Capítulo 37 - Promete?

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LORENZO:

Frustro-me, pois é a décima vez que ligo para Tomás, e ele não me atende! Então decido ligar para casa. Porém, ninguém me atendia. 

Estranhei na hora. Será que aconteceu algo? Decido tirar um dia de folga. Saio da empresa e dirijo pela estrada, piso no acelerador, pois pretendia chegar o mais rápido possível.

Chego em casa apressadamente e já questiono:

— Tomás, Madalena, Lídia! Onde estão vocês?

Caminho apressadamente até que ouço um pigarreio forte atrás de mim. Ao me virar, me deparo com o senhor Samuel, o avô de Bárbara. Que estava com um semblante rigoroso.

Mesmo estar nervoso com a presença de Samuel, tento manter o controle e a calma.

— Onde está a minha neta, Sr. LeBlanc? — ele pergunta num tom áspero.

— Ela está fazendo compras.

— Mesmo? Então por que quando perguntei tal coisa aos seus empregados, eles permaneceram em silêncio? Eles são mudos por acaso?! — questionou Samuel, batendo sua bengala no chão.

— Senhor, não se preocupe tanto. Logo, Bárbara estará de volta. Acredito que...

Tento falar, porém, ele me interrompe dizendo:

— Acredito que somente quando minha neta voltar, ficarei aliviado em saber que está tudo bem entre vocês. Então, sirva-me um café enquanto isso.

Samuel em passos brutos, deixa a bengala chique ao lado da mesa e se assenta.

Indico para Madalena fazer o café como Samuel havia pedido. Puxo Tomás para um canto e cochicho:

— Distraia-o.

— O que eu posso fazer, patrão? Não tenho nem ideia! — sussurrou Tomás receoso.

— Pensa em algo e depressa! — digo, empurrando-o para a direção do avô de Bárbara.

Tomás tropeça, meio desengonçado e depois se recompõe aos poucos. Com tudo isso, vou para um canto mais afastado da casa e faço uma ligação para a polícia.

— Quero falar com o delegado Steven sobre a situação da minha esposa. — pedi apressadamente.

— Aguarde um momento. — falou uma voz feminina.

Espero um pouco e finalmente o delegado me atende.

— Sinto muito lhe informar, sr. LeBlanc, que o depósito abandonado fica numa localização bem difícil, não há câmeras de segurança por perto e não há testemunhas. Não há provas concretas, mas ainda estamos investigando o caso. Até lá, espere.

Desligo o celular de raiva só de ouvir tal resposta.

— É por isso que eu não confio no trabalho da polícia! — pensei irritado.

De repente, ouço um som de coisa se quebrando. Imediatamente volto para a sala e vejo Samuel quebrando a xícara, o pires, tudo que Madalena havia servido para ele.

— O que está acontecendo aqui? — questionei.

Samuel se levanta da cadeira e caminha apressadamente em minha direção e exclama:

— O senhor mentiu para mim!

Olho para Tomás confuso. Até que o celular do Sr. Rodríguez toca. Ele respira fundo e atende.

De repente, ele começa a suar frio e faz uma expressão apavorada. Neste momento, o idoso cai duro no chão.

Rapidamente eu e Tomás começamos acudir o senhor Samuel. Ele estava em choque com algo. Pensando ser aquilo, tomo o celular dele e vejo que era uma chamada da polícia. 

  — Minha neta... Minha Bárbara! Não, isso não pode estar acontecendo! — ele gritava em meio as lágrimas.

Sim, agora ele sabe sobre o sequestro de Bárbara.

E num piscar de olhos, Samuel desmaia. Com Tomás, levamos o senhor Samuel as pressas para o hospital. Ele foi atendido e medicado. Ficamos na sala dos familiares, esperando saber como está a situação dele agora.

— Quem é o senhor Lorenzo LeBlanc? — anunciou uma das enfermeiras.

Rapidamente me levanto e vou até ela.

— Como ele está?

— O paciente Samuel Rodríguez teve um ataque cardíaco por conta do choque. Ele está sendo tratado. O senhor Samuel pede somente a sua presença no quarto.

Respiro fundo e entro finalmente.

Samuel estava acordado e com um semblante sério.

— Onde estava a sua responsabilidade em cuidar da minha neta?

Ajoelho-me diante dele na cama, e declaro:

— Senhor, fui negligente em proteger a minha esposa. Mas darei tudo para encontrá-la! Prometo trazer Bárbara de volta sã e salva!

— Promete? — ele me questiona.

— Dou a minha palavra! — respondi firmemente.

Samuel segura minha mão e diz:

— Então a cumpra!

O Coração em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora