Capítulo 56 - Perseguição

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LORENZO:

Ao ouvir a porta se fechar definitivamente, abro os olhos de imediato. Levanto-me da cadeira e olho ao meu redor. Somente eu estava acordado naquela mesa de jantar. Cutuco Tomás, depois Madalena e Lídia, nenhum dos três me respondiam.

Encaro o nhoque em meu prato. Certamente, Bárbara colocou algo nisso e fez os outros adormecerem de propósito. Ela planejou uma fuga!

— Aquela cobra! — pensei já enojado de suas armações.

Por sorte, enquanto estávamos na feira, recebi uma mensagem anônima e mostrava Bárbara comprando certos frascos de um comerciante. Não suspeitei na hora. Mas quando chegamos em casa, por acaso, discretamente, a vi despejar um líquido desse frasco na massa para o nhoque.

Se essa pessoa anônima que me enviou essas fotos e me deu certa pista, ela pode ser ou não uma aliada para mim. Mas isso não vem ao caso agora.

Pego a chave do carro e decido seguir os passos de Bárbara.

A vejo entrando num táxi e o sigo discretamente.

— Peguei você, sua bruxa maldita! — pensei com raiva.

Para que Bárbara não desconfiasse e nem o taxista, os persigo a uma certa distância, mas sem perdê-los de vista.

Finalmente o táxi amarelo para perto do hospital regional. O mesmo hospital onde o Sr. Samuel Rodríguez está internado. Duvido muito que Bárbara esteja aqui para visitá-lo novamente. Então, deve ser por causa daquela médica.

Vejo Bárbara sair do carro e correr em direção a porta do hospital. Não resisto e decido segui-la.

Ao passar pelo corredor, acabo me perdendo de Bárbara e dou logo de cara com a Dra. Esther, que me olhava meio surpresa.

— Ah... Você não é o genro do Sr. Samuel? — ela me perguntou curiosa.

— Exato. Ainda não me apresentei. Eu sou Lorenzo LeBlanc.

— Prazer em conhecê-lo, Sr. LeBlanc. Posso ajudá-lo com algo?

— Eu queria saber mais sobre o caso do Sr. Samuel. — falei.

— Entendo. Mas tudo que eu tinha para falar, expliquei hoje para vocês mais cedo. — disse Esther.

— Uma coisa que fiquei curioso, eu queria tirar uma dúvida com você. Posso? — perguntei.

— Claro. Pode me dizer.

— Tive a impressão de que você e minha esposa se conhecem. Gostaria de saber de onde?

A médica ri rapidamente e responde toda confiante.

— Na verdade, nos conhecíamos antes sim. Conheci a Bárbara numa viagem do exterior. Mas não esperava vê-la aqui. Ela nem me contou que seu avô estava doente. Tudo que aconteceu não passou de uma coincidência, Sr. LeBlanc. — explicou Esther tranquilamente.

Balanço a cabeça, confirmando.

— Certo.

— Quer que eu te ajude com mais alguma coisa? — ela me perguntou.

Senti um tom de ironia na sua fala, mas não me atrevi a prolongar a essa conversa. Pois certamente, Bárbara estava aqui por causa dela.

— Era só isso mesmo. Obrigado, doutora. Tenha um bom trabalho.

Me despeço e caminho para o lado de fora do hospital.

Uma coisa é certa, essa tal médica não é tão confiável quanto Bárbara, ambas escondem algo. Mas o que será?

Pego meu celular do bolso e faço a seguinte ligação.

— Mire em outro alvo para mim. Descubra quem é realmente a médica Esther Almeida, do Hospital Regional. Quero respostas da relação dela com a minha esposa. Seja discreto.

— Sim, meu senhor.

Desligo o celular e espero do lado do carro, Bárbara sair. Já fiz de tudo por essa mulher, mas não aceitarei nenhuma mentira que invalida minha reputação! Desta vez, não haverá escapatória para ela! É hoje que eu a coloco contra a parede!

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora