Capítulo 38 - Negociações

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BIANCA:

Meus olhos ainda encaravam firmemente para Lucca, que parecia hesitante em responder.

— Lucca, por tudo que nós já passamos, por favor, me ajuda. — pedi mais uma vez.

— Isso não pode estar acontecendo. De todos que eu prezo, você é a única que eu não queria te envolver nisso tudo. Agora, sinto que estou de mãos atadas! A vingança que eu tinha planejado, sou eu que estou encurralado nessa droga! — ele me responde, com um tom de apreensão.

— Acha que eu gosto de estar nessa situação? A troca que aceitei, o maldito contrato que assinei... Aguentei toda humilhação... Você não sabe pelo que passei! E o que não posso fazer é ficar aqui e ser morta por esses homens... Não, por você! — declarei nervosamente.

— Bianca, você sabe que eu nunca faria algo para machucá-la. — Lucca me responde acariciando meu rosto.

Afasto meu rosto e respondo honestamente:

— Você já me machucou! Naquele dia que foi embora, sem me dizer nada. Se lembra?

Ele fica em silêncio diante de mim.

— Esqueça! Não vamos falar do passado, é inútil agora. — digo meio seca.

Meu olhar o acompanha. Ele passa a mão no cabelo, parecia estar ansioso. O que não é brincadeira! Se ele está nervoso, imagina eu, até agora! Esse sentimento é insuportável!

— Lucca, me ajude a fugir.

— Sinto muito, Bianca. Mas não posso fazer isso. A família LeBlanc me deve muito, planejei tudo até aqui para me vingar deles.

— O que você tem contra ao Lorenzo e a família dele? — o questiono.

— É um processo delicado. Mas resumindo, é o incêndio misterioso das fábricas que trabalhávamos. Atentaram contra a nossa vida, eliminando as provas que tínhamos. Mesmo que seja você a esposa de Lorenzo LeBlanc, eu não posso desistir da vingança. — ele me explica.

— Com o pouco de tempo que fiquei na família LeBlanc, consigo te garantir que Lorenzo provavelmente não sabe dessa história. Ele nunca faria algo assim! — defendo.

— Confia tanto nele para dizer algo assim?

— Lucca, se você me ajudar, eu o ouvirei e o ajudarei a descobrir mais sobre esse assunto das fábricas. Vamos trabalhar juntos daqui pra frente. Sejamos aliados! — propus.

Lucca era minha última carta na manga! Se ele não aceitasse, teria que esperar pela minha morte. 

  — Por favor, o Lucca que conheci naquela época deve estar aí dentro dessa casca dura e vingativa que vejo em minha frente agora. Me ajude! — supliquei desesperadamente.

Ele respira fundo. Antes que ele me desse uma resposta de fato, ouvimos o trinco da porta. No impulso, só vejo, Lucca agarrar o meu rosto e sussurrar:

— Sinto muito por isso.

Logo, sinto Lucca pressionar seus lábios nos meus à força. Esse não era o beijo dos sonhos que eu tanto esperei, mas me surpreendo com a audácia de Lucca ter feito isso contra a minha vontade!

Ouço o barulho da porta sendo escancarada e risadas maldosas surgem ao meu redor. Não concordando com aquilo, abro meus lábios e o mordo sem piedade.

— Ai! — exclamou Lucca de dor, se afastando de mim rapidamente.

Vejo seus lábios ganharem uma cor mais avermelhada, Lucca me dirige um olhar espantado por eu ter tido feito isso, mas imediatamente disfarça na presença dos outros bandidos. 

Encaro-o com um olhar de raiva. Com ou sem a ajuda dele, eu vou dar um jeito de escapar! Nem que pra isso eu tenha que enfrentá-lo!

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora