao cometer tal ato.

— Ela foi bem resistente, mas enfim cedeu. — brinquei.

Vejo a fúria surgir nos olhos de minha irmã.

— Assassina! Você não passa de uma assassina! — acusou Bianca para cima de mim.

A encaro com desprezo e seguro seu rosto brutalmente.

— Você nunca entenderá, Bianca! Eu sou o lado sombrio, a força implacável que garantirá a sobrevivência da família Rodríguez, deixada pelo nosso pai! — garanti com um sorriso louco nos lábios.

— Eu escolho acreditar no poder do amor e da redenção. Prefiro lutar por nossa família do que nos destruir! — declarou Bianca corajosamente.

Aquilo estava ficando entediante para mim.

— Comecem! — ordenei em voz alta.

Logo meus homens pegaram galões com gasolina dentro e começaram a jogar por todos os cantos do galpão onde estávamos.

— O que pensa que está fazendo?! — indagou Bianca furiosa.

Um olhar ameaçador surge em minha face e com um sorriso debochado, respondo-a:

— Tudo terminará do mesmo jeito que essa história começou! Adeus, Bianca.

Cínica, tiro um pequeno isqueiro verde do bolso de minha calça. E logo consigo acender a faísca. Vejo o medo estampado no rosto de Bianca, agora não teria mais volta.

— Agora assumirei o lugar que é meu por direito! Ao lado de Lorenzo, e ele, nem ninguém descobrirá sobre essa troca! — falei descaradamente.

Assim saio com meus homens e olho uma última vez para trás. Dou apenas uma encarada em Bianca e lanço o isqueiro aceso que ao cair nas poças de gasolina, o fogo correu rapidamente e logo aquele galpão seria consumido pelas chamas escaldantes, era só questão de tempo.

Sorrio por mais uma etapa ser concluída! Agora chegou a hora de encontrar com o meu marido: o CEO Lorenzo LeBlanc!

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora